Não sei se estão sabendo, mas muito provavelmente em 2017 teremos o retorno de uma das séries mais geniais da história da televisão mundial e, de brinde, o regresso de um dos seus criadores, sujeito que há quase uma década tem deixado muita gente na saudade… Estou falando de TWIN PEAKS e do diretor David Lynch. Portanto, já estava com vontade de rever a série de qualquer jeito, mas como a patroa ainda não tinha visto o programa, resolvi aproveitar para apresentar a ela e voltar àquele universo estranho, àqueles personagens peculiares, aos mistérios e todas as coisas boas que a série teve pra oferecer…
Quando TWIN PEAKS passou por aqui na TV aberta no início dos anos 90, eu era muito moleque para entender o que acontecia ali. Além disso, não me organizava pra ver os episódios em sequência, nem mesmo assitia-os por inteiro… De todo modo, alguma coisa sempre me fascinou. Mas só fui ver e entender o que era mesmo quando saiu em DVD lá por volta de 2004. Já não era mais menino e pude apreciar a obra com a devida atenção. Desde então, TWIN PEAKS se tornou a minha série de TV favorita. Por mais que eu goste do estilo atual das séries, de uns BREAKING BAD’s, TRUE DETECTIVE’s e GAME OF THRONES da vida, era TWIN PEAKS que sempre teve um lugar favorito no meu coração… ❤
E rever a série agora pela, digamos, terceira vez (considerando aquelas conferidas cretinas de quando ainda era um “projeto de gente”) reforçou ainda mais essa opinião. TWIN PEAKS continua uma lindeza. Só revi a primeira temporada por enquanto, mas já deu pra refrescar a cuca e perceber como é absurdamente genial, como ainda hipnotiza com seu charme, seu estilo sombrio, mas ao mesmo tempo com um humor tão singular, povoado de personagens e situações bizarras, a trilha de Angelo Badalamenti, além de uma qualidade sem equivalentes na televisão no período em que foi lançada. Um produto de transgressão, sem dúvida alguma.
A primeira temporada é bem curta. Tem um piloto de 90 minutos e outros seis episódios apenas. A trama gira em torno do assassinato de uma jovem, aparentemente exemplar, Laura Palmer, e um agente do FBI é atraído à região por desconfiar que se trata de mais uma vítima de um serial killer que vem perseguindo. A partir disso a série se desenvolve como uma teia que se entrelaça entre a galeria de personagens, um mais esquisito que o outro, e vai revelando o lado podre e subversivo da pequena Twin Peaks. Sem contar os possíveis elementos sobrenaturais que de vez em quando entra em cena no local pra deixar as coisas bem mais interessantes e que servem de escape para que David Lynch explore suas bizarrices, as coisas malucas que saem da sua cabeça e do co-criador, Mark Frost…
Um bom exemplo acontece no episódio em que o agente do FBI, Cooper (Kyle MacLachlan), tem um sonho e todos os elementos que fazem parte do imaginário visual de Lynch vão se manifestando com precisão (clima pesadíssimo, cortinas vermelhas, um anão dançante, personagens falando de maneira bizarra). Também chama a atenção o cuidado na criação de cada personagem, nas suas excentricidades… Gosto especialmente da senhora do tronco. Pra mim, um ícone de TWIN PEAKS.
Pode ser frustrante para algumas pessoas o desfecho que a primeira temporada oferece. Que aliás, não há final algum. Pelo contrário, deixa tudo aberto para a segunda temporada, que ainda preciso rever com a patroa. Esta segunda é bem grandinha, com seus vinte e poucos episódios que deixa um pouco o mistério “Quem matou Laura Palmer?” de lado para explorar ainda mais o cotidiano e as subtramas que os personagens de Twin Peaks vivem. Vamos ver como vai ser na revisão, mas pelas minhas lembranças a série perde um bocado da força lá pelas tantas, mas ainda assim não deixa de ser interessante e de ter gás suficiente pra se manter como uma das melhores coisas que a televisão mundial já produziu. Portanto, vejo com bons olhos esse retorno e acho que uma terceira temporada em 2017 promete muito…
É curioso ainda que um par de anos depois dessa primeira temporada, Lynch lançaria um longa metragem contando os últimos dias de Laura Palmer em, er… TWIN PEAKS – OS ÚLTIMOS DIAS DE LAURA PALMER (1992). Essa é uma lacuna que preciso corrigir assim que terminar rever a série… O único filme do sujeito que ainda não vi.
Pra finalizar, a introdução de TWIN PEAKS, uma mistura de imagens bregas com os sublimes acordes de Badalamenti e que acabam resultando numa espécie de tradução conceitual do que esperar em cada episódio dessa maravilha de série:
Poderia escrever mais sobre series! Em especial a primeira temporada de True Detective que foi uma coisa que mudou minha vida! rs
Até poderia mesmo… Já estava pensando em fazer isso. Especialmente algumas coisas mais antigas que eu costumo assistir, como Twilight Zone e Miami Vice…
Pena que a segunda temporada de T. Detective foi tão chatinha… Se fosse um filme de 2 horas renderia um policialzão daqueles!
Outras que gostei pra cacete recentemente foram The Knick, Fargo e o Daredevil (ansioso pela segunda temporada!!!).
Complementando, diversas das melhores cenas da série parecem ser uma extensão daquela cena fantástica de Veludo Azul com o Dennis Hopper no cabaré com os seus capangas.
Twin Peaks é realmente uma baita expansão do universo do Lynch.
A música de introdução é muito marcante.
Lembro que o episódio da segunda temporada no qual o serial killer é revelado, têm uma das melhores cenas que o Lynch já dirigiu. Envolve um bar, luzes neon, atmosfera e muita música.
Baita série, mas na minha opinião OS SOPRANOS que surgiu na tv ainda nos anos 90, consegue superar ela.
Taí uma série que nunca vi toda… Os Sopranos eu só vi uns cinco episódios e parei. Precisava retomar.