THE TWILIGHT ZONE: THE MOVIE (1983)

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Aproveitando a maratona ALÉM DA IMAGINAÇÃO, que comecei esses dias, vamos falar então da atualização que este clássico da televisão, criado pelo grande Rod Serling, recebeu nos anos 80. Mas estou falando do filme, THE TWILIGHT ZONE – THE MOVIE, e não da própria série de TV que retornou nos anos 80 e que teve três temporadas entre 1985 e 1989.

Em 1983, Steven Spielberg produziu e co-dirigiu THE TWILIGHT ZONE – THE MOVIE, versão cinematográfica do seriado. A ideia era reunir alguns dos nomes mais interessantes do cinema de fantasia e horror do período e compilar no formato de antologia um longa que fizesse uma homenagem aos clássicos episódios de ALÉM DA IMAGINAÇÃO, mas também aproveitar dos novos recursos e tecnologias que os anos 80 possuíam em relação ao período em que o seriado clássico fora produzido.

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Além do próprio Spielberg na direção, temos Joe Dante (GREMLINS), George Miller (série MAD MAX) e o grande John Landis (UM LOBISOMEM AMERICANO EM LONDRES), que é um sujeito que eu tenho dado uma atenção especial aqui no blog recentemente. E obviamente não poderia deixar de citar  THE TWILIGHT ZONE – THE MOVIE como um dos seus principais trabalhos. Não apenas pelo seu talento envolvido nesse projeto, mas por ter acontecido aqui, exatamente aqui, sob a sua direção, a maior TRAGÉDIA já ocorrida e filmada na história do cinema. Mas já vamos falar sobre isso…

Antes, é preciso ressaltar que Landis é o único dos quatro diretores que teve um trabalho extra em THE TWILIGHT ZONE – THE MOVIE e realizou também o prólogo. Esta introdução é uma história bem curtinha, no qual temos os astros Dan Aykroyd e Albert Brooks num carro ao longo de uma estrada no meio da noite. Entediado, eles começam a fazer joguinhos para passar o tempo, como tentar adivinhar temas de programas de TV, discutem a série ALÉM DA IMAGINAÇÃO clássica e até que ponto era assustador e tal…. O diálogo é ótimo e eu poderia ver duas horas de filme só com esses dois papeando! Até que em determinado momento, Aykroyd decide mostrar a Brooks algo REALMENTE assustador…

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É uma boa maneira de começar as coisas. Mantém o público ligado porque desconfiamos que alguma coisa vai acontecer, mas não se sabe o que… E configura de forma eficiente o clima do que está por vir em THE TWILIGHT ZONE – THE MOVIE. Aykroyd e Brooks têm uma química excelente e é uma pena que nunca tenham trabalhado juntos de novo. Esse pequeno segmento é um dos mais memoráveis de todo o filme – se não for uma das melhores cenas de abertura de qualquer filme de qualquer gênero, de qualquer época…

É de John Landis também o primeiro episódio da antologia. Chama-se TIME OUT e é um típico conto clássico de ALÉM DA IMAGINAÇÃO. Estrelado por Vic Morrow, vivendo um sujeito preconceituoso, que entra em um bar e insulta todas as minorias possíveis. Quando sai do local, ele simplesmente volta no tempo e se encontra na Segunda Guerra Mundial, na Alemanha, e todos os nazistas pensam que ele é judeu. Então o prendem e tentam levá-lo para um campo de concentração. Mas então outras viagens temporais entram inexplicavelmente na sua jornada. É, por exemplo, confundido pela KKK, que pensam que ele negro e tentam pendurá-lo pelo pescoço, ou logo depois, quando termina no Vietnã em mais situações em que se vê confrontado pela sua raça ou cor de pele…

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Mas para além da “lição de moral” que o episódio passa, fica um gosto amargo assisti-lo depois de saber que foi  durante as filmagens deste pequeno segmento que Vic Morrow morreu tragicamente num acidente. Mas a coisa foi bem mais desagradável. A cena do episódio é a seguinte: Morrow carregava duas crianças em seu colo enquanto um helicóptero sobrevoava para resgatá-los. E agora já não é mais ficção, é a realidade: O helicóptero deu pane por conta das explosões no cenário, caiu e sua hélice em movimento simplesmente decapitou Morrow E AS DUAS CRIANÇAS. E as câmeras filmaram tudo isso. Apesar de não dar para ver muita coisa (a cena acontece num lago e quando a hélice bate nas vítimas, vê-se mais água do que alguma possível violência), não vou postar o video aqui, mas é fácil de encontrar no youtube.

