DOMINO (2019)

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Tem momentos em DOMINO que você percebe que está diante de um grande filme de Brian De Palma, especialmente na primeira meia hora. O filme começa extremamente bem, câmera linda, um trabalho de zoom incrível, e a sequência que culmina numa perseguição pelos telhados em Bruxelas faz uma bela homenagem a UM CORPO QUE CAI. Depois, DOMINO dá uma caída feia, a coisa vai se tornando progressivamente desinteressante e sem se dar conta estamos vendo um thriller direct to video dos mais vagabundos e preguiçosos. O que não deixa de ser, já que foi a cara que o estúdio resolveu dar ao filme (para quem não sabe, DOMINO teve uma produção desastrosa, faltou dinheiro, De Palma não teve o corte final…). Deu pra sentir o estrago. Montagem horrível, ritmo cai, umas cenas sem motivo algum de existir, em termos narrativos a coisa fica bizarra mesmo… No meio disso tudo, temos mais uma sequência genial, a do atentado terrorista num festival de cinema. DOMINO cresce de novo no final, com uma sequência daquelas para entrar numa antologia de momentos fodas do De Palma, um mestre que domina o tempo como poucos.

O saldo final é positivo. Tem falhas, muitas, filme torto pra caralho. Mas é bom pela câmera, pelo estilo, por grandes cenas que o De Palma conseguiu encaixar em alguns momentos. Momentos bem dignos mesmo… Como fã de giallo, nada tenho contra obras construídas a partir de grandes cenas, interligadas de maneira confusa e bagunçadas, como é o caso de DOMINO. E há algumas ideias que De Palma trabalha obsessivamente que são bem interessantes, um manifesto sobre a imagem do terror, em como essa imagem é realizada, manipulada, divulgada, o uso inventivo de mobiles (os dois celulares acoplados numa metralhadora filmando um atentado; o homem-bomba que precisa esperar o drone se aproximar para apertar o botão), na concepção e divulgação dessa imagem… Ideias que têm um significado bem interessante no filme e no cinema de De Palma em geral. Resumindo, é fácil ficar do lado de obras-primas inquestionáveis, difícil mesmo é tentar entender obras tortas como DOMINO. Só acho uma pena mesmo que o estúdio não tenha permitido ao filme qualquer vôo mais alto, mesmo com o esforço do De Palma.

DOMINO – Primeiras impressões

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Algumas opiniões de usuários do Letterboxd sobre DOMINO, novo filme do Brian De Palma:

Some of the most impressive shit Brian De Palma has ever shot. A continuation of the ideas and themes seeded in Redacted by way of Passion’s aesthetic adventures. Definitely not the film it was originally supposed to be, but in a weird way the fragmented quality only makes it more intriguing. I pity the poor bastards who tried to market this as a straight action thriller.

Whew. Clearly botched but still manages to be one of the most formally creative and impressive action/thrillers of the past few years. The final neon-drenched set-piece (mostly in slow motion) is truly something to behold.

90s De Palma with the political intrigue of Redacted. I’m glad this finally came out, this film is fantastic.

CLEARLY compromised yet despite this still manages to be one of De Palma’s best. Almost feel’s like if an amazing director tried to make a thriller in the style of The Room, but as crazy as that sounds it fucking works. This film is pure camp combined with De Palma’s masterful filmmaking. If we ever get his cut, it could truly be a perfect film.

PS: Features the greatest use of split screen in cinema.

Woefully troubled behind-the-scenes. Basically a hunk of scraps, but what scraps! (…) Starts as a Hitchcock riff and ends in a neon slow-motion reality of bodies disconnected from their own frame-of-reference, liberated towards a new plane of action and movement.

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[trailer] DOMINO, DE BRIAN DE PALMA… Bom, pelo menos esperamos que ainda seja

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Sete anos depois de seu último trabalho, o injustamente ignorado PASSION, Brian De Palma parece estar oficialmente de volta com um filme fresquinho. Depois de vários problemas e atrasos que nem valem a pena comentar agora (mas vale dizer que o De Palma não teve o corte final da produção, então temos que torcer para que o estúdio não tenha cagado tudo e seja o que Deus quiser…), o thriller DOMINO finalmente será lançado em maio nos cinemas e no mercado VOD. O  primeiro trailer apareceu hoje.

No elenco temos Nicolaj Coster-Waldau (GAME OF THRONES), Carice van Houten (GAME OF THRONES também) e Guy Pearce (de um monte de filmes). A trama de DOMINO é sobre um policial de Copenhague que procura justiça, numa caçada de gato e rato, pelo responsável do assassinato de seu parceiro, cometido por um homem misterioso.

