SCOTT ADKINS + ISAAC FLORENTINE: SEIZED [TRAILER]

SCOTT ADKINS RETOMA PARCERIA COM O DIRETOR ISAAC FLORENTINE NUM FILME DE AÇÃO EXPLOSIVO

Acabei de ver o trailer de SEIZED, que é um dos filmes que tô mais ansioso para conferir este ano. Produção que reúne novamente o diretor Isaac Florentine, um dos maiores especialistas em ação da atualidade (há uns quinze anos que venho falando isso, na verdade) com o maior astro de ação que temos em atividade no cinema ocidental, Scott Adkins.

E SEIZED tá com uma cara muito boa! Aparentemente vai ser mais um petardo de ação e pancadaria. Saca só o trailer abaixo e aproveita pra conferir o grande Mario Van Peebles marcando presença como chefe de um cartel que sequestra o filho de Adkins para colocá-lo de volta em ação (não é a toa que o filme vem sendo chamado de encontro entre JOHN WICK e BUSCA IMPLACÁVEL).

Agora que já assistiram a essas imagens espetaculares, vamos à sinopse oficial: “Escondido com seu filho Taylor na costa mexicana, Nero (Scott Adkins) espera deixar sua violenta carreira nas Forças Especiais para trás. Mas depois que sua casa é atacada e Taylor sequestrado, o misterioso Mzamo (Mario Van Peebles) ordena que Nero elimine os membros de três sindicatos rivais do crime. Se ele falhar, Taylor morrerá. Agora, com balas voando e corpos caindo enquanto Nero completa sua missão, ele corre para encontrar o esconderijo de Mzamo e buscar vingança.

Atualmente, Adkins tem realizado uma boa parceria com o diretor Jesse V. Johnson em filmaços como AVENGEMENT e THE DEBT COLLECTOR, mas foi Isaac foi Florentine que colocou Adkins no radar dos fãs de ação com FORÇA ESPECIAL, de 2003, e a criação de uma das figuras mais fascinantes do cinema de artes marciais recentes, o icônico Yuri Boyka, da série de filmes UNDISPUTED.

Contando com SEIZED, a dupla já possui oito produções em parceria. Enquanto Jesse V. Johnson tem até o momento seis filmes em conjunto com Adkins. A maioria desses filmes, de ambas parcerias, forma a nata do cinema de ação de baixo orçamento da atualidade.

E SEIZED, ao que tudo indica, chega pra fazer parte dessa leva. E dá pra sentir que a coisa vai ser legal, realmente uma mistura maluca de vibes de BUSCA IMPALCÁVEL e JOHN WICK, que são bons materiais para se inspirar. E não há como negar a sensação de filme de ação que assistíamos em VHS pegando em locadoras nos anos 90.

Junto com o trailer, a rapaziada também divulgou uma data de lançamento para SEIZED, que será 13 de outubro, em DVD e nos streamings da vida… Não faço ideia se chega tão rápido no Brasil, mas se não acontecer, temos meios alternativos para poder aproveitar Scott Adkins esmurrando bandidos.

VAN DAMME na Netflix

Jean-Claude Van Damme está preparando seu primeiro projeto com a Netflix, uma comédia de ação chamada THE LAST MERCENARY. Na trama, Van Damme interpreta um misterioso ex-agente do serviço secreto que deve retornar urgentemente à França quando seu filho é falsamente acusado de tráfico de armas e drogas.

THE LAST MERCENARY será dirigido pelo cineasta francês David Charhon, que talvez não seja muito conhecido do público, mas tem um filme que recomendo, chamado OS OPOSTOS SE ATRAEM (2012), uma comédia policial muito boa lançada em DVD no Brasil pela A2 FILMES.

