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NEMESIS (1993), de Albert Pyun

A trama já possui certo grau de complexidade que por si só deixa o espectador interessado, ou confuso. Olivier Gruner – que é um robô na vida real – vive Alex Rain, um policial que peleja, no ano de 2027, contra uma organização terrorista que perturba a sociedade, que já não é lá muito tranquila neste período. Ferido diversas vezes, Alex é metade humano e metade máquina, mas ainda é capaz de salvar um cãozinho indefeso quando é preciso. Mas decide se aposentar e conviver com suas dualidades sossegado num canto qualquer. Mas se isso realmente acontecesse, não teríamos o filme, então o chefe de policia determina uma última missão a Alex e para obrigá-lo a realizar tal tarefa, eles implantam uma bomba perto de seu coração. Aí não tem escapatória. Mas à medida que realiza a missão, o nosso herói descobre que está envolvido em uma conspiração cujo objetivo é a conquista do mundo pelas máquinas, e que os terroristas que ele passou a vida exterminando estão, na verdade, lutando pela raça humana!!!
E as referências são bem diversificadas, vai de BLADE RUNNER e FUGA DE NOVA YORK à EXTERMINADOR DO FUTURO, com direito a esqueleto metálico em stop motion azucrinando a vida do protagonista. Mas NEMESIS também pode se orgulhar por ter influenciado a estética de alguns filmes futuristas, principalmente o figurino bem ao estilo MATRIX, com os sobretudos, óculos escuros, ternos pretos, roupas de couro…
O elenco é ótimo. Além do Gruner, temos Tim Thomerson, Cary-Hiroyuki Tagawa, Vincent Klyn, Brion James, e até mesmo uma pequena participação de um jovem Thomas Jane, apanhando de mulher nua, a gata Deborah Shelton.
Sobre as sequências de ação, temos o inicio do filme, os primeiros 15 minutos, que é um dos melhores momentos da carreira do Pyun, um tiroteio frenético muito bem filmado e editado num cenário magnífico. É um trabalho muito interessante que se sobressai ao restante do filme, que nunca consegue atingir o mesmo nível, uma pena. Ainda assim, Pyun não deixa a peteca cair. O seguimento que transcorre no hotel também é bacana e temos Olivier Gruner atravessando o chão fazendo burados com sua metralhadora, como nos desenhos animados. O final até que é legal com um sinistro Tim Thomerson seguindo Gruner e sua parceira por uma floresta em volta de um vulcão, mas não sei, o futuro da humanidade sendo decidido à beira de uma cachoeira é uma coisa feia. Prefiro muito mais os prédios tombados, a atmosfera de destruição e o cheiro de concreto queimado do inicio do filme. Mas tudo bem, o que importa é que NEMESIS é divertido pacas!