IL MAESTRO ESTÁ DE VOLTA

Dez anos depois de DRACULA 3D, il maestro dell’orrori Dario Argento ataca, no auge dos seus 81 anos, com OCCHIALI NERI, que hoje ganhou essa belíssima arte aí em cima.

Baseado em um roteiro de 2002 que Argento e Franco Ferrini escreveram e que foi arquivado quando Cecchi Gori, a produtora, pediu falência, a trama segue Diana, uma jovem que perdeu a visão e encontra um guia em um menino chinês chamado Chin. Juntos, eles vão rastrear um assassino perigoso através da escuridão da Itália.

OCCHIALI NERI tem estreia marcada agora em fevereiro no Festival de Berlim.

O PÁSSARO DE PLUMAS DE CRISTAL (1970)

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Revisão do primeiro trabalho do maestro italiano do horror, Dario Argento, como diretor. É também seu primeiro giallo, sub-gênero que o consagrou. Claro, Argento não inventou o giallo, mas é um dos maiores responsáveis, junto com Mario Bava e Sergio Martino, pela sua sofisticação estética e fundamentação de seus conceitos. Mas O PÁSSARO DE PLUMAS DE CRISTAL ainda é o começo de tudo para Argento, sem o abuso de suas composições simétricas, cenários estilizados e exuberância de cores, mas fica evidente que o sujeito já sabia muito bem o que fazer com os elementos estéticos do gênero e com formulações importantes dos gialli, como a ideia do “investigador casual”, geralmente alguém ligado às artes ou um jornalista, que pode ou não ter testemunhado os crimes cometidos pelo assassino da trama, e passa a investigar o caso. Na verdade, para quem conhece alguma coisa do Argento, é legal perceber como ele já mantinha algumas obsessões atrás das câmeras, a começar pelo assassinato brutal de mulheres, indo por detalhes da cena do crime vistos pelo olho humano, mas enganados pela memória, os traumas do passado reverberando no presente, a busca obsessiva e, consequentemente, a falsa revelação da verdade… 

Em O PÁSSARO DE PLUMAS DE CRISTAL, Sam (Tony Musante) é um escritor americano que vive em Roma. Certa noite, a caminho de casa depois de socializar com um amigo, e completamente por acaso, acaba testemunhando uma tentativa de homicídio envolvendo a bela esposa de um dono de uma galeria de arte.

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Sam não consegue entrar no local para salvá-la, pois fica preso entre um conjunto de portas de vidro. Tudo o que o sujeito consegue é observar a mulher em agonia com o bucho perfurado por uma faca e esperar que alguém chame a polícia a tempo de salvá-la. A sequência é uma das mais inspiradas do filme, um trabalho de tensão e suspensão temporal – segundos que parecem horas – realizado com maestria.

Depois, Sam descobre que a mulher sobreviveu, e a polícia lhe diz que ela é apenas mais uma das poucas vítimas recentes de um serial killer que está operando na área. O assassino, um homem vestido com uma capa de chuva preta e, claro, um par de luvas de couro preto, sempre consegue escapulir antes que os policiais possam ser chamados e, para desgosto de Sam, continua à solta.

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A força policial de Roma, liderada pelo inspetor Morosini (Enrico Maria Salerno), tem boas intenções, mas não consegue apresentar pistas sólidas sobre o caso. Isso inspira Sam, que teve seu passaporte confiscado pela polícia até que estejam cem por cento positivos de que ele não tem nada a ver com os assassinatos, a fazer um pequeno trabalho de detetive por conta própria. Ele espera poder limpar seu nome e levar o assassino à justiça, matando dois coelhos com uma cajadada só.

O protagonista logo começa uma busca pela verdade. E é por isso que o um dos principais conceitos do giallo é essa lógica do “investigador casual”. Esqueçam um bocado os elementos estéticos, que obviamente estão lá (as luvas pretas e as facas reluzentes), mas que as pessoas geralmente usam como definição do gênero. Lembremos que para Argento a genialidade do giallo está exatamente nesse ponto: na ambiguidade que surge nessa quebra de uma tradição cinematográfica no qual a figura do policial faz apenas seu trabalho, enquanto a “testemunha casual”, geralmente um artista, se sente mais compelido a ir atrás da verdade, que no fim das contas é a função do artista, seja lá por qual meio artístico ele se expresse, que é investigar verdades que sirva para si e para o seu público. É o que faz o artista no giallo desbravar e arriscar, tentando resolver o mistério.