THE LAST MERCENARY agora é um dos filmes mais aguardados por mim, a chance de termos um dos nossos ícones de ação envolvido em algo realmente bom é bem grande, tendo em vista que a cada, sei lá, quatro filmes que o sujeito lança atualmente, apenas um tem prestado… Van Damme também andou brincando recentemente que tem desejo de lançar um “último grade épico de artes marciais”, o que acho bem difícil se concretizar… Apostaria que essa ideia vai ficar engavetada.

Van Damme deveria mesmo é focar em finalizar e finalmente lançar o filme que dirigiu e protagonizou, o inédito FULL LOVE, que também já teve o título EAGLE PATH, cujas filmagens foram concluídas há mais de dez anos, chegou a sair um trailer disso, e até hoje nada… Será que é tão ruim assim, do cara não lançar essa merda nunca mais? Enfim, enquanto esperamos mais de JCVD, a produção de THE LAST MERCENARY já está atualmente em andamento na França. Aguardamos mais informações.

GLOBO DE OURO 2020

Saíram os indicados para a premiação do Globo de Ouro 2020. E a seleção até que tá interessante. Pena que o De Niro não foi indicado a melhor ator, mas vou ficar na torcida para que O IRLANDÊS leve o máximo de prêmios que conseguir… Nas categorias de cinema que me interessam, ficou assim:

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MELHOR FILME – DRAMA
1917, de Sam Mendes
CORINGA (Joker), de Todd Phillips
DOIS PAPAS (The Two Popes), de Fernando Meirelles
HISTÓRIA DE UM CASAMENTO (Marriage Story), de Noah Baumbach
O IRLANDÊS (The Irishman), de Martin Scorsese

MELHOR FILME – COMÉDIA/MUSICAL
ENTRE FACAS E SEGREDOS (Knives Out), de Ryan Johnson
ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD (Once Upon a Time in Hollywood), de Quentin Tarantino
JOJO RABBIT, de Taika Waititi
MEU NOME É DOLEMITE (Dolemite is my Name), de Craig Brewer
ROCKETMAN, Dexter Fletcher

MELHOR FILME – ESTRANGEIRO
DOR E GLÓRIA (Dolor y gloria), Pedro Almodovar (ESPANHA/FRANÇA)
OS MISERÁVEIS (Les Misérables), de Ladj Ly (FRANÇA)
PARASITA (Gisaengchung), de Bong Joon Ho (CORÉIA DO SUL)
RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS (Portrait de la jeune fille en feu), de Céline Sciamma (FRANÇA/ITÁLIA)
THE FAREWELL, de Lulu Wang (CHINA)

MCDMAST_ZX009MELHOR ATOR – DRAMA
Adam Driver, HISTÓRIA DE UM CASAMENTO
Antonio Banderas, DOR E GLÓRIA
Christian Bale, FORD VS FERRARI 
Joaquin Phoenix, CORINGA
Jonathan Pryce, DOIS PAPAS

MELHOR ATRIZ – DRAMA
Charlize Theron O ESCÂNDALO
Cynthia Erivo, HARRIET
Renée Zellweger, JUDY: MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS
Saoirse Ronan, ADORÁVEIS MULHERES
Scarlett Johansson, HISTÓRIA DE UM CASAMENTO

MELHOR ATOR – COMÉDIA/MUSICAL
Daniel Craig, ENTRE FACAS E SEGREDOS
Eddie Murphy, MEU NOME É DOLEMITE
Leonardo DiCaprio, ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD
Roman Griffin Davis, JOJO RABBIT
Taron Egerton, ROCKETMAN

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Ana de Armas, ENTRE FACAS E SEGREDOS
Awkwafina, THE FAREWELL
Beanie Feldstein, FORA DE SÉRIE
Cate Blanchett, CADÊ VOCÊ, BERNADETTE?
Emma Thompson TALK SHOW – REINVENTANDO A COMÉDIA

ATOR COADJUVANTE
Al Pacino, O IRLANDÊS
Anthony Hopkins, DOIS PAPAS
Brad Pitt, ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD
Joe Pesci, O IRLANDÊS
Tom Hanks, UM LINDO DIA NA VIZINHANÇA

