GLOBO DE OURO: INDICADOS, OPINÕES E EXPECTATIVAS

Apenas as categorias de “melhor filme”.

MELHOR FILME – DRAMA

AVATAR: O CAMINHO DA ÁGUA: Como disse no post anterior, estou ansioso pra ver.

ELVIS: Do jeito que eu odeio o Baz Luhrmann, é capaz de demorar muito pra ver isso aqui. Tenho outras prioridades…

OS FABELMANS: Outro que quero muito ver. Spielberg raramente me decepciona.

TAR: Preguiça absurda de ver isso aqui.

TOP GUN: MAVERICK: O único que assisti por enquanto, o que demonstra o quão inútil é esse post… Mas achei legal a indicação desse novo TOP GUN, é um dos meus favoritos do ano, não apenas de ação. Um dos mais puros, sinceros e anacrônicos exemplares do gênero lançados recentemente na seara do blockbuster americano, com toda a carga de adrenalina que o fã do filme original merece. Tom Cruise constrói um personagem que finalmente aceita o peso da idade, falho e mortal… Se seu personagem em MISSÃO IMPOSSÍVEL parece de alguma forma indestrutível, Maverick se sente perto de ultrapassar seus limites, um ponto sem retorno, correndo risco de não conseguir desviar dos mísseis inimigos, suando e bufando pra fazer as manobras no cockpit. Sem deixar de ser badass, é claro. As sequências aéreas, aliás, são um deleite, um espetáculo vertiginoso de tão bem filmadas e editadas. Me deu até vontade de rever…

MELHOR FILME – MUSICAL/COMÉDIA

BABILÔNIA: Filme do Damien Chazelle, né? Até gosto de WHIPLASH, mas não vejo graça alguma no que ele fez depois. E esse aqui tá com uma cara de filme do Baz Luhrmann e, bom… Eu odeio o Baz Luhrmann.

OS BANSHEES DE INISHERIN: Quero muito ver. Qualquer coisa dirigida pelo Martin McDonagh eu vou aguardar ansiosamente. Este aqui ganhou melhor roteiro e melhor ator (Collin Farrell) no último festival de Veneza.

TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO: É o “filme do momento” de 2022. Talvez até ganhe nessa categoria… Mas querem saber? Achei um porre. Num primeiro momento até estava interessado, mas depois que o filme se transforma num comercial do Itaú de uma hora e pouco, a única coisa que eu desejava era que chegasse ao fim e acabasse a tortura… Puta filme chato.

GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT: O primeiro KNIVES OUT é até ok. Vou acabar assistindo isso aqui em algum momento. Mas não tenho pressa alguma.

TRIÂNGULO DA TRISTEZA: Filme que ganhou a Palma de Ouro em Cannes deste ano. Tem seus momentos, especialmente todo o arco que se passa no iate, sobretudo quando o Woody Harrelson tá em cena. Mas num geral, é um filme muito besta, filme de mensagem ideológica óbvia, longo pra cacete, metido a espertinho. Tenho paciência pra esse tipo de coisa não. Mas pelo menos é melhor que o THE SQUARE, filme anterior do mesmo diretor, que é um lixo completo.

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

RRR (Índia): O filme que me fez rever meus conceitos sobre o cinema de ação indiano e ir atrás de outras coisas do lado de lá. Eu não tenho nem palavras pra descrever o espetáculo que é RRR e o talento do diretor S.S. Rajamouli na criação de algumas das sequências mais emocionais, fascinantes e divertidas do ano. Como disse o Hideo Kojima, é um filme que nos faz lembrar do poder do entretenimento. Altamente recomendado.

NADA DE NOVO NO FRONT (Alemanha): Eu já devia ter visto. Adoro o romance de Erich Maria Remarque e até parei pra ver recentemente o clássico de 1930, de Lewis Milestone, que ganhou o Oscar de melhor filme naquela ocasião, e que eu nunca tinha assistido. Tenho visto alguns elogios à essa nova versão, então é só criar vergonha na cara mesmo pra assistir…

ARGENTINA, 1985 (Argentina): Não li nada a respeito e não sei do que se trata. Mas a patroa viu e disse que era pra eu ver, que eu ia gostar. Então, vou ver.

