THE CUT-THROATS (1969)

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Mais um trabalho do diretor John Hayes, aquele de SWEET TRASH, que postei aqui logo no início do ano. O sujeito é simplesmente um mestre esquecido do exploitation americano. THE CUT THROATS é o filme da vez, um thriller fuleiro, mas muito divertido, de II Guerra Mundial. O plot básico, a princípio, se passa nos últimos dias da guerra numa versão de OS DOZE CONDENADOS da putaria: Um grupo de soldados americanos é reunido para uma missão suicida numa base nazista para roubar os planos de guerra do alemães.

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O filme não enrola muito pra começar, embora logo no início tenha uma sequência totalmente gratuita de um alemão estuprando uma moça que vaga pelo campo, que de tão desnecessária já torna a situação, no mínimo, curiosa. Até porque o “campo” parece mais algum fundo de estúdio na Califórnia… E até onde eu entendo de história, os nazistas não chegaram tão longe… Haha! Mas o planejamento e a execução da missão acontece bem cedo. Os soldados americanos atacam a base e fazem a limpa, eliminam praticamente todos os nazistas no local. Fácil. Só que estamos num exploitation do Hayes, então a missão ou os tais planos de guerra são as coisas que menos importa.

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O fato é que a base também é ocupada por um grupo de moças sapecas que fazem a alegria da moçada. E a narrativa acaba se construindo em blocos de situações dos soldados e seus envolvimentos sexuais com as mulheres, desde um show burlesco até as mais variadas possibilidades dentro de aposentos, numa noite bem agitada.

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Outra coisa que faz THE CUT THROATS andar é que o plano do líder do grupo americano não é exatamente o que ele contou a seu time. Planos de guerra? Porra nenhuma! o sujeito está realmente atrás é de uma fortuna em jóias roubadas e ouro que os nazistas acumularam durante a guerra. E ele não está muito interessado em compartilhar seus ganhos com qualquer um, nem mesmo com seus companheiros de guerra. Continuar lendo

SWEET TRASH (1970)

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Ando vendo alguns exploitation bem legais dos anos 60 e 70. Coisas realmente obscuras, bizarras e divertidas das quais nunca ouvi falar, mas que de vez em quando revelam descobertas raras e preciosas. Então para começar as atividades em 2018, um pouco de cinema de exploração por aqui, cinema underground, subversão, violência gráfica e peitos de fora para animar as coisas e espantar o politicamente correto que reinou no ano passado.

Uma das principais descobertas que fiz nesses últimos dias foi SWEET TRASH – uma mistura absurdamente maluca de gangster movie, sexploitation e sci-fi. E também o trabalho de seu diretor, John Hayes. O cara é simplesmente um mestre esquecido do exploitation americano, cuja carreira começa no início da década de 60 e vai até meados dos anos 80, trabalhado tanto na frente quanto atrás das câmeras, escrevendo, montando e dirigindo produções que variam do terror, como o infame GRAVE OF THE VAMPIRE (1972), à filmes sexo explícito.

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O primeiro dele que vi foi este SWEET TRASH, que eu não fazia a menor ideia do que se tratava e me deparei por acaso. Mas valeu a pena. O filme começa mostrando as docas de New York, depois as ruas, o trânsito, pessoas e finalmente um apartamento de carpete vermelho por onde a câmera passeia lentamente numa fluidez que me chamou a atenção… Num único plano a câmera percorre um corredor, adentra um quarto e revela um casal fazendo sexo até enquadrá-los no centro da tela. Geralmente, nessas produções grindhouse independentes um diretor já partiria, com perdão do meu francês, pra putaria, enquanto Hayes resolve dar uma de diretor e trabalha movimentos de câmera, enquadramento, com noção de paleta de cores… como dizia Charles Bukowski, “Nem tudo são garrafas vazias… Há a arte“. Continuar lendo