ATRIZ COADJUVANTE
Annette Bening, O RELATÓRIO
Jennifer Lopez, AS GOLPISTAS
Kathy Bates, O CASO RICHARD JEWELL
Laura Dern, HISTÓRIA DE UM CASAMENTO
Margot Robbie, O ESCÂNDALO

bts-parasite-bong-joon-ho-interview-2MELHOR DIRETOR
Bong Joon Ho, PARASITA
Martin Scorsese, O IRLANDÊS
Quentin Tarantino, ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD
Sam Mendes, 1917
Todd Phillips, CORINGA

MELHOR ROTEIRO
DOIS PAPAS
ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD
HISTÓRIA DE UM CASAMENTO
O IRLANDÊS
PARASITA

DOMINO – Primeiras impressões

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Algumas opiniões de usuários do Letterboxd sobre DOMINO, novo filme do Brian De Palma:

Some of the most impressive shit Brian De Palma has ever shot. A continuation of the ideas and themes seeded in Redacted by way of Passion’s aesthetic adventures. Definitely not the film it was originally supposed to be, but in a weird way the fragmented quality only makes it more intriguing. I pity the poor bastards who tried to market this as a straight action thriller.

Whew. Clearly botched but still manages to be one of the most formally creative and impressive action/thrillers of the past few years. The final neon-drenched set-piece (mostly in slow motion) is truly something to behold.

90s De Palma with the political intrigue of Redacted. I’m glad this finally came out, this film is fantastic.

CLEARLY compromised yet despite this still manages to be one of De Palma’s best. Almost feel’s like if an amazing director tried to make a thriller in the style of The Room, but as crazy as that sounds it fucking works. This film is pure camp combined with De Palma’s masterful filmmaking. If we ever get his cut, it could truly be a perfect film.

PS: Features the greatest use of split screen in cinema.

Woefully troubled behind-the-scenes. Basically a hunk of scraps, but what scraps! (…) Starts as a Hitchcock riff and ends in a neon slow-motion reality of bodies disconnected from their own frame-of-reference, liberated towards a new plane of action and movement.

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CANNES 2019 – PREMIADOS

COMPETIÇÃO OFICIAL

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Palme d’Or
PARASITE, de Bong Joon-ho

Grand Prize of the Festival
ATLANTIQUE, de Mati Diop

Jury Prize
BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
LES MISÉRABLES, de Ladj Ly

mv5bndc5ywe3odmtntkzzc00mjlklwe4ntmtzddlnzixota2mdmzxkeyxkfqcgdeqxvymtm2mzg4ma4040._v1_.jpgMelhor ator
Antônio Banderas, por DOLOR Y GLORIA, de Pedro Almodóvar

Melhor Atriz
Emily Beecham, por LITTLE JOE, de Jessica Hausner

Melhor Diretor
Jean-Pierre e Luc Dardenne, por LE JEUNE AHMED

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Céline Sciamma, por PORTRAIT DE LA JEUNE FILLE EN FEU

Menção Especial
IT MUST BE HEAVEN, de Elia Suleiman

FIRST BLOOD em Cannes

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Passa hoje no Festival de Cannes numa cópia restaurada, em 4K, a obra-prima FIRST BLOOD, de Ted Kotcheff, mais conhecido no Brasil como RAMBO – PROGRAMADO PARA MATAR, um dos meus filmes de cabeceira. A sessão vai contar com a presença do próprio Sylvester Stallone (apresentando também as primeiras imagens do novo filme do personagem, RAMBO V – LAST BLOOD). Mas o que eu quero realmente saber é: será que agora, que vai passar num festival de tamanho prestígio e conceito, FIRST BLOOD vai finalmente receber o devido valor daquela parcela da crítica preconceituosa e cinéfilos elitistas que acham que o filme é só um exemplar exagerado de ação oitentista? Será que finalmente vão reconhecer a sua magnitude colossal? Espero que sim…

PARASITE

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Dois tweets de críticos direto do Festiva de Cannes que me fizeram ficar com água na boca por esse novo filme do Bong Joon-ho, PARASITE:

De A.A. Dowd:

Mostly loved Bong Joon-ho’s PARASITE, an insane, ingenious farce about desperate times calling for some very desperate measures. Bong being Bong, the tone veers wildly, but always in service of the class politics.