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Enquanto alguns de seus filmes posteriores são peças sublimes do horror surreal e bizarro, O PÁSSARO DE PLUMAS DE CRISTAL é um mistério de assassinato mais direto e, digamos, “realista”, que faz um bom ponto de partida para aqueles que não estão familiarizados com o trabalho de Argento ou até mesmo com o gênero. E fiquei impressionado até como o filme é bem mais intenso do que eu lembrava, com um estado de suspense que se mantem quase durante toda a narrativa. O filme ainda não possui muito do visual extravagante, como já disse antes, a exemplo de outros trabalhos de Argento, como SUSPIRIA e INFERNO, mas a cinematografia daqui é do grande Vittorio Storaro e tem muito estilo, o filme todo é lindamente fotografado, com muitos movimentos de câmera fluidos, então não deixa de ter momentos de deslumbre estético, que no fim das contas também faz parte da essência do giallo.

Há uma cena incrível, e particularmente sádica, em que a câmera assume o ponto de vista de uma das vítimas, acompanhando seu olhar, seus gestos, para revelar a figura do assassino imponente na porta de um quarto pronto para fazer mais um estrago. Não há aqui nenhuma grandiosa cenas de morte, como depois viriam as sequências operísticas de PROFONDO ROSSO, SUSPIRIA e TENEBRE, entre tantos mais. Ainda assim, o suspense é muito bem desenvolvido, a música de Ennio Morricone pontua com precisão, e soluções visuais discretas como essa citada são desses pequenos momentos de inventividade que Argento andava a experimentar e aqui já é digno de nota.

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O filme é a primeira parte de uma espécie de “trilogia dos animais” que marcou o início de carreira de Argento, formado ainda por O GATO DE NOVE CAUDAS e 4 MOSCAS NO VELUDO CINZA, que já comentei por aqui há alguns bons anos. Adoro os três filmes, mas fica claro pra mim o critério de, não sei se “aprendizado” seria a palavra ideal, mas funcionam bem como rascunhos das obras geniais que Argento viria a fazer alguns anos depois e que já citei durante o texto. Mas é o belo início de carreira de um dos maiores nomes do cinema mundial.

SUSPIRIA (1977)

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Vocês sabem, SUSPIRIA, o clássico absoluto do horror italiano do mestre Dario Argento, será lançado num remake dirigido por Luca Guadagnino, de ME CHAME PELO SEU NOME. Pra mim, remakes nem fedem nem cheiram, mas acabo assistindo. Se forem bons, elogio, se forem ruins, lamento a perda de tempo… Poderia ter visto coisa melhor. Mas mantenho sempre a ideia de que o original estará lá para ser visto e revisto independente de quantas refilmagens fizerem. No caso de SUSPIRIA, até acho que pode sair algo interessante. O cinema de horror atual anda num bom momento e acho o Guadagnino um sujeito com talento. É só não esperar nada no mesmo nível que é a maravilha do Argento que vou encarar de boa…

Sobre o filme do Argento, revi há poucos dias em DVD em casa mesmo. Uma belezura. Mas a melhor experiência que tive com o filme, foi mais ou menos há um ano quando SUSPIRIA passou remasterizado no Instituto Moreira Sales, da Paulista, onde tive a oportunidade de sentir o poder sensorial dessa obra-prima do horror em todo o seu esplendor. Quero dizer, aquela telona explodindo a exuberância de cores e o volume até o talo, ficou simplesmente impossível sair da sessão sem estar, no mínimo, atordoado.

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Nem é o meu filme favorito do Argento, fico com INFERNO (1980) ou PROFONDO ROSSO (1975), mas SUSPIRIA tem um cantinho reservado no coração e revê-lo é uma experiência visual transcendental, seja numa tela de cinema, seja na TV em DVD. Sempre fico de queixo caído com sua narrativa onírica, a trilha sonora experimental do Goblin, o design de produção estilizado e as composições visuais meticulosamente trabalhadas em benefício do horror, de um universo de horror muito próprio, um mundo de beleza, mistério, oculto e violência… É um festival sensorial único, a síntese do filme de horror como arte.

A sinopse é bem simples: uma estudante americana de balé, Suzy Banyon (Jessica Harper), chega numa noite tempestuosa em Freiburg, na Alemanha, para estudar numa prestigiosa academia de dança. Quando um táxi a deixa na entrada do local, ela vê uma jovem na porta agindo de modo estranho antes de sair para a noite, correndo pela floresta encharcada e escura. No dia seguinte, quando Suzy se estabelece na escola, descobre que a garota que viu na noite anterior foi brutalmente assassinada. A partir daí, Suzy começa a perceber que há algo nitidamente bizarro, ocorrências estranhas vão rolando na escola e com seu corpo docente, e ela resolve meter o nariz para descobrir…

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Qualquer coisa além disso já não tem tanta importância. Quero dizer, para ser sincero, a trama e seus dispositivos narrativos, construção de personagens e etc, não são exatamente o que mais interessam ao Argento, ainda que integrem o universo formal do diretor como contador de história de terror. O fato é que Argento chega a um ponto da carreira no qual o enredo e personagens se tornam completamente subservientes ao visual, à atmosfera, à música. O que realmente importa em SUSPIRIA, portanto, é a lógica de pesadelo que motiva os personagens a agirem de forma absurda em cenários barrocos onde a violência é bela. São exatamente os momentos em que o trabalho visual se destaca que SUSPIRIA se revela tão magistral e original. A sequência do primeiro assassinato é uma das minhas favoritas, digna de antologia: a violência, o sangue, a faca entrando no coração exposto e os últimos e trágicos enquadramentos (alguns dos mais icônicos do horror italiano)… O que se vê na tela é pura poesia.

