TWIN PEAKS – PRIMEIRAS IMPRESSÕES DA NOVA TEMPORADA

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No último episódio da segunda temporada, Laura Palmer (Sheryl Lee) diz ao agente Cooper (Kyle MacLachlan) que dentro de 25 anos eles se veriam novamente. E ontem, finalmente, isso aconteceu. Fui surpreendido ao assistir aos episódios 1 e 2 da nova temporada de TWIN PEAKS. Mas quem não foi? Eu imaginava que seria um “retorno” ao mesmo universo da série como uma espécie de “soft reboot“, esperando talvez um apanhado do que já vimos antes, mostrando aquele mesmo mundinho fascinante da cidade do título na atualidade, com seus novos mistérios, mas com os mesmos personagens envelhecidos. No entanto, David Lynch e Mark Frost  resolveram foder com a mente de todo mundo com algo totalmente novo. Os caras romperam as fronteiras da pequena Twin Peaks e todos os seus mistérios bizarros, surreais e sobrenaturais já não cabem dentro da pequena cidade.

Logo no primeiro episódio somos levados à Nova York, no alto de um prédio muito bem protegido por sistemas de segurança e guardas, onde Sam (Ben Rosenfield) mantém  várias câmeras gravando uma grande caixa de vidro vazia selada. No Black Lodge, um distúrbio está desequilibrando a estabilidade dessa célula espiritual onde o Agente Especial Dale Cooper se encontra preso durante todos esses 25 anos. Já o Cooper “do mal” – agora possuído por BOB, como confirmado no último episódio da segunda temporada, quando Cooper bate a cabeça contra a parede, lembram? – viaja pela América recrutando ou acompanhado de pessoas que me parecem estar possuídos pelos mesmos espíritos que habitavam os entornos de Twin Peaks. Chamado de Mr. C no episódio 1, o sujeito se envolve com personagens esquisitos, assassinatos e busca por misteriosas coordenadas… Ou seja, é o personagem mais foda até agora, mesmo sem entender muito bem suas motivações.

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Além disso, um assassinato hediondo põe uma pequena cidadezinha em estado de choque e o diretor da escola (Matthew Lillard) atrás das grades, mesmo jurando não ter cometido tais crimes. Apesar de ter sonhado com o fato…

Acho que já dá pra perceber que a trama do novo TWIN PEAKS afasta-se do estilo “novelesco” que marcava as temporadas anteriores. Agora, Lynch e Frost parecem mais ligados aos dramas policiais da atualidade (CSI, TRUE DETECTIVE), mas com o estilo bizarro e surreal de Lynch, além do sobrenatural que sempre fluiu à série. Vai ser interessante ver como esses elementos se reúnem em TWIN PEAKS 2017 e ver como eles coagulam dentro da querida cidade de Twin Peaks.

Há uma quantidade considerável cenas e imagens intrigantes, excêntricas e aparentemente soltas e deslocadas da trama, que sempre marcaram o estilo de Lynch. Ele e Frost deixam as coisas sempre abertas, vão soltando pistas visuais e apontando pra elementos que a princípio é só mais uma maluquice da mente dos criadores. Mas que depois se revelam essenciais. É uma série que vai precisar da sua plena atenção.

É curioso também ver os crueis efeitos do tempo nos atores. Parece que estamos reencontrando velhos amigos, mas ao mesmo temo bate certa melancolia, como por exemplo, ao ver a senhora do tronco (Catherine Coulson), já tão frágil. É de estraçalhar o coração sabendo que a atriz se foi pouco tempo depois… Várias outras figuras da série original são as caras por aqui e ainda não dá pra saber a importância de cada um deles nessa expansão.

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Enfim, TWIM PEAKS está de volta com seu universo ampliado, com novos e velhos rostos e muito mais macabro e sombrio. Nem os episódios mais sombrios das duas primeiras temporadas chegam no nível de terror que, por exemplo, a sequência da caixa de vidro do primeiro episódio deste aqui. Não quer dizer que seja melhor, ou pior, é apenas uma característica que vale a pena destacar.