Rory O’Connor:

PARASITE: A near perfect film from Bong Joon-ho. Further confirms the director as cinema’s greatest large canvas political satirist since Verhoeven.

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TARANTINO EM CANNES [+trailer]

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O novo filme de Tarantino era um dos mais aguardados na competição oficial do Festival de Cannes desde quando fora anunciado aos 45 minutos do segundo tempo. A sessão de estreia foi exatamente hoje e, pelas reações do povo por lá, aparentemente ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD será mais um grande filme do diretor. Indiewire, The Guardian, Screendaily, e vários outros falaram bem. Só que as reações positivas não foram unânimes e, curiosamente, vi vários críticos brasileiros desgostosos com o filme… Tinha que ser.

A impressão inicial que deu pra sentir em alguns comentários que andei lendo é a de que se você é fã do trabalho de Tarantino, provavelmente não vai se decepcionar, e vai “sacá-lo” mais do que o frequentador médio de cinema, que só quer conferir as novidades do fim de semana. Parece que não é um filme perfeito, mas demonstra muita paixão pelos filmes, pelo cinema que Tarantino tanto ama e que os fãs do cara vão se sentir em casa. Enfim, tô só fazendo um registro. Eu particularmente caguei pra essas opiniões e continuo com as minhas boas e velhas expectativas. E depois deste novo trailer que soltaram hoje, minha animação aumentou ainda mais:

RICK DALTON é o cara!

Não conhecem RICK DALTON? Trata-se de um personagem fictício do novo filme de Quentin Tarantino, ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD, interpretado por Leonardo DiCaprio. Um ator de filmes de ação e western spaghetti nos anos 60, cujos filmes, que não existem obviamente, ganharam esses fake-posters lindões:

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ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD estréia hoje em competição oficial no Festival de Cannes.

TRÊS NOTÍCIAS

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Três boas notícias que podem alegrar sua segunda-feira:

 

• John Hillcoat, diretor de umas coisas fenomenais, como A PROPOSTA e A ESTRADA, foi escalado para dirigir um remake de WITCHFINDER GENERAL, clássico de Michael Reeves estrelado por Vincent Price. Será produzido por Nicolas Winding Refn.

• Assim que finalizar a ficção científica AD ASTRA, o próximo trabalho de James Gray será ARMAGEDDON TIME, que está sendo anunciado como um filme autobiográfico, baseado nas memórias de infância do diretor.

• Provavelmente meu diretor francês favorito em atividade, Leos Carax (LES AMANTS DU PONT-NEUF, POLA X, HOLY MOTORS), está preparando um novo filme, um musical chamado ANNETTE, que já tem confirmado Adam Driver e Marion Cotillard no elenco.

10 DOUBLE ZERO, um cagesploitaion

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A sinopse oficial do filme diz que 10 DOUBLE ZERO será ambientados na Louisiana, onde dois policiais partem numa jornada de vingança caçando assassinos de policiais. Mas à medida em que se aproximam dos alvos principais, eles se vêem envolvidos numa conspiração dentro da força policial.

Nic Cage, pelo visto, anda com certa moral. Deve estrelar este aqui e já possui uma fila de produções a serem lançadas este ano, sendo que algumas eu estou realmente interessado em conferir, como COLOR OUT OF SPACE, de Richard Stanley, que eu já anunciei aqui, e PRISONERS OF THE GHOSTLAND, dirigido pelo japonês maluco Sion Sono.

10 DOUBLE ZERO já está em fase de pré-produção e será dirigido por Christian Sesma, um especialista em filmes de ação de baixo orçamento “direct to video” cujo trabalho eu não conheço. Quem sabe tá aí um novo talento a ser descoberto?

