THE WASP WOMAN faz parte de uma série de refilmagens que mencionei no post anterior, na qual o mestre Roger Corman, num acordo com o canal Showtime em meados dos anos 90, atualizou alguns clássicos que dirigiu, como BUCKET OF BLOOD (59), e produziu, como PIRANHA (78), de Joe Dante, e HUMANOIDS FROM THE DEEP (80), de Barbara Peeters, lançandos diretamente para a TV.
Dirigido por um dos pupilos mais prolíficos de Corman, Jim Wynorski, a trama de THE WASP WOMAN é exatamente a mesma do filme de 59. Janice Starlin (Jennifer Rubin), proprietária e principal modelo que estampa a publicidade de uma grande empresa de cosméticos, descobre que as ações vêm caindo e uma das propostas dos marketeiros é justamente recrutar uma modelo mais jovem (que vem a ser a deliciosa Maria Ford) para dar uma cara nova à empresa. Desconcertada com essa situação, Janice acaba dando uma chance a um cientista desacreditado, Dr. Zinthorp, que desenvolveu um estranho soro derivado de hormônios de vespas.
Os resultados não poderiam ser mais extremos: se por um lado as rugas e olheiras de Janice desaparecem e seu aspecto jovial é evidente, por outro ela desenvolve a capacidade de se transformar numa vespa gigante (com grandes peitos, porque… bem, é o Wynorski, né?) com um incontrolável desejo de matar qualquer um que tenha, em algum momento, se colocado contra ela.
Desconsiderando as desigualdades dos tipos de produções de classe B realizado nos anos 50 e um da mesma estirpe na década de 90, há duas grandes diferenças que saltam aos olhos entre o original e esta refilmagem. A primeira delas é o visual da criatura, a vespa-monstro com tetas, que apesar de ter uma mobilidade limitada consegue ter um impacto muito mais forte que a máscara tosca usada por Susan Cabot no filme original. O orçamento de ambos são mínimos, mas é fato que construir uma fantasia complexa como esta daqui era bem mai fácil nos anos 90…
A segunda diferença é o teor sexual de algumas situações, mais especificamente a exploração erótica de corpos femininos, com a presença de belos pares de peitos de fora balançando na tela. Claro que a sexualidade feminina entra no pacote filosófico de temas que o filme de 59 abordava, mas nudez seria algo quase impensável no filme de Corman. Já este material nas mãos de Wynorski, em plenos anos 90, fica difícil não ter, especialmente com Maria Ford no elenco, protagonizando algumas ceninhas interessantes. A personagem de Jennifer Rubbin apresenta também alguns momentos excitantes, uma pena que ela mesma não tenha mostrado nada de seus atributos e utilizou uma dublê de corpo nas suas cenas.
Ainda assim, em comparação com outros filmes do Wynorski, o que temos aqui é pouco em relação à nudez. É óbvio que o filme não devia depender disso, no entanto, e já entrando no ponto negativo do filme, uma quantidade maior de mulheres nuas ajudaria bastante. Apesar de ter algumas modificações e a visão de Wynorski impressa na tela, esta versão de THE WASP WOMAN sofre muito por ficar preso a um enredo escrito algumas décadas antes, o que torna o filme sem ritmo, cansativo e sonolento, em grande parte da projeção.
Os admiradores do trabalho do diretor vão perceber que THE WASP WOMAN está longe de ser dos seus melhores filmes, mas também não é uma total perda de tempo. Vale uma conferida nem que seja pelos momentos dos ataques da vespa-monstro peituda e pela oportunidade de ver algumas figurinhas legais do cinema classe B marcando presença, como Daniel J. Travanti, Gerrit Graham, o fiel colaborar de Wynorski Lenny Juliano, as deliciosas Melissa Brasselle e Julie K. Smith (numa ponta “piscou perdeu”) e até o diretor Fred Olen Ray. Então… por mais chatinho que possa ser em alguns momentos, já temos vários motivos pra conferir essa versão de THE WASP WOMAN. Mas não deixem de conferir primeiro o original!
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Jennifer Rubin é aquela viciada lindona de Hora do Pesadelo 3 (mais linda que Patricia Arquette). Nos outros filmes dela não teve dublê de corpo.