HARDGORE (1974)

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Uma jovem ninfomaníaca que sofre de alucinações é colocada em um centro de reabilitação. O que ela não sabe é que o proprietário do local é o líder de um culto satânico que usa seus pacientes neuróticos para povoar orgias bizarras com direito a sacrifícios humanos… Bom, não dá pra negar, ao menos, que HARDGORE é um filme único!

Com apenas uma horinha de duração, trata-se de um híbrido de terror/pornô, típico do cinema de exploração americano dos anos 70, do tipo ‘porn chic‘ daquela época, mas jogando satanismo e gore na mistura. E resulta num filme pornô que, pelo menos, tenta algo diferente, o que é sempre bem-vindo, é claro. Mas acho bem difícil alguém ficar excitado hoje em dia com esse tipo de material… Nenhuma atriz (ou ator) é muito atraente, as cenas de sexo explícito não tem lá muita graça, e a trilha sonora tem a mania irritante de reciclar a mesma música repetidas vezes durante o filme. As sequências de horror são pouquíssimas e esporádicas, e, quando acontece, a falta de orçamento não ajuda muito. As tais “orgias satânicas” são quase completamente estáticas e com pouca coisa interessante acontecendo, apesar de algumas torturas. A cena em que uma mulher é guilhotinada no momento em que seu parceiro atinge o orgasmo definitivamente é um dos destaque de HARDGORE (aliás, que título mais cretino, pqp). Outra ceninha boa é a do cara que tem o pênis cortado, o que resulta na protagonista recebendo um tipo diferente de fluido no rosto, diferente do que ela originalmente esperava… Sim, um filme para toda a Família! As sequências de alucinações da protagonista também são bem bobinhas. Na maioria das vezes, bastante ridículas (vibradores voando com cordinhas, jorrando porra?). Eu sei, não deixa de ser bizarro ao mesmo tempo. 

Depois de passar maus bocados, a protagonista se vinga no final sob a forma de um tumulto generalizado, mas mesmo isso é bastante tedioso e o filme acaba de repente. Recomendo.

JOHNNY WADD (1971)

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Para a humilhação do caro leitor, o astro pornô John Holmes possuía um instrumento de trabalho que chegava, quando “pronto pra guerra”, a 33 centímetros. Com um dote desse fica fácil, bastou Holmes conhecer pessoas ligadas à industria – que tomaram conhecimento da extensão da sua manjuba – e quando se deu conta, já estava num set de filmagem trepando com milhares de pessoas (de ambos os sexos)… Um pouco de sua história e de como entrou neste universo pode ser conferida no filme BOOGIE NIGHTS (97), de Paul Thomas Anderson, que romantiza a vida de Holmes, interpretado por Mark Whalberg.

Mas voltando no início da década de 70, o diretor de filmes pornográficos Bob Chinn resolveu apostar em Holmes num projeto que misturava sexo explícito e filme policial. Com apenas 750,00 dólares de orçamento e um único dia de filmagem, Chinn produziu, escreveu (três páginas) e dirigiu JOHNNY WADD, estrelando o novo astro no papel do detetive cujo nome era o título do filme. Como definiu o grande Renzo Mora, em seu blog, o personagem de Holmes era uma mistura de Philip Marlowe, Sam Spade e o obelisco do Ibirapuera… O estrondoso sucesso de JOHNNY WADD gerou uma série de filmes ao longo da década de 70 e fez de Holmes um ícone da cultura pop… Aliás, bons tempos em que tínhamos um ator pornô como ícone.

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Neste primeiro filme, Wadd está num caso de uma garota desaparecida. Mas não é o tipo de detetive que sai às ruas para investigar. O filme se passa praticamente na sala da casa do sujeito, onde pessoas ligadas à moça vão até o local para que Wadd as interrogue, ou coisas do tipo, não importa… Acabam sempre fazendo sexo com ele. E o paradeiro da moça fica pra depois. Continuar lendo