MAD MEL E SEU BANDO SELVAGEM

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Eu nem lembrava mais desse projeto, mas o site Deadline me lembrou hoje que Mel Gibson está envolvido na direção e no roteiro da refilmagem do clássico MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA. Aparentemente, Mad Mel começou a reunir o seu bando selvagem: Michael Fassbender, Jamie Foxx e o anão mais querido da atualidade, Peter Dinklage, entraram em negociações para fazerem parte do grupo.

É legal lembrar que a ideia de refilmar a obra-prima de Sam Peckinpah não é nenhuma novidade. Em 2006, por exemplo, o diretor e roteirista David Ayer estava em negociações para dirigir o remake. Na época, Ayer só tinha um trabalho no currículo como diretor, o ótimo TEMPOS DE VIOLÊNCIA (Harsch Times, 2005). Como se sabe, a coisa não foi pra frente. Por volta de 2011, Tony Scott era o nome anunciado para comandar a bagaça. No ano seguinte Toninho pulou de uma ponte e não está mais entre nós… Infelizmente, porque eu adorava o que ele vinha fazendo nos últimos anos antes de sua morte. E agora surge Mel Gibson e, pela primeira vez, a coisa toda não parece um boato. Aparentemente, o projeto está avançando.

E, olha, tô encarando isso com muita boa vontade. “Ain, mas não podem refilmar esse clássico do meu Peckinpah“. Porra, eu tô cagando que é um remake! Relevo totalmente esse fato! É um western com uma premissa massa dirigido pelo MEL GIBSON, bicho, com todas as liberdades criativas que ele quiser fazer. Ponto. O resto é resto… Só o fato de ter um anão no elenco já mostra que será diferente. Deve ser mais uma homenagem, algo que reverencia o original, do que um remake xerox.

O filme original, dirigido por Peckinpah é sobre um grupo envelhecido de foras-da-lei à procura de um último grande golpe enquanto o tradicional oeste americano desaparece ao seu redor e a era industrial começa a tomar conta de tudo. Eles são perseguidos por um bando liderado por um ex-parceiro. O filme tinha os casca-grossas Wiliam Holden, Ernest Borgnine, Robert Ryan, Edmond O’Brien, Warren Oates e Ben Johnson no elenco.

Por isso, a única coisa discutível até o momento é que o elenco que tem se formado até o momento é bem mais jovem, e eu preferia que pelo menos isso fosse como no original, com atores mais envelhecidos. Mas não dá pra querer tudo. Mel Gibson é um puta diretor e tem tudo pra ser um western fodido, cheio de sequências de ação com o primor que lhe é capaz, como em APOCALYPTO (2006) e ATÉ O ÚLTIMO HOMEM (Racksaw Hidge, 2016). Este, aliás, foi o último trabalho de Gibson na direção, e deve ter dado novamente uma moral ao sujeito. O filme foi um sucesso de crítica e comercial, arrecadando mais de US $ 170 milhões nas bilheterias e conquistando seis indicações ao Oscar, vencendo melhor mixagem de som e melhor edição.

BACURAU EM CANNES

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BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é o representante brasileiro em competição em Cannes. Ontem teve a sua estreia e parece que surpreendeu o público do festival. O tweet do crítico A. A. Dowd, do A.V. Club, me deixou bem animado:

BACURAU is wild shit. I would not have guessed that dude who made NEIGHBORING SOUNDS would turn around and (co)direct a movie that reminds me of John Carpenter, Wes Craven, and FIRST BLOOD. But this is where we are, and I’m glad we got here.

O filme ainda tem o grande Udo Kier no elenco… Enfim, agora BACURAU entrou definitivamente  na lista de prioridades para este ano.