OS INTOCÁVEIS, aka The Untouchables (1987)

Assisti a uns filmes bem legais esta semana para comentar aqui no blog, mas não tive tempo ainda para escrever. E não, ainda não vi outro Castellari, mas fiquem tranquilos que em breve eu posto mais do italiano. Hoje revi este filmaço do Brian De Palma e decidi arriscar algumas palavras. De Palma é um dos meus diretores americanos preferidos ainda em atividade e é sempre interessante dissertar sobre seus filmes – se é que o sujeito ainda está realmente em atividade, só acredito nisso quando PASSION, seu próximo filme anunciado, estiver em fase de pós produção.

Enquanto isso, ficamos com as maravilhas que já realizou durante a carreira, como é o caso de OS INTOCÁVEIS, sobre o incorruptível agente do Tesouro, Eliot Ness, que trava uma batalha contra o execrável gangster Al Capone durante a Lei Seca americana e blá, blá, blá…

O enredo é bastante conhecido por todo mundo e já foi diversas vezes explorado em filmes e séries, mas não significa que tenha deixado de ser interessante. Além do belo roteiro, escrito por David Mamet, a grande proeza de OS INTOCÁVEIS está na eloquente e estilosa direção de De Palma, além da colaboração de alguns monstros da atuação, como Robert De Niro e Sean Connery e os jovens Kevin Costner, Andy Garcia e até Billy Drago. Trilha sonora marcante de Ennio Morricone, impecável direção de arte e fotografia, não poderia sair nada menos que um autêntico clássico daqui!

O Capone de Robert De Niro é algo simplesmente extraordinário. Bons tempos quando o ator podia fazer apenas umas cinco ou seis aparições num filme e ainda assim surpreender a cada cena. O sujeito leu todas as biografias de Capone, viu todos os filmes sobre o cara e conferiu ainda documentários da época para compor o personagem.

O resultado está na tela em cada gesto, cada olhar, cada sorriso, já vi esse filme umas quinze vezes e toda vez fico espantado com o desempenho do De Niro. Ao mesmo tempo que inspira simpatia, fazendo seus “capachos” rirem com suas piadas, o sujeito é totalmente brutal, como na impactante cena da explosão de ódio com um taco de baseboll na mão. Deve ser o Capone definitvo do cinema, não?

O fato é que Capone é um total contraponto do bem absoluto personificado no Eliot Ness de Kevin Costner, que não é ator que guardo muita admiração, mas até que se sai bem como o herói bonzinho. Já o velho Sean Connery é outro nível e mereceu o seu Oscar de coadjuvante pelo seu trabalho impecável em OS INTOCÁVEIS.

O sujeito faz o papel de Jim Malone, um correto guarda de rua prestes a se aposentar e por isso, a princípio, não aceita fazer parte do grupo. Mas depois se encarrega de fazer o “trabalho sujo” e ações mais violentas contra Capone. “Ele puxa uma faca, você saca o revólver. Ele manda um dos seus para o hospital, você manda um deles para o necrotério. Essa é a Lei de Chicago”. Uma aula de interpretação.

Malone ajuda Ness a escolher a dedo um cadete, que ainda não foi comprado por Capone, e entra em cena um jovem Andy Garcia. O quarto Intocável é o desajeitado, mas decidido, fiscal de rendas, vivido por Charles Martin Smith, que não hesita quando Malone lhe oferece uma escopeta para entrar em ação.

 

E o que não poderia faltar em OS INTOCÁVEIS são boas sequências de tiroteios em que o quarteto se envolve, estraçalhando os inimigos com chumbo grosso, como na parte que se passa na fronteira com o Canadá, quando interceptam um carregamento de bebidas. A dose de violência também não vai deixar na mão os amantes de uma sangreira, como o assassinato no elevador. Noutra cena, logo no início, De Palma explode uma garotinha segurando uma bomba numa maleta… se fosse filmado hoje, nesta “maravilha” de mundo politicamente correto que vivemos, o filme teria vários problemas… Temos até Brian De Palma brincando de Dario Argento, com o ponto de vista subjetivo na cena do meliante que tenta entrar na casa de Malone. Um puta trabalho de câmera!

Mas o ponto máximo de OS INTOCÁVEIS foi a cena da escadaria da Union Station, um misto de suspense e ação de cortar a respiração. Ness tenta capturar uma testemunha chave para o julgamento de Capone. O cerco armado. Uma mulher que acaba de chegar de viagem aparece com um carrinho de bebê e, com muita dificuldade, resolve subir a escadaria enquanto o local vai se enchendo de figuras ameaçadoras. Basta esses simples elementos em jogo para que De Palma bote para arregaçar num tiroteio desenfreado, cuidadosamente esculpido e editado, para servir tanto de atrativo para o público, demonstrando as façanhas dos Intocávais, quanto homenagem à uma das cenas mais famosas do cinema mudo, o massacre na escadaria do filme russo O ENCOURAÇADO DE POTENKIM, de Sergei Eisenstein.

