
Fui assistir a esse filme pelo Michael Madsen, do qual sou grande admirador e acho um talento desperdiçado, mas acabei curtindo UMA CASA NA COLINA (A House in the Hills), pequeno thriller do diretor Ken Wiederhorn (já falo dele mais adiante), mais pela protagonista, Helen Slater.
Quando ela aparece na tela fiquei com a quela impressão na mente “onde já vi essa atriz?“. Fui ao google e pimba, é a Supergirl dos anos 80. Já tinha apagado da memória esse filme, mas quando eu era moleque nos anos 80, devo confessar que a Slater naquele collant azul, a mini saia vermelha, aquele cabelo esvoaçante, combatendo o crime com super poderes, já despertava algumas fantasias precoces…

Eu sei, eu sei, essa provavelmente não é a melhor maneira de começar um texto, sobretudo na época atual em que vivemos, mas eu acho que ainda posso olhar para uma atriz num filme e admirar sua beleza sem parecer um tarado, certo? É difícil, mas dá. Mas não vou transformar isso aqui numa defesa sobre o assunto. O cinema me faz olhar pra essas beldades, como a Helen Slater, num estado de fascinação e contemplação. Mas se você achar que eu sou machista ou sexista pelo fato de uma das razões de ver UMA CASA NA COLINA é a chance de assistir a Supergirl de topless na frente de um espelho por uns trinta segundos, você deve ser um homem melhor do que eu.


Foda-se, vamos ao filme. Slater interpreta uma atriz de Los Angeles que está cansada de trabalhar como garçonete para sobreviver. Com uma audição para o papel numa novela chegando, uma amiga oferece a ela a oportunidade de tomar conta da casa de um casal rico no fim de semana, pra que ela possa ter paz e sossego.
Só que ela não é informada de que um assassinato aconteceu na casa ao lado na noite anterior. E quando os donos da casa vão embora, eles acidentalmente levam a bolsa de Slater com eles, o que significa que ela tem que subir as escadas até o quarto e experimentar algumas de suas roupas… Ei, é um trecho crucial do enredo!

Enfim, o fim de semana da nossa protagonista dá uma guinada para pior quando ela deixa entrar um exterminador de cupins (Michael Madsen) apenas para descobrir que ele é um criminoso querendo, à princípio, extorquir dinheiro do casal rico (a coisa é bem mais complicada que isso). E como ela está vestida com roupas de madame, o sujeito pensa que ela é a dona da casa. Mas à medida que a história se desenrola entre bandido e refém, a situação começa a ficar um bocado romântica, é claro.
Não querendo dizer que a trama realmente melhora, mas para o meu gosto pessoal, que adora umas tralhas sem noção com cara de “Super Cine”, é preciso dizer que ao menos as coisas ficam mais intrigantes quando surge em cena um vizinho pedindo um vinho pra uma festinha. Na verdade, o sujeito se revela o serial killer que está degolando as madames ricas da região. E tudo fica ainda mais caótico quando o casal rico retorna pra casa, gerando uma confusão danada…




A atuação de Slater é bem boa, expressiva, e, como disse, acabei curtindo o filme por conta dela. Mas em termos de talento dramático, obviamente Michael Madsen é quem sabe das coisas. Digo que é um dos atores mais desperdiçados porque sua carreira nunca andou de acordo com o nível do seu talento. Foram os raros momentos em que esteve em produções que realmente lhe exigiam algo a mais (graças, na maior parte das vezes, ao Tarantino) e acabou relegado ao cinema B em centenas de filmes. O que pra mim é algo positivo, porque eu devoro esse tipo de material. Mas o cara merecia mais. É um dos grandes herdeiros do Robert Mitchum ao lado de Mickey Rourke e aqui, se não tem lá uma atuação digna de Oscar (e não tem mesmo), pelo menos ele demonstra bem porque é digno dessa herança Mitchuniana.
Como o filme é basicamente esses dois personagens e a relação que estabelecem nesse único ambiente, o resultado foi divertido de acompanhar.


Sobre o diretor, esse cara de nome estranho, Ken Wiederhorn, surgiu como um talento por trás de obras de terror e suspense como SHOCK WAVES (1977) e EYES OF A STRANGER (1981). Também dirigiu A VOLTA DOS MORTOS VIVOS 2. Enfim, tem uma filmografia curta, mas com algumas coisinhas bacanas… UMA CASA NA COLINA foi seu último longa e não é exatamente um canto de cisne pra se orgulhar. O filme não tem nada de espetacular. Longe disso. Não é tenso o suficiente, não tem atmosfera, o aspecto é de filme barato feito pra TV, não tem absolutamente nada de mais. Mas tem esses dois atores que eu gosto, tem a Supergirl de topless (e a bunda do Madsen, pra não me acusarem de nada, vou até colocar uma imagem abaixo), então tem pra todo mundo… E pra quem curte um thrillerzinho B, de curta duração, pra passar um tempinho, vale conhecer.