TARANTINO EM CANNES

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Depois de alguma hesitação, se Quentin Tarantino conseguiria finalizar seu novo filme, ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD, a tempo de uma premiere no festival de Cannes, que começa no próximo dia 14, a organização do evento anunciou hoje que o filme do sujeito estaria oficialmente pronto para o mundo.

Aos 45 do segundo tempo, portanto, depois de uma primeira lista de filmes em competição já ter sido anunciada, como disse neste post, teremos Tarantino com ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD na disputa pela Palma de Ouro, 25 anos depois de ter ganhado o prêmio neste mesmo festival com PULP FICTION.

Ambientado em Hollywood, no final dos anos 1960, ONCE UPON A TIME IN HOLLYWOOD é estrelado por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, respectivamente, como Rick Dalton, um ator de filmes de ação, e Cliff Booth, seu dublê de longa data. Os dois moram ao lado de Sharon Tate (Margot Robbie), a atriz grávida, esposa do diretor Roman Polanski, que foi assassinada pelos seguidores de Charles Manson em 1969.  Curioso para saber como Taranta vai retratar todo o universo que rodeia esses acontecimentos… Emile Hirsch, Timothy Olyphant, Kurt Russell, Bruce Dern, Damian Lewis, Dakota Fanning, Al Pacino, e vários outros, estão no elenco.

THE LIGHTHOUSE

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THE LIGHTHOUSE é o novo trabalho de Robert Eggars, diretor do fantástico A BRUXA, um dos meus filmes de horror favoritos da década.

Existem poucas informações sobre este THE LIGHTHOUSE até agora, mas a primeira imagem (acima), liberada esta semana, já deu um gostinho de ansiedade. Foi anunciado como um filme de fantasia, horror, drama, mas parece ser algo bem intimista, pouco povoado (como era também o trabalho anterior do diretor), centrada em torno desses dois sujeitos e um farol na Nova Escócia. Atualmente, o filme só lista os dois atores no imdb: Willem Dafoe, que interpreta um personagem chamado “Old”, e Robert Pattinson.

Eggers vem se revelando um cineasta defensor da criação de um senso de autenticidade. Pattinson e Dafoe recentemente confirmaram que as condições de filmagem de THE LIGHTHOUSE eram “duras” e que os dois dificilmente se falavam, exceto nas suas cenas juntos. Em uma entrevista recente, Pattinson chegou a dizer que queria dar um soco em Eggers de tão obsessivo ele era. Além disso, Eggers se manteve firme em gravar em filme preto-e-branco de 35mm, evitando a recomendação de filmar em digital e depois converter na pós-produção.

A A24 Films, que também distribuiu A BRUXA, distribuirá THE LIGHTHOUSE, que terá sua estréia no Festival de Cannes agora em maio, fora da competição.

CANNES 2019

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Na última quinta saiu a seleção oficial do Festival de Cannes deste ano e me parece que a competição será bem boa. Obviamente sempre tem um ou outro filme cujo interesse da minha parte é zero, como o novo do Xavier Dolan, diretor de alguns dos piores filmes que vi nos últimos anos. Mas no geral, a seleção deste ano tem uma maioria que me desperta, no mínimo, curiosidade, incluindo trabalhos de diretores dos quais nunca ouvi falar.

Já dos nomes que me interessam do cinema atual, à saber, teremos Jim Jarmusch, Bong Joon-Ho e Marco Bellocchio. Outros, já gostei mais em tempos passados, hoje já não tenho muita paciência, mas mesmo assim acho que é sempre válido uma conferida (Pedro Almodóvar, Terence Malick e os irmãos Dardene)… Vai que acertam…

Segue a lista da seleção (com eventuais comentários gratuitos):

A HIDDEN LIFE, de Terence Malick: É sobre um austríaco que se recusa a lutar pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. É uma boa premissa, o problema é que desde A ÁRVORE DA VIDA Malick, ao invés de fazer FILMES, prefere fazer snapchats, stories de instagram, ou melhor, trailers de três horas de duração… Aí fica difícil.

