BACK IN ACTION (1993)

O criador do Tae Bo, Billy Blanks (que aquela altura se metia a fazer filmes de porrada), encarna um ex-soldado das forças armadas americanas que agora trabalha como taxista. O problema é sua irmã, que vive se metendo (e metendo) com a escória, meliantes, gangsters e traficantes de drogas. Dividindo a tela, temos o típico policial casca grossa, vivido pelo ex-wrestler canadense “Rowdy” Roddy Pipper.

Com essas duas figuras em ponto de bala, BACK IN ACTION começa quente: O cenário é um cemitério onde ocorrerá uma negociação de entorpecentes. De um lado, a bandidagem (com a irmã do Blanks pagando de gostosa), do outro, a polícia agindo sob disfarce. E nas beiradas, Blanks tentando tirar a irmã dessa vida.

É claro que a negociação vai pelos ares e começa um tiroteio de lascar. O parceiro de Piper leva chumbo e morre, a irmã de Blanks acaba sequestrada. Piper e Blanks cruzam o caminho um do outro, trocam umas porradas num bar e mais tarde juntam forças para chutar a cara, metralhar e explodir vagabundos ao melhor estilo ação desenfreada dos anos 80/90.

Dirigido pela dupla Steve DiMarco e Paul Ziller (este último fez muita coisa… digamos, que nos interessa), o enredo importa bem pouco, porque a essência está na ação desses dois brutamontes e na química que resulta dessa parceria na luta contra o crime. Blanks nunca foi um ator talentoso, mas até que está bem à vontade por aqui, o que realmente vale é a sua eficiência nas sequências de luta. E se Roddy Pipper não é nenhum Orson Welles na atuação, ao menos possui carisma de sobra. Não vamos esquecer que o sujeito é o protagonista de ELES VIVEM, um dos filmes mais geniais de um dos diretores mais geniais que existe: John Carpenter. Piper e Blanks voltariam ainda a juntar forças alguns anos depois em TOUGH AND DEADLY.

A produção evidencia o baixo orçamento, no entanto, como vários filmes B de ação desse período, nota-se que boa parte do dinheiro foi muito bem gasta para a construção de sequências de ação, especialmente no departamento de dublês. O filme inteiro é recheado de cenas de pancadaria, tiroteiros, explosões e até uma ótima perseguição de carros pelas ruas movimentadas. A contagem de corpos é bem alta. Só não esperem algo do nível dos caros exemplares de ação de um Schwarzenegger ou Stallone. BACK IN ACTION tem pretensões mais discretas,mas para os amantes de um pequeno B movie de ação, diverte na medida certa.

HELL COMES TO FROGTOWN (1988)

Assisti a este aqui outro dia e SIM, o filme é tão divertido e engraçado quanto o título e o cartaz sugerem! HELL COMES TO FROGTOWN tem como protagonista ninguém menos que Roddy Piper, de ELES VIVEM, e é sempre um prazer poder acompanhá-lo durante 90 minutos de canastrice e frases de efeitos em uma produção sem grandes pretensões, a não ser a de entreter seu público com uma série de ingredientes imperdíveis reunidos num mesmo filme.

Pra começar, Piper vive o último homem fértil do planeta em um futuro pós apocalíptico, onde guerras nucleares deixaram grande parte da população estéril. Ele é, então, recrutado pelo governo para uma missão peculiar. Colocam-lhe um cinto de castidade explosivo – para que não tente fazer bobiças – e junto com duas gostosas (entre elas Sandhal Bergman) precisa resgatar algumas ninfetas férteis que estão mantidas como reféns em uma cidade de mutantes bizarros que possuem corpos humanos e cabeças de sapo!

Apesar de todo esse potencial aparente de obra prima do cinema B americano oitentista, HELL COMES TO FROGTOWN não deixa de ser bem problemático e, provavelmente pelo baixo orçamento, pode desapontar quem espera ação de qualidade. É muito lento, em determinado momento, e acaba não sendo o clássico cultuado que eu gostaria que fosse… Na verdade, o filme, dirigido pela dupla Donald G. Jackson e R.J. Kizer (que eu não faço a menor idéia de quem sejam), é praticamente esquecido atualmente.

Mas putz, como é divertida essa bobagem toda! Roddy Piper é muito carismático, um dos atores mais engraçados do cinema americano – e não me lembro dele ter feito alguma comédia – e aqui está impagável com a sua desconfortável situação, sempre rodeado de mulheres, sem poder aproveitar, gerando uma série de gags hilárias a partir disso. O filme não explora a nudez de suas atrizes, mas não chegamos a sentir falta (o que não deixa de ser um filme sexy). O elenco está todo muito bem e conta com a ilustre presença de William Smith!

A premissa, as situações cômicas que surgem a partir daí, e o elenco já garantem uma diversão que contagia tranquilamente e compensa, por exemplo, a ação que é bem fraquinha (a não ser a do final, que é bacana). Quem já está acostumado com o ciclo de filmes pós apocalípticos de baixo orçamento dos anos 80 já sabe o que esperar por aqui. Além disso, há os “homens sapos”, um elemento a mais que prende a atenção, especialmente com as maquiagens incríveis, numa época em que os realizadores ainda se preocupavam em criar algo do tipo sem a ajuda de CGI.