Numa época em que eu não fazia idéia de quem era Brian De Palma, lá pelos meus dez anos, no início dos anos 90, tive contato com OS INTOCÁVEIS enquanto passava numa madrugada no Corujão da Globo e como não era sempre que eu podia dormir tão tarde, gravei em VHS. Aquela fita ficou até gasta de tantas vezes que passava no velho vídeo cassete quatro cabeças do meu velho. O filme não é nem o meu favorito do De Palma, mas acabo tendo uma ligação bem maior por conta da nostalgia, por ser um dos vários exemplares responsáveis por me fazer amar tanto o cinema.

O FANTASMA DO PARAÍSO (Phanton of the Paradise, 1974), de Brian De Palma

Nossa! É incrível como eu já não me lembrava de mais nada de O FANTASMA DO PARAÍSO. Revi como se fosse a primeria vez e o filme me surpreendeu de uma maneira muito interessante.

É uma verdadeira anomalia dentro do cinema de Brian De Palma e é bacana perceber como ele era um diretor tão moderno naquela época. O sujeito já dominava uma condução com ritmo de videoclip muito antes de começarem a estuprar este tipo linguagem. Obviamente já neste período não era algo tão original assim, só que o De Palma acerta em cheio no tom deste musical surrealista, psicodélico e surtadíssimo, inspirado em uma espécie de mistureba entre O Fantasma da Ópera, Fausto e O Retrato de Dorian Gray!

O FANTASMA DO PARAÍSO é um conto trágico sobre Wislow, um compositor ingênuo que tem sua música roubada por Swam, um grande empresário sem escrúpulos. Quando resolve correr atrás dos seus direitos, se envolve em uma série de situações desagradáveis que culminam num trágico acidente que destroem seu rosto e voz.

Dado como morto, Wislow reaparace no Paradise, casa de show gerenciada por Swam, onde rouba uma fantasia, arranja uma mascara bizarra e banca o fantasma do local para se vingar. Tudo isso acontece com menos de uma hora de duração, narrado com bastante riqueza de detalhes e muitas situações que não valem a pena ficar descrevendo. O que vem a seguir eu vou deixar pra vocês descobrirem quando forem assistir.

O que importa mesmo é que O FANTASMA DO PARAÍSO é desses filmes que enchem os olhos do espectador pelo visual arrojado que resolve sempre nos surpreender a cada plano, seja com a brilhante direção de arte carregada de elementos pop dos anos 60 e 70 ou com movimentos de cameras e enquadramentos sempre muito bem elaborados conduzidos com um misto de segurança e experimentalismo de De Palma, o que na realidade são mais que suficientes para nos encantar.

Isso sem falar da trilha sonora inspiradíssima de Paul Williams, que também trabalha como ator encarnando o sinistro Swam. É belíssima, cativante, consegue a proeza de roubar das imagens o seu papel principal e acaba se tornarndo parte da essência deste brilhante filme. Entra fácil num top 10 do diretor, na minha opinião.

SÍNDROME DE CAIM (Raising Cain, 1992), de Brian De Palma

Ainda não conferi A FOGUEIRA DAS VAIDADES, filme que todo mundo já está careca de saber é um dos grandes fracassos do diretor (vocês que já viram, o que acham?) Outro que não foi muito bem de bilheteria na época é PECADOS DE GUERRA, que muitos consideram uma de suas obras primas, embora eu também não tenha visto. Mas fique tranqüilo, caro leitor, são poucos os filmes obrigatórios que eu tenho de ver do Brian De Palma. Além de PECADOS, ainda faltam A FÚRIA, O FANTASMA DO PARAÍSO e MURDER À LA MOD (e FOGUEIRA, mas este não é obrigatório, eu suponho). O resto eu vi…

Mas enfim, SÍNDROME DE CAIM, feito logo após o fracasso de FOGUEIRA é o retorno do cineasta ao thriller hitchcockiano, gênero que o consagrou e que fez a alegria dos fãs em filmes como VESTIDA PARA MATAR e UM TIRO NA NOITE. Ainda assim, SINDROME DE CAIM chegou a dividir bastante as opiniões. Já vi muito apreciador do cinema do cara dizer que detesta o filme, outros dizendo que adoram. Eu fico do lado dos que adoram. Não é dos melhores filmes do De Palma, mas não deixa de ser uma pequena demonstração da maestria do diretor, que ainda hoje é um dos mais virtuosos do cinema.

Talvez o ponto que possa incomodar algumas pessoas seja o enredo e a simplicidade da trama, algo que De Palma realmente parece tratar com uma certa irrelevância. Na verdade a trama principal é irrelevante e só serve pra justificar duas coisas: as elegantes piruetas estilísticas e manipulações temporais que o diretor realiza – e que é habitual em seu cinema – e dá ao filme momentos bem agradáveis (algumas seqüências aqui estão entre as melhores que o De Palma já filmou em sua carreira, como o final sensacional no motel). A outra é transformar SINDROME DE CAIM no filme definitivo sobre transtorno dissociativo de personalidade, ou múltiplas personalidades.