Atualmente, eu não tenho acompanhado série alguma. Mas parei tudo pra poder acompanhar TWIN PEAKS e estou bem feliz pelo resultado até agora. E mais feliz ainda pelo retorno de David Lynch atrás das câmeras, nem que seja numa série. Já que declarou que nunca mais faria filmes de novo, pode ser que seja a oportunidade de ver a obra final de um diretor que sempre admirei.

THE REAL PUNISHER

A primeira temporada da série do Demolidor, DAREDEVIL, produzida pelo Netflix, foi uma das melhores coisas que assisti em 2015 em termos de ação (aliás, agora que me dei conta que não postei minha habitual lista de melhores filmes de ação do ano passado…que não foi lá grandes coisas, mas preciso postar, ainda há tempo). Muito superior àquela porcaria que o Ben Affleck estrelou lá por 2001 ou 2002, a série é badass pra cacete, visceral, humana e é recheada de sequências de ação da mais alta qualidade. Essa semana saiu o trailer da segunda temporada, que tem como trunfo a presença do Justiceiro (Punisher), que sempre foi um dos personagens que mais me interessou quando colecionava quadrinhos na minha adolescência nos anos 90. E o trailer tá de arregaçar:

Vivido por Jon Bernthal, o Shane de THE WALKING DEAD, a participação do Justiceiro/Frank Castle na série tem tudo para ser um dos grandes momentos deste ano, e Bernthal é uma boa escolha. O personagem já tinha chegado às telas duas vezes na década passada. Primeiro com THE PUNISHER (2004), com Thomas Jane no papel principal, e em PUNISHER: WAR ZONE (2008), com o personagem sendo encarnado por Ray Stevenson. O primeiro é passável, dá pra assistir, pelo que me lembre… Mas o segundo é péssimo em todos os sentidos. Tenho certeza absoluta que esse novo Justiceiro de DAREDEVIL vai arrasar com esses dois.

MAAAASSSS… Não vamos esquecer que o melhor Justiceiro de todos é e sempre será o Dolph Lundgren e uma das melhores adaptações de quadrinhos de todos os tempos ainda é (e sempre será também) THE PUNISHER, de 1989, dirigido pelo Mark Goldblatt:

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A segunda temporada de DAREDEVIL vai estrear em março, mas até lá eu revejo essa belezinha, que é insuperável!

TWIN PEAKS – PRIMEIRA TEMPORADA (1990)

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Não sei se estão sabendo, mas muito provavelmente em 2017 teremos o retorno de uma das séries mais geniais da história da televisão mundial e, de brinde, o regresso de um dos seus criadores, sujeito que há quase uma década tem deixado muita gente na saudade… Estou falando de TWIN PEAKS e do diretor David Lynch. Portanto, já estava com vontade de rever a série de qualquer jeito, mas como a patroa ainda não tinha visto o programa, resolvi aproveitar para apresentar a ela e voltar àquele universo estranho, àqueles personagens peculiares, aos mistérios e todas as coisas boas que a série teve pra oferecer…

Quando TWIN PEAKS passou por aqui na TV aberta no início dos anos 90, eu era muito moleque para entender o que acontecia ali. Além disso, não me organizava pra ver os episódios em sequência, nem mesmo assitia-os por inteiro… De todo modo, alguma coisa sempre me fascinou. Mas só fui ver e entender o que era mesmo quando saiu em DVD lá por volta de 2004. Já não era mais menino e pude apreciar a obra com a devida atenção. Desde então, TWIN PEAKS se tornou a minha série de TV favorita. Por mais que eu goste do estilo atual das séries, de uns BREAKING BAD’s, TRUE DETECTIVE’s e GAME OF THRONES da vida, era TWIN PEAKS que sempre teve um lugar favorito no meu coração… ❤
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