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OSCAR 2016: OS INDICADOS A MELHOR FILME

Daqui a uma semana acontece o Oscar 2016, o principal evento do cinema Hollywoodiano que vai premiar os filmes de 2015 e etc, blá blá blá… Sim, eu confesso que por mais que não dê muita bola para o cinema atual, eu paro pra ver os filmes que concorrem ao Oscar. Quero dizer, vejo na medida do possível, tem coisas que só de olhar a sinopse e o elenco me dá vontade de vomitar… Este ano mesmo eu não vou conferir todos os indicados a melhor filme, mas dentre os que vi, até que existem algumas coisas razoáveis.

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Não é o caso de THE BIG SHORT (2015, Adam McKay). Vi que muita gente tem gostado, deve ser mesmo um filme inteligente. Como eu sou uma verdadeira anta, fiquei perdido a maior parte do tempo, percebendo só por alto o que se passava, isso quando não me esforçava para me manter acordado. Ô, filme chato do c@#$%! A trama é sobre um grupo de empresários que conseguiu premeditar a crise que abalou a economia dos Estados Unidos em 2008 e ainda lucraram em cima disso com apostas altamente arriscadas. No papel a ideia até parece interessante, mas a coisa é tão caótica, bagunçada e confusa que o diretor Adam McKay teve que inserir explicações ao longo do filme pra não deixa o espectador voando… Só piorou ainda mais a situação, porque esses enxertos são ridículos e não tem graça alguma. A própria direção é algo questionável, com uma câmera balançante e uma edição frenética que me deixou enjoado (apesar de tentar refletir a atmosfera do universo das bolsas de valores). Até entendo as pessoas gostarem, especialmente quem saca e acompanha o mercado das bolsas e ações como se fossem campeonatos de futebol. Eu não entendo bulhufas. Caguei pra esse filme.

BROOKLYN (2015, John Crowley). Caguei pra esse também. Não vi e não quero ver.

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BRIDGE OF SPIES (2015, Steven Spielbeg). Este é um que eu poderia ter ignorado também. Mas como é Spielberg sempre dou uma chance, por mais que o sujeito tenha errado mais que acertado na última década. BRIDGE OF SPIES até que começa bem, é sobre um advogado especializado em seguros (Tom Hanks) que acaba aceitando a tarefa atípica de defender um espião soviético (Mark Rylance, muito bom) capturado por americanos em plena Guerra Fria. Mas aí o filme vai se desenvolvendo e quando era para as coisas esquentarem Spielberg não consegue se segurar e aos poucos começa colocar os vários elementos piegas e ceninhas ridículas habituais. E sempre dói ver Spielberg jogando fora o que poderia ser seu melhor filme em muito tempo com mais um festival de pieguice sem fim, com um tom apaziguador e feliz que marca suas obras recentes.

MAD MAX – FURY ROAD (2015, George Miller). Obra-prima e o meu favorito dos indicados. Mas não vai ganhar, obviamente. Não que ele não mereça o Oscar de melhor filme. O Oscar é que não merece um MAD MAX como premiado. Escrevi algumas coisas na época aqui.

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THE MARTIAN (2015, Ridley Scott). Curioso que não curti tanto esse filme quando assisti, mas ele foi crescendo, crescendo, e agora já vejo com muito bons olhos essa história do astronauta (Matt Damon) que é enviado numa missão em Marte e é dado como morto após desaparecer numa tempestade. Abandonado no planeta, tem que se virar para conseguir sobreviver e retornar à Terra. O grande problema de THE MARTIAN é que o filme gasta muito tempo com as pessoas na Terra, tentando resolver a situação daqui. Burocracias, reuniões, uma quantidade exorbitante de personagens que falam e falam e falam e não damos a mínima pra eles. E o que interessa no filme? Matt Damon se fodendo, passando fome, frio, e queimando miolos pra sobreviver! Quando o filme se assume como esse sci-fi de aventura e sobrevivência, a coisa melhora muito. E Damon está realmente ótimo no personagem, consegue ser tão carismático e engraçado mesmo numa situação tão extrema.

