Como todas as atenções dos fãs do bom cinema de ação estarão em cima do lançamento de MAD MAX: FURY ROAD, o quarto exemplar da franquia iniciada lá atrás, há 36 anos, achei que seria legal fazer alguns comentários sobre a série. Começando por MAD MAX, o primeiríssimo, até porque revi todos por esses dias e é sempre uma experiência incrível acompanhar as aventuras de “Mad” Max Rockatansky e a visão do diretor George Miller na criação de um dos universos mais perturbadores e definitivos do mundo pós-apocalíptico, copiado de todas as formas possíveis no cinema – especialmente o segundo, que é uma obra-prima e um dos meus filmes favoritos da vida.
Para quem não viu ou já se esqueceu, o primeiro MAD MAX não é ainda aquele universo devastado e desértico cristalizado pelos episódios subsequentes da franquia, mas mostra um mundo à beira de um colapso numa Austrália futurista onde a sociedade ainda se encontra em fase de desintegração, a lei e a ordem rumam rapidamente à deterioração, já dominada por gangues violentas que espalham o terror pelas pequenas cidades e estradas do país. Ainda restam, no entanto, os poucos e bravos homens da lei que se esforçam para manter as coisas no lugar, mesmo sabendo que a tarefa tem se tornado cada vez mais impraticável. É o exemplo de Max, imortalizado por um jovem e desconhecido Mel Gibson.

Reza a lenda que Gibson, com seus vinte e poucos anos, foi acompanhar um amigo ator que tentaria uma vaga nas audições para a escolha do elenco de MAD MAX. Mas na noite anterior se meteu numa briga de bar e chegou no local com a cara cheia de hematomas, o que deve ter impressionado um bocado o diretor de casting, pois ele acabou sendo escolhido para viver o protagonista. A figura de Max é elemento fundamental e, com o rosto de Mel Gibson, acabou virando um ícone. Lembro-me até hoje, era moleque e o SBT nos anos 80 anunciava freneticamente que iam passar MAD MAX e sempre mostravam o plano que apresenta o personagem de Max ao público (curiosamente um travelling em direção ao personagem muito similar ao que apresenta John Wayne em NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS).
John Wayne surge em NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS
(Stagecoach, 1939), de John Ford



E “Mad” Mel é apresentado como “Mad” Max
Na trama, A situação fica tão extrema para Max, que ele decide largar a força policial, pegar a mulher e filho, e sair por aí em busca de paz e tranquilidade no campo. Mas a selvageria dos fora-da-lei, aparentemente, já contaminou todos os cantos do país. Uma tragédia – uma das cenas mais impactantes do filme – acaba colocando Max na trilha da vingança. Pior para os bandidos, porque despertam a fúria de alguém muito mais sádico e violento que qualquer gangue inteira que cometa o erro de se colocar em seu caminho.

A direção de George Miller é simplesmente fantástica. Um misto da criatividade latente de um jovem com sua visão de mundo, de cinema, com a habilidade de quem enfrenta o desafio de fazer um filme desse porte com um orçamento bastante limitado (custou apenas 400 mil dólares). Há quem diga que Miller só conseguiu filmar 80% do roteiro porque o dinheiro acabou e teve até mesmo que destruir seu próprio carro numa cena de perseguição. Mesmo assim, as sequências de ação enchem os olhos em todos os sentidos, especialmente a do início do filme, com um trabalho genial de dublês e carros sendo estraçalhados em alta velocidade. Coisa de louco!

Já as cenas de perseguições e tiros que acontecem posteriormente não conseguem ser tão grandiosas e espetaculares, por conta do orçamento, mas têm uma simplicidade e crueza que mantém o nível de brutalidade sempre alto. O filme entra também num marasmo em termos de ação em determinado momento, mas nunca perde sua força, graças à tensão palpável gerada pela própria narrativa, por aquele universo que pulsa violência o tempo todo, mesmo nas cenas mais tranquilas e tenras. E também pelos personagens que nunca perdem o fascínio, como Toecutter, o líder histérico da gangue de motoqueiros interpretado por Hugh Keays-Bryne (E que estará presente em MAD MAX: FURY ROAD).

MAD MAX foi um sucesso de bilheteria. Aqueles 400 mil renderam milhões no mundo inteiro (nos Estados Unidos tiveram que fazer um trabalho de dublagem para o espectador americano entender o sotaque australiano, haha!), tornando possível a sequência, MAD MAX 2: THE ROAD WARRIOR, um dos melhores filmes de todos os tempos e que é assunto pra depois.
Discordo! As cenas de ação do Mad Max 1 ficaram ótimas no final do filme. A cena da ponte que os motoqueiros saem voando é uma marca registrada quando ainda nem existia CGI e os dublês eram a grande atração. A perseguição de Max, no seu Black Interceptor, ao líder da gangue Toecutter, é clássica!
Olá, Joana, eu nunca disse que as cenas de ação do final eram ruins, pelo contrário, elogio mesmo não sendo tão espetacular quanto a sequencia de abertura.
Assisti a uma reprise desse Mad Max 1979 no cinema em 04/07/2015 em Fortaleza. Na realidade foi uma maratona da saga que incluía a Estrada da Fúria. Achei o original mais convincente e tem uma narrativa que flui melhor, personagens mais caricatas e um Falcon XB GT Black Interceptor novo e pronto pra velocidade. Sobre a Estrada da Fúria, achei uma pirotecnia cansativa e raso, até mesmo inferior que o Mad Max 2 com o Mel Gibson. Fico com o clássico de 79. Valeu!
Eu cagava de medo quando via o anúncio desse filme no SBT, principalmente a parte em que o caminhão passava por cima do motoqueiro
como primeiro filme a gente nunca esquece é o que acontece com este filme,apesar que o segundo filme dá um banho neste ..mas como é primeiro merece ser reconhecido pelo os novos cinefilos que estão surgindo.Parabens por este texto,Perrone !
Principalmente esta cena do filme do John Wayne e esta do Mad Max,sera uma homenagem do diretor George Miller ao Grande Diretor John Ford .
George Miller que alias eu conheci antes de passar este filme na TV pois ele era um dos diretores da serie ” Bellamy ” que passou nas noites dos anos 80 na TVS no qual eu assistia.
MAD MAX foi exibido na primeira vez na TV Aberta no SBT ” Cinema em Casa ” em 04/05/1990 na Sexta-feira .
O terceiro é um saco mesmo. Um saco. Aguardando ansiosamente a resenha da parte dois, minha preferida.
Ah, não digam isso do terceiro… hahaha! Já vi que vou ter que fazer o papel de advogado do diabo quando comentar sobre ele…
Mad Max de 81 assisti n cine cacique em poa n época e tbm ta entre meus 10 favoritos . o primeiro de 79 tbm é maravilhoso, só n gosto do terceiro c a Tina Turner , fraquissimo o q é aquelas crianças chatas….
Pois é, é quase unânime esse desgosto pelo terceiro… Mas, para a minha surpresa, achei simplesmente sensacional na revisão que fiz. Como disse, este primeiro é um baita filmaço, mas gosto mais ainda do terceiro, o mais fantasioso e maluco de todos. Nem as crianças “chatas” me chatearam… Ainda essa semana posto alguma coisa sobre ele. 🙂