SETTE WINCHESTER PER UN MASSACRO, aka PAYMENT IN BLOOD (1967)

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A princípio, uma das coisas mais legais em percorrer a carreira do diretor italiano Enzo G. Castellari é descobrir e escrever sobre alguns Spaghetti’s que eu demoraria décadas para conferir. Eu nunca tinha ouvido falar de SETTE WINCHESTER PER UN MASSACRO, um bom exemplar que, diferente de POCHI DOLLARI PER DJANGO, que comentei aqui outro dia, trata-se da oficial estreia do Castellari como diretor, assinando com um pseudônimo americanizado, E. G. Rowland.

O filme é sobre um ex-coronel sulista, Thomas Blake (Guy Madison), que não aceita a derrota na guerra de secessão e reúne um grupo de peculiares bandidos para tocar o terror pelos territórios por onde passa. Até que um dia, um misterioso pistoleiro, Stuart (Edd Byrnes) se junta ao bando e propõe a todos a ir recuperar um tesouro de duzentos mil dólares enterrado num cemitério indígena.

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O tema caça ao tesouro seria abordado por Castellari em alguns de seus filmes seguintes, como VOU, MATO E VOLTO e VOU, VEJO E DISPARO, formando uma espécie de trilogia… Refletindo aqui um bocado, acho que é provável que este aqui seja o melhor deles. É um filme bem cuidado e que me fisgou logo de cara, nos créditos iniciais, com aquelas telas com uma cor predominante, mesmo estilo de TRÊS HOMENS EM CONFLITO e outros Spaghettis, com imagens da guerra civil americana e a trilha sonora composta por Francesco De Masi. Depois disso há um prólogo inspirado, violento e cheio de ação (algumas cenas reaproveitas de POCHI DOLLARI PER DJANGO) que apresentam os personagens do bando, cada um com suas habilidades especiais, como o uso da faca, chicote, um deles dá uma voadora e corta a garganta de um sujeito com as esporas!!!

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SETTE WINCHESTER já demonstra também um Castellari mais à vontade na direção, experimentando na montagem e em alguns enquadramentos interessantes, como a cena em que o coronel Blake aparece pela primeira vez em seu esconderijo em território mexicano, mostrado em super closes de partes da face, como a boca ou os olhos, antes de mostrar seu rosto. Na sequência da ação no final, no cemitério indígena, Castellari faz um belo jogo de sombras e incrementa com elementos de horror. Como Peckinpah ainda não havia mostrado ao mundo o que se pode fazer com tiroteios filmados poeticamente em câmera lenta, Castellari ainda filmava ação de modo convencional, o que não quer dizer que seja ruim. A cena do massacre de xerifes é um belíssimo exemplo disso.

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Mas o filme sofre um pouco com o ritmo, tem alguns momentos de marasmo e alguns personagens são bem desinteressantes. Outro problema é que não consigo ver o ator Edd Byrnes na pele de herói de Spaghetti Western, como é o caso aqui… embora grande parte do elenco esteja ótimo, especialmente Guy Madison. Apesar disso, ainda acho obrigatório para os fãs do gênero e do diretor.

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