THE REVENANT (2015, Alejandro Gonzalez Iñarritu). Deve levar o prêmio principal. E de melhor diretor… E de melhor ator (finalmente, Leo DiCaprio!)… E outros vários prêmios técnicos. Até acho merecido. Não é nenhuma obra-prima, mas é bem divertido quando se aceita como filme de aventura. Escrevi sobre ele aqui.

ROOM (2015, Lenny Abrahamson). Passo…

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SPOTLIGHT (2015, Tom McCarthy). Vem sendo comparado a TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE, mas não consegue alcançar nem o dedinho do pé do filme do Pakula. Mas ainda assim é legalzinho, um bom filme, bem contado, me prendeu a atenção. Narra a história verídica de um grupo de jornalistas de Boston que reúne documentos que provam diversos casos de abuso de crianças causados por padres católicos e que rendeu aquele BOOM de padres pedófilos há alguns anos… Ajuda muito o elenco, com destaque para o Mark Ruffalo e o Michael Keaton, e a maneira sóbria e fria, sem muito confete, que o McCarthy dirige. Não acho nada maravilhoso, mas dentro do contexto do Oscar desse ano, é o único que pode tirar a estatueta do THE REVENANT. Se bem que tem sempre quem goste do THE BIG SHORT…

Agora, cadê o CAROL (2015)? Ótimo filme do Todd Haynes, em moldes clássico, um dos grandes filmes que vi em 2016 até agora. Recebeu algumas indicações, especialmente a dupla de atrizes, Cate Blanchet e Rooney Mara, que estão magníficas, mas foi esnobado na categoria principal… Vai entender. E minha torcida maior vai para o Stallone, é lógico. E vou fazer uma promessa. Se o velho Sly receber o Oscar de melhor ator coadjuvante por CREED, vou postar textos de todos os filmes da série ROCKY aqui no blog! GO ROCKO!

MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA (Mad Max: Fury Road, 2015)

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Divagações rápidas sobre este novo episódio, pra fechar a série de comentários que fiz na semana passada. Estava aqui pensando… Trinta anos separam ALÉM DA CÚPULA DO TROVÃO de MAD MAX: FURY ROAD e, durante esse tempo, o cenário do cinema de ação foi de mal a pior. Tirando, claro, as raras exceções que ainda encontramos a cada ano, frequentemente soltamos um “não se faz mais filmes de ação como antigamente…”, lamento quase unânime entre os fãs de ação old school. E aí precisou vir esse senhor de setenta anos, que atende pelo nome de George Miller, retornando ao universo que criou há quase quatro décadas, para mostrar à maioria dos diretores atuais do gênero que, na verdade, eles não têm a mínima noção do que fazem. Continuar lendo

MAD MAX – ALÉM DA CÚPULA DO TROVÃO (Mad Max Beyond Thunderdrome, 1985)

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E ontem foi o grande dia da estreia do tão aguardado MAD MAX: FURY ROAD, o quarto episódio da saga do personagem Max Rockatansky e suas desventuras no universo definitivo do pós-apocalipse. Mas, como só vou poder ver o filme hoje à noite, seguimos ainda com um dos antigos, MAD MAX – ALÉM DA CÚPULA DO TROVÃO, que até outro dia era responsável por fechar a trilogia com chave de ouro. Continuar lendo

MAD MAX 2: A CAÇADA CONTINUA (Mad Max 2, aka The Road Warrior, 1981)

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Era para ter postado ontem sobre MAD MAX 2: A CAÇADA CONTINUA. Como se não bastasse a dificuldade que é escrever sobre meus filmes favoritos, como é o caso deste aqui, ainda apaguei sem querer um texto praticamente pronto e não consegui mais recuperá-lo. Tive que começar do zero, o que me desanimou… Mas como prometi que ia comentar sobre a saga de “Mad” Max Rockatansky, vamos tentar outra vez. Continuar lendo

MAD MAX (1979)

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Como todas as atenções dos fãs do bom cinema de ação estarão em cima do lançamento de MAD MAX: FURY ROAD, o quarto exemplar da franquia iniciada lá atrás, há 36 anos, achei que seria legal fazer alguns comentários sobre a série. Começando por MAD MAX, o primeiríssimo, até porque revi todos por esses dias e é sempre uma experiência incrível acompanhar as aventuras de “Mad” Max Rockatansky e a visão do diretor George Miller na criação de um dos universos mais perturbadores e definitivos do mundo pós-apocalíptico, copiado de todas as formas possíveis no cinema – especialmente o segundo, que é uma obra-prima e um dos meus filmes favoritos da vida.

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