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Dizem que Daria Nicolodi, atriz e roteirista italiana que era casada com Argento e que escreveu o roteiro de SUSPIRIA, baseou-se nas experiências de sua avó, que frequentou uma escola de atores onde os professores também ensinavam magia negra aos alunos… Vai saber se isso é verdade. Em outras declarações, ela diz que a ideia de SUSPIRIA teria surgido de um sonho que teve. O que faz mais sentido. A sensação parece ser mesmo a de um pesadelo estruturado num conto de fadas macabro, com os personagens falando coisas sem sentido e percorrendo os corredores sinistros e ricamente decorados da Academia de Dança. É como se Suzie entrasse numa espécie de buraco do coelho, como em Alice no País das Maravilhas, só que o mundo paralelo aqui é mais peculiar ao pesadelo, ao horror. SUSPIRIA me mostrou o quão aterrador, poético e sofisticado o cinema de horror italiano pode ser (e não só o Argento, mas também Fulci, Bava, Soavi, Freda, etc).

Então, que venha o remake, mesmo tendo consciência de que vai ser praticamente impossível superar este aqui. Mas se for bom, já tá valendo.

Ah, e só pra lembrar, SUSPIRIA é o primeiro exemplar de uma trilogia unida a partir da ideia das “Três Mães”, um triunvirato de bruxas ancestrais e maléficas cuja magia poderosa lhes permite manipular eventos mundiais em escala global. Os outros filmes são o já citado INFERNO e THE MOTHER OF TEARS.

DEMONS 2 – ELES VOLTARAM (Dèmoni 2… l’incubo ritorna, 1986)

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O primeiro DEMONS, segundo consta nos nos bastidores do cinema de horror italiano, foi realizado com o propósito de gerar lucro rápido, porque Dario Argento, um dos produtores e roteiristas do filme, havia estourado o orçamento de seu PHENOMENA e precisava recuperar essa grana. Com dinheiro bem mais reduzido, Lamberto Bava na direção, e umas ideias originais, o filme acabou indo além do esperado. Não apenas foi um sucesso de bilheteria, como tornou-se um dos mais representativos clássicos do gênero naquele período. Os produtores, obviamente exigiram uma continuação, DEMONS 2, que veio no ano seguinte. Continuar lendo

DEMONS – FILHOS DAS TREVAS (Dèmoni, 1985)

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Era moleque quando vi DEMONS, acho que peguei passando em algum canal da TV aberta, por incrível que pareça… Experiência dessas que fodem totalmente a cabeça da criança e por isso agora tenho esse “bom” gosto pra filmes… Enfim, revendo hoje, continua uma lindeza, que impressiona por vários motivos, mas principalmente por uma simplicidade narrativa em proveito de uma, digamos, piscada de olho na direção dos experimentados fãs de cinema de horror europeu, o que torna DEMONS não apenas um clássico pelo seu grau de divertimento, mas por realmente ter uma representatividade simbólica dentro do gênero. Continuar lendo

4 MOSCAS NO VELUDO CINZA (4 mosche di velluto grigio, 1971)

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4 MOSCAS NO VELUDO CINZA é a terceira parte da famosa “trilogia dos animais” que marcou o início da carreira de Dario Argento como diretor. Os outros filmes são O PÁSSARO DAS PLUMAS DE CRISTAL e O GATO DE NOVE CAUDAS, todos os três estruturados no subgênero que Argento cristalizou, aquele dos assassinatos misteriosos, dos matadores de luvas pretas, cujas vítimas quase sempre são moças indefesas ou coadjuvantes desavisados e o principal suspeito, geralmente, é o herói que precisa correr contra o tempo para desvendar os mistérios e provar sua inocência. Yeah, estamos falando do giallo, o subgênero mais elegante do cinema popular europeu!

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A trama de 4 MOSCAS é centrada no baterista de uma banda de rock, interpretado por Michael Brandon, que se vê envolvido numa enrascada quando acaba matando acidentalmente um sujeito desconhecido que o seguia. O problema é que uma figura estranha, mascarada, fotografou o crime e começa a fazer chantagens com o pobre músico. Durante sua jornada, cheia de conflitos psicológicos, tentativa de resolver o caso e se segurar para não ir à policia e se entregar, o rapaz conta com a ajuda de vários indivíduos interessantes, como o personagem vivido pelo grande Carlo Pedersoli, mais conhecido como Budd Spencer, que fazia a alegria da moçada na Sessão da Tarde, e um detetive gay interpretado por Jean-Pierre Marielle.