ATLANTIQUE, de Mati Diop

BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. É o nosso representante brasileiro. Não sou muito fã de O SOM AO REDOR e até hoje não vi AQUARIUS. Mas este aqui pode surpreender. Além disso o filme conta com a presença de Udo Kier… ❤

DOLOR Y GLORIA, de Pedro Almodóvar. Sobre um diretor de cinema que reflete sobre as escolhas que ele fez na vida. Deve ter algo de autobiográfico. Com Antonio Banderas, que já estava virando astro de filmes de ação B em Hollywood.

FRANKIE, de Ira Sachs

IL TRADITORE, de Marco Bellocchio. O diretor é um dos grandes mestres do cinema atual, mas vai ser difícil ver um filme sobre um mafioso chamado Tommaso BUSCETTA sem soltar umas risadas ou fazer piadas… Ainda assim, é um dos mais aguardados.

IT MUST BE HEAVEN, de Elia Suleiman. Uma comédia sobre um cineasta, aparentemente o próprio Elia Suleiman, que viaja para diferentes cidades e encontra paralelos inesperados de sua terra natal, a Palestina… A ideia me lembra um bocado o que o Nanni Moretti fazia nos anos 90.

LE JEUNE AHMED, Jean-Perre e Luc Dardenne. Os irmãos Dardenne têm um estilo muito próprio, muito peculiar, que com o passar dos anos me cansou um bocado acompanhar seus filmes. Mas ainda tenho boas lembranças de ROSETTA e O FILHO. E acho que eles são bons em abordar assuntos espinhosos. Este aqui, por exemplo, será sobre um adolescente que trama um plano para matar seu professor depois de fazer uma interpretação extremista do Alcorão.

LES MISÉRABLES, de Ladj Ly

LITTLE JOE, de Jessica Hausner. Tem uma pegada sci-fi: Uma planta geneticamente modificada espalha suas sementes e parece causar mudanças surpreendentes em criaturas vivas.

MATTHIAS & MAXINE, de Xavier Dolan. Tô fora!

THE WILD GOOSE LAKE (Nan Fang Che Zhan De Ju Hui), de Yi’nan Diao

PARASITE, de Bong Joon-ho. Depois de duas super produções internacionais, O EXPRESSO DO AMANHÃ e OKJA, Bong retorna seu olhar ácido para o lado podre da sua amada Coreia do Sul. Outro dos mais aguardados da competição.

PORTRAIT DE LA JEUNE FILLE EN FEU, de Céline Sciamma

ROUBAIX, UNE LUMIÈRE, de Arnaud Desplechin. O diretor já é um veterano do cinema francês, mas nunca vi nada dele. Este aqui me interessa: Um chefe de polícia do norte da França tenta resolver um caso em que uma mulher idosa foi brutalmente assassinada.

SIBYL, Justine Triet

SORRY WE MISSED YOU, de Ken Loach. Já ganhou um monte de Palma de Ouro esse senhor. Vi pouca coisa dele, mas me parece um diretor interessante, sempre com uma preocupação sobre as questões sociais que afligem os ingleses. Não deve ser diferente este aqui…

THE DEAD DON’T DIE, de Jim Jarmusch. O sujeito já fez desconstrução de alguns gêneros (gangster, vampiros, western…). Agora é a vez do zombie movie. Não sei se vai dar certo, mas adoro o trabalho do Jarmusch e só pelo elenco que reuniu aqui já vai valer a pena: Bill Murray, Steve Buscemi, Tom Waits, Danny Glover, Iggy Pop, Adam Driver, Tilda Swinton, Chloe Sevigny e é melhor parar por aqui… Acho que é o meu favorito dessa seleção.

