A DOPPIA FACCIA (1969)

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Primeiro filme do Riccardo Freda que assisto. Não sei se era o mais adequado pra iniciar a filmografia do cara, mas devo confessar que valeu a pena. A DOPPIA FACCIA é um belíssimo e sofisticado giallo, baseado numa obra do mestre da literatura policial, Edgar Wallace.

O filme é sobre um sujeito recém casado com uma milionária que acaba surpreendido quando ela pede um divórcio prematuro e, logo a seguir, morre num acidente de carro. O ex-marido é logo apontado como o principal suspeito, após a policia descobrir que o carro havia sido sabotado. O marido em questão é interpretado pelo Klaus Kinski, que é sempre uma presença marcante em qualquer coisa que faça. E ele está muito bem no papel do sujeito amargurado por ter perdido a mulher amada ao mesmo tempo em que se vê acusado; e pior, acaba descobrindo que, possivelmente, ela ainda está viva. A provável revelação acontece numa jornada psicodélica durante uma festa onde o protagonista assiste a um filme erótico cuja “atriz” possui algumas características que pertenciam a sua mulher.

É praticamente uma versão giallo de VERTIGO, de Alfred Hitchcock, e isso fica ainda mais evidente no desfecho. Mas esse tipo de alusão não tira o brilho de A DOPPIA FACCIA, que é uma aula de construção atmosférica, embora algumas cenas com efeitos especiais e miniaturas sejam bem toscos, o que não deixa de ser um charme a mais.