Antes de se tornar um dos diretores mais conspícuos do cinema classe B pós-80’s, Jim Wynorski ganhava experiência e bagagem cinematográfica trabalhando como roteirista, escrevendo artigos sobre filmes de gênero em publicações como a Fangoria e estando sempre envolvido em produções do mestre Roger Corman. Quando chegou o momento de realizar seu primeiro trabalho como diretor, juntou todos os clichês de seus filmes favoritos, se envolveu com várias pessoas ligadas ao tipo de cinema que queria fazer e misturou com com todas as suas obsessões próprias. O resultado é THE LOST EMPIRE, um sci-fi muito louco que possui ninjas assassinos, artefatos místicos, um feiticeiro decano, terras desconhecidas, mulheres peitudas com figurinos provocantes e um elenco bem batuta!
O enredo é tão divertido quanto bagunçado e acho que não valeria a pena ficar perdendo tempo explicando. Mas só prá dar um gostinho, trata-se de três beldades que vão parar numa ilha comandada por um feiticeiro chamado Dr. Sin Do para descobrir as circunstâncias do irmão de uma delas ter sido assassinado por um bando de ninjas. Lá acontece um torneio de artes marciais, ao mesmo tempo mulheres são mantidas escravas em trajes mínimos e, por fim, o tal Dr. possui planos diabólicos de combinar algumas pedras preciosas antigas que lhe darão poder para conquistar o mundo!
É Jim Wynorski prestando homenagem às coisas que tanto ele quanto nós adoramos no cinema grind house e exploitation. Percebe-se em THE LOST EMPIRE influências do próprio Corman, mentor de Wynorski e produtor de vários de seus filmes (incluindo este aqui), Jack Hill, Russ Meyer (pelas várias cenas de peitos de fora), e até filmes de espionagem estilo 007. Jim nunca foi um diretor estiloso, mas sempre demonstrou habilidade para filmar cenas marcantes, sexys e engraçadas, além de muita personalidade para trabalhar com vários rostos famosos dos filmes B. Analisando a carreira do sujeito, percebe-se um sutil amadurecimento no trabalho de direção, especialmente nos anos 90, mas é incrível como Jim já tinha pulso firme pra fazer o que queria já nesta primeira experiência atrás das câmeras.
Um detalhe marcante neste debut é a quantidade de celebridades do cinema independente que Winorsky conseguiu reunir em THE LOST EMPIRE. Isso é que dá ter Roger Corman como padrinho. Do lado feminino, várias musas do cinema classe B que nunca tiveram receio de tirar a blusa, como Melanie Vincz, Raven De La Croix (que trabalhou com Russ Meyer), Angela Aames, Linda Shayne e a deusa exuberante Angelique Pettyjohn. Na ala carrancuda temos Blackie Dammett (também conhecido por ser pai de Anthony Kiedis, vocalista da banda Red Hot Chilli Peppers), o fortão Robert Tessier e o grande Angus Scrimm (o Tall Man, da espetacular série de horror PHANTASM), que faz o vilão Dr. Sin Do.
Atualmente, Jim Wynorski ainda se encontra em pleno vapor e já possui computada uma filmografia com mais de cem títulos. Nem todos são bons, muito menos obrigatórios. Mas para quem se interessa por cinema independente de gênero ou admira o trabalho do homem, THE LOST EMPIRE é imperdível.
Esse filme aí do Wynorski é tipo um “Mortal Kombat” versão exploitation?
Não chega a tanto… hehe! Mas até que seria uma boa definição.
Lembrando que o próprio Anthony Kiedis se meteu a ser ator naquele “Caçadores de Emoção” com Keanu Reeves e Patrick Schwayze