THE WHISTLERS, de Corneliu Porumboiu

Uma pena que os filmes novos do James Gray, Verhoeven e Tarantino não ficaram prontos a tempo…

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Cartaz deste ano, uma homenage à Agnès Varda

[trailer] DOMINO, DE BRIAN DE PALMA… Bom, pelo menos esperamos que ainda seja

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Sete anos depois de seu último trabalho, o injustamente ignorado PASSION, Brian De Palma parece estar oficialmente de volta com um filme fresquinho. Depois de vários problemas e atrasos que nem valem a pena comentar agora (mas vale dizer que o De Palma não teve o corte final da produção, então temos que torcer para que o estúdio não tenha cagado tudo e seja o que Deus quiser…), o thriller DOMINO finalmente será lançado em maio nos cinemas e no mercado VOD. O  primeiro trailer apareceu hoje.

No elenco temos Nicolaj Coster-Waldau (GAME OF THRONES), Carice van Houten (GAME OF THRONES também) e Guy Pearce (de um monte de filmes). A trama de DOMINO é sobre um policial de Copenhague que procura justiça, numa caçada de gato e rato, pelo responsável do assassinato de seu parceiro, cometido por um homem misterioso.

O RETORNO DE RICHARD STANLEY, COM NIC CAGE, EM ADAPTAÇÃO DE LOVECRAFT

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Não sei o que é melhor nessa notícia. Richard Stanley voltar a dirigir; Nic Cage novamente se envolvendo com os produtores de MANDY; ou o fato dessa turma toda estar adaptando um Lovecraft. De vez em quando coisas boas acontecem… Segundo o site Deadline, Nicolas Cage foi escalado para estrelar uma adaptação de A COR QUE CAIU DO CÉU, do mestre do horror H.P. Lovecraft, de 1927. O filme será dirigido pelo cineasta sul-africano Richard Stanley, em seu primeiro longa (de ficção) em vinte anos. Para Cage, o projeto também é uma nova parceria com a produtora SpectreVision, que realizou MANDY, um dos melhores filmes do ano passado. As filmagens da adaptação de A COR QUE CAIU DO CÉU devem começar já no mês que vem.

Para comemorar, recomendo assistir aos dois principais trabalhos de Stanley: HARDWARE (1990) e DUST DEVIL (1992), este último, uma obra-prima esquecida do horror noventista que merece urgentemente uma redescoberta. Stanley ficou conhecido também pelas atribuladas filmagens da versão de A ILHA DO DR. MOREAU, de 1996, com Val Kilmer e Marlon Brando, finalizado por John Frankenheimer. Depois de ser demitido da produção – e por conta de outras atitudes, como por exemplo usar explosivos em tentativa de sabotar o andamento das filmagens – o diretor entrou numa lista negra e nunca mais conseguiu filmar em condições “normais”. O máximo que conseguiu era um curta-metragem aqui, uns video-clipes ali, documentários acolá… Finalmente Stanley tem sua chance de sair do limbo.

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SCHRADER NO OSCAR

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Os membros da academia não tiveram colhões pra eleger FIRST REFORMED, último trabalho de Paul Schrader, entre os indicados a Melhor Filme. Mas isso já era esperado. Uma pena que Ethan Hawke também não esteja entre os escolhidos na disputa de Melhor Ator. Fará falta. O sujeito entrega aqui uma dos mais fortes desempenhos de sua carreira. Ao menos Schrader concorrerá na categoria Roteiro Original. É difícil, mas ficamos na torcida. Porque FIRST REFORMED merece todo o reconhecimento, seja lá de onde vier, mesmo que todos falem “ah, o Oscar é uma bobagem, é uma premiação feita à base de lobby“. Mas é também o tipo de coisa que define o futuro de um cineasta veterano como Schrader. Receber um prêmio hoje é ganhar fôlego (e financiamento) para um próximo filme.

E isso vale também para o Spike Lee, que está na jogada com o seu sensacional BLACKKKLANSMAN. Esse sim, concorrendo à vários dos prêmios principais, incluindo Melhor Filme e Diretor.

FIRST REFORMED e BLACKKKLANSMAN, os dois maiores filmes do ano passado, já têm minha torcida no Oscar 2019.