CLOSE (Bélgica): Não fazia nem ideia da existência desse filme até começar a escrever este post. E provavelmente vou continuar sem saber…

DECISION TO LEAVE (Coréia do Sul): Ainda respeito o Chan-wook Park pelos filmes de início de carreira, como OLDBOY e ZONA DE RISCO, mas se tem um cara que tem dado uma preguiça de acompanhar atualmente, é ele… O nível de seu cinema tem caído na mesma proporção que seus filmes têm ficado looooongos. Não são exatamente ruins, mas uma podada, alguém pra dar uns toques pra cortar umas cenas, ia ajudar muito o resultado. Enfim, este aqui tá nesse balaio. Tem umas coisas boas, mas no fim das contas, é mais um filme interminável e chato do homem…

DOIS INDICADOS DE INTERESSE:

THE WHALE: Curioso pra ver a performance elogiadíssima do Brendan Fraser nesse aqui, concorrendo a Melhor Ator – Drama. Sem contar que gosto bastante do diretor Darren Aronofsky. Se for na mesma pegada que THE WRESTLER, já tá bom demais.

BLONDE: Esse eu vi. Torcendo pela Ana de Armas, indicada como Melhor Atriz – Drama, na sua magnífica transformação em Marilyn Monroe, no pesadelo filmado por Andrew Dominik. Filme que gerou um certo desconforto por um suposto viés misógino, muita problematização, etc, os quais não entro em detalhes. Cada um interprete, goste ou deixe de gostar pelos motivos que quiser. Do lado de cá, gostei muito, uma das experiências visuais mais interessantes do ano. E que performance da Ana de Armas!

DVD REVIEW: A CRIADA (2016); A2 FILMES

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Eu gosto pra cacete do diretor coreano Park Chan-Wook. Vocês não? Só que parece que ele nunca mais vai fazer algo do nível de um OLDBOY (03) ou SYMPATHY FOR MR. VENGEANCE (04), obras que colocaram o sujeito no mapa. Mas isso não quer dizer que Park deixou de fazer bons filmes e obviamente recomendo a apreciação de seus trabalhos posteriores… com algumas exceções. Mas para quem já é fã do homem, vai aí uma dica: A CRIADA, último filme de Park, foi lançado em DVD no Brasil pela A2 Filmes, através do selo Mares.

A CRIADA é um thriller com viés feminista baseado no romance de estilo vitoriano Na Ponta dos Dedos, de Sarah Waters, só que transferido para a Coreia ocupada pelos japoneses na década de 30.

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A belezinha Kim Min-hee da foto acima interpreta a herdeira Lady Hideko, que vive isolada e dominada por seu tio cruel, Kouzuki (Cho Jin-woong), que cobiça sua herança. A moça nunca sai da propriedade da família e seu único contato com pessoas de fora é numa série de leitura semanal de literatura erótica para convidados exclusivos, que é forçada a participar pelo seu tio.

Entonces, as coisas mudam um bocado quando entra em cena um casal de vigaristas que elaboram um esquema para botar as mãos nos dotes da moça. Kim Tae-ri interpreta uma ladra talentosa que é contratada como criada da mansão e Ha Jung-woo é um vigarista esperto que se finge Conde. O esquema é fazer com que Hideko se apaixone pelo falso conde e assim meter a mão na grana.

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Só que as coisas não saem exatamente como planejado e ao invés de se apaixonar pelo vigarista, o jogo de sedução acaba rolando entre as duas moças… A falsa criada começa a pensar duas vezes sobre o esquema enquanto cresce sua relação com Hideko, e a curiosidade de Hideko sobre o amor/sexo logo resulta nas duas mulheres compartilhando uma cama em sequências muy calientes. Logo, a farsa toma novos contornos numa intrincada narrativa de pontos de vistas e reviravoltas mirabolantes.

O que se segue é um filme sobre essas duas personagens femininas, que lutam contra os homens numa cultura tão dominadora, para se livrar de suas correntes e reivindicar seu próprio destino.

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A única coisa que me incomoda um pouco em A CRIADA é lá pelas tantas perceber que Park exagera um pouco na duração e uma sutil enxugada daria mais ritmo à narrativa, que já é lenta pela natureza do estilo do diretor – o que não é uma crítica, a câmera, os planos, tudo tem uma lentidão poética que faz muito bem ao filme – mas uns 15 minutos a menos teriam ajudado. Mas é preciso destacar algumas coisas que compensam esse pequeno incômodo: a intricada trama nunca deixa de ter interesse, as atuações, o trio de protagonistas funciona maravilhosamente bem e as duas atrizes tem muita química, especialmente nas cenas de sexo. Fazia tempo que não via no cinema mainstream recente cenas de lesbianismo tão excitantes. A fotografia é impecável, a direção de Park demonstra o trabalho de um artista consciente, que sabe contar uma história e ainda agradar aos olhos. E chega, today let’s keep it short, baby.

Como disse antes, a A2 Filmes lançou A CRIADA em DVD por aqui. Podem procurar que vão encontrar nas melhores lojas do ramo. Vale a pena ter um desses na coleção. Park Chan-Wook é sempre obrigatório. Não deixe de curtir também a página da distribuidora no Facebook para ficar por dentro das novidades.

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