E chegamos ao top five!
05. CAVALO DINHEIRO (2014), de Pedro Costa
E o top 5 começa com uma errata… Só agora, depois de postar os outros quinze filmes anteriores, percebi que incluí um filme de 2014 na lista. Erro meu, falha minha, não tem problema. Não vamos sofrer por causa disso, até porque eu só fui conferir CAVALO DINHEIRO em 2016 mesmo, e valeu a pena porque é um baita filme! Não sou tão ligado no cinema do Pedro Costa, mas sei que ele faz muita ligação entre seus filmes, sempre na mesma ambientação, os mesmos personagens… Aqui é o Ventura, esse sujeito aí em cima, uma figura carimbada de outros trabalhos do Costa, como no excelente JUVENTUDE EM MARCHA, quem protagoniza essa viagem por uma espécie de submundo/purgatório onde evoca seu passado. O sujeito é uma presença fantasmagórica que vaga em suas próprias memórias, por espaços alegóricos, corredores de hospital, ruínas, encontrando pessoas com as quais interage e confessa seus dilemas mais profundos dentro de certos contextos históricos, e eu, este pobre cinéfilo de meia-tijela, que coloca tanto um Michael Bay quanto um Pedro Costa num mesmo top 10, completamente hipnotizado e embasbacado com cada plano, com cada movimento de Ventura, com tudo o que ele evoca… Enfim, uma fábula sobre a história de um homem contada da maneira mais sublime possível.
04. THREE (2016), de Johnnie To
Não tem jeito, toda vez que o To resolve fazer filme policial, gangster, crime, ação, por mais simples que seja, acaba parando numa posição privilegiada nas minhas listas. Em THREE tudo se passa num mesmo espaço e temos um policial, um bandido ferido algemado à um leito de hospital e uma médica, que são as peças que To precisa para construir sua fábula dos pequenos acasos, de dilemas morais e muito suspense, num domínio de direção a um nível que poucos realizadores possuem atualmente. E ainda sobra tempo para realizar o tiroteio mais badass, estilizado e surrealista do ano!
03. CAPITÃO AMÉRICA: GUERRA CIVIL (2016), de Anthony e Joe Russo
Outra bizarrice na lista. Uma produção da Marvel no terceiro lugar… Mas finalmente temos um filme de super-heróis maduro, com dramatização bem construída, personagens fortes e, principalmente, sequências de ação que são verdadeiros espetáculos cinematográficos. Duas, em particular aqui, são das melhores coisas que eu já vi num filme de heróis: a batalha épica no aeroporto, com vários super heróis trocando sopapos entre si, com um dos melhores usos de super poderes que eu já vi nesse, digamos, “subgênero”; e o quebra-pau final, Bucky e Capitão vs Homem de Ferro. Só essas duas cenas já valem a terceira posição.
02. A BRUXA (2015), de Robert Eggers
Escrevi sobre essa coisa linda aqui.
01. ELLE (2016), de Paul Verhoeven
Só poderia ser o tão aguardado novo filme do grande Paul Verhoeven pra coroar a lista de melhores filmes de 2016. E o retorno do holandês tinha que ser bem ao seu estilo: perverso, polêmico, ambíguo, amoral e colhudo pra cacete! Longe de ser dos seus melhores filmes, um Verhoeven menor ainda encabeça uma lista de favoritos do ano facilmente. Mas ELLE é porrada! Pesado, em vários momentos eu me senti estranho acompanhando as desventuras de uma protagonista que tem o corpo violado e passa a ter uma relação com seu estuprador. Sem julgamentos morais e soluções fáceis, apenas Verhoeven sendo Verhoeven, um dos maiores pervertidos do cinema fazendo seu manifesto sobre desejos e tabus. Obviamente vale destacar a atuação monstruosa de Isabelle Huppert e finalizo por aqui essa relação de melhores filmes de 2016, porque já não aguento mais…