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É curioso como o filme tem um caráter bem mais experimental que os dois gialli anteriores. É como um divisor de águas na carreira do italiano. PÁSSARO é um bom filme de estreia, mas que nunca me empolgou muito, GATO já consegue resultados bem mais expressivos, mas é aqui em 4 MOSCAS que Argento começa a subverter certos padrões visuais para se tornar o gênio que foi. É, DRACULA 3D demonstra sérios sinais de que ele perdeu aquela genialidade…

Ainda bem que temos um 4 MOSCAS pra poder rever. Na minha opinião é o mais interessante dessa trilogia inicial, mesmo sendo considerado um esboço de PROFONDO ROSSO em alguns quesitos, principalmente no que confere aos procedimentos técnicos, na forma como Argento trabalha sua câmera, na criação da atmosfera de suspense. O assassinato no parque, por exemplo, é uma belíssima demonstração de manipulação de cenários, tempo, clima, coisas que Argento aperfeiçoaria mais tarde. Vários outros instantes são de encher os olhos, como a perseguição no metrô, além da sequência que rola a grande revelação do caso, por mais absurda que seja, parece plausível e muito bem resolvida visualmente.

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Em conversa com o Felipe M. Guerra, ele me conta que a tal ideia absurda partiu do Luigi Cozzi, que foi co-roteirista de 4 MOSCAS. Não vou revelar detalhes, mas Argento relutou em aceitar por achar muito fantasioso, mas, nas palavras do próprio Felipe, “Cozzi arrumou um artigo retirado de uma dessas revistas sensacionalistas e sem nenhuma fundamentação científica. (…) Ele mostrou o recorte e o Argento se convenceu“. Ainda bem!

Outro destaque óbvio é a trilha sonora do mestre Ennio Morricone, ingrediente fundamental em algumas cenas chaves, como no impactante desfecho, quando o belo e o brutal entram em perfeita sintonia como poucas vezes se vê por aí. 4 MOSCAS NO VELUDO CINZA é Argento em sua melhor forma, por isso mesmo obrigatório!

GIALLO (2009)

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Se fosse realizado nos anos 70, GIALLO não teria nada de especial, seria apenas um bom suspense policial em meio às tantas obras-primas que o cinema italiano apresentou no período. Mas no contexto atual, o novo filme de Dario Argento é tudo aquilo que se espera da discreta proposta de retornar às origens de um gênero estuprado por jovens cineastas – americanos, na grande maioria – e que atualmente vem tentando se revitalizar com alguns bons exemplos aqui e ali. O filme continua não tendo muito de original, mas Argento consegue provar que é possível fazer um excelente trabalho, à moda antiga, sem a frescurada de hoje, montagens espertinhas ou efeitos especiais em CGI (como o próprio Argento havia errado a mão em A MÃE DAS LÁGRIMAS).

Apesar do nome, GIALLO não possui os elementos necessários para fazer parte do subgênero que o diretor ajudou a consolidar na Itália nos anos 70 e 80. E qualquer um com o mínimo de desconfiança sabe que é praticamente impossível fazer um legítimo giallo nos dias de hoje. Mas nem era essa a pretensão de Argento. Ele simplesmente dirige uma trama policial onde temos Adrien Brody encarnando um detetive a procura de um serial killer que sequestra belas mulheres para desforrar seus traumas em cima delas. O “amarelo” do título (que em italiano é giallo), se deve a uma peculiaridade do tal bandido. No elenco, ainda temos Emmanuelle Seigner vivendo a irmã de uma das vítimas e que resolve se meter no caso…

O filme serve também para provar que Argento permanece como um dos grandes nomes do horror e um artista único na condução e no controle de todos os elementos que tem em mãos, como a estética das cores, a movimentação da câmera desvencilhada, a mise en scène, a violência gráfica, com direito à baldes de sangue, como nos velhos tempos de TENEBRE e PROFONDO ROSSO. O conteúdo pode ser simples (embora o roteiro tenha boas sacadas com o passado do personagem de Brody), mas na forma Argento continua genial. Cada detalhe de cena, planos memoráveis (como a do final quando Brody se afasta do local do crime), a fotografia, tudo é valorizado ao máximo para trazer um novo frescor ao gênero e colocar o nome de Dario Argento de volta ao panteão, de onde nunca deveria ter saído. Uma pena que a distribuidora daqui fez o favor de nos poupar de ir ao cinema assistir a esta belíssima obra na tela grande.