John Lithgow, que já havia trabalhado com o De Palma antes, faz o papel do coitado que sofre desse mal e causa sérios transtornos à sua mulher e filha. Até vira caso de policia! Claro que a trama é bem mais séria e envolve assassinatos, seqüestros de crianças e etc. O fato é que Lithgow está perfeito e consegue atingir grandes resultados em sua atuação definindo de forma expressiva cada personalidade tomada por seu personagem. Ele está genial na cena em que é submetido a hipnose por uma doutora. Merecia um Oscar! Sério. O elenco ainda possui Lolita Davidovich, Steven Bauer, Frances Sternhagen, Tom Bower e Gregg Henry.

O entrecho também faz alusões a outros filmes, talvez fosse bem definido como uma mistura de PEEPING TOM, do Michel Powell e PSICOSE, do Hitchcock. No final temos até uma referencia ao VESTIDA PARA MATAR com o personagem do Lithgow vestido com certas semelhança ao Michael Caine do outro filme. Quem viu sabe do que estou falando. Mas nisso tudo, o que mais conta é a direção espetacular do De Palma que cria momentos impressionantes, como o plano seqüência da delegacia que começa no terceiro andar, acompanha um grupo de personagens em escadas, elevador até terminar num close da defunta com uma expressão muito bizarra. E ainda temos o final inacreditável que eu citei ali em cima.

Sem dúvida alguma é uma grande filme, cinematograficamente poderoso e altamente recomendado, principalmente a quem já viu e não gostou, porque SÍNDROME DE CAIM não são só belos e estéreis movimentos de cameras; é toda a criação do universo de um gênio do cinema.

WISE GUYS (1986)

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Para quem está acostumado com os filmes de Brian De Palma, sempre carregados de tramas violentas, homenagens à Hitchcock e suspenses elaborados por uma câmera virtuosa, vai se surpreender com o diretor no comando de WISE GUYS. Uma comédia leve e divertida que o diretor aceitou fazer a convite do produtor Aaron Russo, após realizar DUBLÊ DE CORPO (84). O início da carreira de De Palma é marcada por algumas comédias que satirizavam politicamente o modo de vida americano da época, como GREETINGS (68) e HI, MOM! (70), ambos estrelados por um jovem Robert de Niro antes de iniciar sua parceria com o diretor Martin Scorsese. Ou seja, De Palma já havia provado antes o talento do ator.

Mas vamos ao WISE GUYS cuja história gira em torno de dois membros atrapalhados da máfia de New Jersey, interpretados por Danny De Vito e Joe Piscopo. O filme remete aos trabalhos do Scorsese mostrando a uma máfia de baixa categoria e sem o glamour de Tony Montana do filme SCARFACE (83), que De Palma havia dirigido alguns anos antes. Os dois sujeitos, na verdade, recebem sempre os trabalhos mais pífios e são ridicularizados pelos outros membros. Ao receberem a “grande missão” de apostarem num cavalo de corrida, acabam colocando o dinheiro em outro cavalo, achando que o favorito de seu chefe perderia, o que não acontece. Os dois são marcados como traidores, mas ao invés de matá-los subitamente, Tony Castelo (Dan Hedaya), o chefão da parada, coloca-os com a missão de matar um ao outro.

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WISE GUYS é um ótimo exercício de direção para De Palma que, apesar de não realizar nenhuma acrobacia com sua câmera, deixa seus atores brilharem livremente no gênero que já estão à vontade. Danny De Vito surpreende com um dos papéis mais engraçados de sua carreira e Joe Piscopo demonstra toda sua expressividade cômica. O elenco ainda é formado com Frank Vincent, Harvey Keitel e Lou Albano (talvez o personagem mais divertido). O filme não foi muito bem de bilheteria nos Estados Unidos e acabou sendo esquecido automaticamente, infelizmente. Mas realmente não é nenhuma maravilha. Algumas situações do roteiro poderiam ser melhor exploradas e o final é um tanto forçado e preguiçoso.

No Brasil recebeu o título cretino de QUEM TUDO QUER, TUDO PERDE, o que contribuiu ainda mais para o esquecimento por aqui. Além disso, o estúdio resolveu meter o dedo no material final contra a vontade de De Palma. Mas nada que estrague a diversão, principalmente nos dois primeiros atos, quando a história é conduzida de maneira simples com ótimos momentos, como a cena em que De Vito recebe a ordem de ligar o carro de seu chefe, uma aula de montagem e tensão cômica. Ou o assassinato na igreja, praticamente uma mistura genial do pastelão com o rigor intrigante do suspense de De Palma.