SCOTT ADKINS + ISAAC FLORENTINE: SEIZED [TRAILER]

SCOTT ADKINS RETOMA PARCERIA COM O DIRETOR ISAAC FLORENTINE NUM FILME DE AÇÃO EXPLOSIVO

Acabei de ver o trailer de SEIZED, que é um dos filmes que tô mais ansioso para conferir este ano. Produção que reúne novamente o diretor Isaac Florentine, um dos maiores especialistas em ação da atualidade (há uns quinze anos que venho falando isso, na verdade) com o maior astro de ação que temos em atividade no cinema ocidental, Scott Adkins.

E SEIZED tá com uma cara muito boa! Aparentemente vai ser mais um petardo de ação e pancadaria. Saca só o trailer abaixo e aproveita pra conferir o grande Mario Van Peebles marcando presença como chefe de um cartel que sequestra o filho de Adkins para colocá-lo de volta em ação (não é a toa que o filme vem sendo chamado de encontro entre JOHN WICK e BUSCA IMPLACÁVEL).

Agora que já assistiram a essas imagens espetaculares, vamos à sinopse oficial: “Escondido com seu filho Taylor na costa mexicana, Nero (Scott Adkins) espera deixar sua violenta carreira nas Forças Especiais para trás. Mas depois que sua casa é atacada e Taylor sequestrado, o misterioso Mzamo (Mario Van Peebles) ordena que Nero elimine os membros de três sindicatos rivais do crime. Se ele falhar, Taylor morrerá. Agora, com balas voando e corpos caindo enquanto Nero completa sua missão, ele corre para encontrar o esconderijo de Mzamo e buscar vingança.

Atualmente, Adkins tem realizado uma boa parceria com o diretor Jesse V. Johnson em filmaços como AVENGEMENT e THE DEBT COLLECTOR, mas foi Isaac foi Florentine que colocou Adkins no radar dos fãs de ação com FORÇA ESPECIAL, de 2003, e a criação de uma das figuras mais fascinantes do cinema de artes marciais recentes, o icônico Yuri Boyka, da série de filmes UNDISPUTED.

Contando com SEIZED, a dupla já possui oito produções em parceria. Enquanto Jesse V. Johnson tem até o momento seis filmes em conjunto com Adkins. A maioria desses filmes, de ambas parcerias, forma a nata do cinema de ação de baixo orçamento da atualidade.

E SEIZED, ao que tudo indica, chega pra fazer parte dessa leva. E dá pra sentir que a coisa vai ser legal, realmente uma mistura maluca de vibes de BUSCA IMPALCÁVEL e JOHN WICK, que são bons materiais para se inspirar. E não há como negar a sensação de filme de ação que assistíamos em VHS pegando em locadoras nos anos 90.

Junto com o trailer, a rapaziada também divulgou uma data de lançamento para SEIZED, que será 13 de outubro, em DVD e nos streamings da vida… Não faço ideia se chega tão rápido no Brasil, mas se não acontecer, temos meios alternativos para poder aproveitar Scott Adkins esmurrando bandidos.

DESERT KICKBOXER (1992)

ec017365b89af0c7d75fdb5b05e431ce

Apesar de DESERT KICKBOXER conseguir variar um pouco o estilo “kickboxing movie”, o resultado não chega a ser dos melhores. Se bem que analisar por alto os filmes do gênero é meio complicado. Embora eu ame o ciclo “Kickboxing Movie” do início dos anos 90, é inegável o fato que surgiu muita porcaria no meio, exemplares genérico sem muita criatividade, atuações ruins, a grande maioria com tramas realmente fracas e lutas mal feitas, ou seja, o principal atrativo dos filmes nem sempre faz valer a pena… DESERT KICKBOXER não é muito diferente disso. Ou talvez seja…

Lembro de ter visto este aqui na TV há muito tempo. Revi esses dias pelo simples fato que se trata do primeiro longa do diretor Isaac Florentine! Daí surgiu a curiosidade de relembrar o filme e confirmar que realmente não é grandes coisas, mas tem seus momentos, dependendo do clima que você estiver…

O ator John Newton foi o Superboy da série televisiva dos anos 80. Apesar de garboso, não chegou a fazer muito sucesso depois. Aqui ele vive Hawk, um policial descendente de índios Navajos que vive num deserto americano, fazendo fronteira com o México, para combater o tráfico de drogas à base da porrada na cara e voadoras. O sujeito foi campeão de kickboxer (ou pelo menos é o que eu imagino, já que é a modalidade indicada no título), mas sofre de um profundo trauma por ter matado o oponente em sua última luta.

Os problemas começam quando uma mulher decide passar a mão na grana de um poderoso traficante, vivido por Paul L. Smith (o Brutus da versão do cinema de Popeye, dirigido pelo Robert Altman), e foge para o deserto com seu irmão retardado tendo sua cabeça à prêmio e a bandidagem à sua cola. Só que Hawk, experiente habitante do deserto, a encontra primeiro. E aí já viu, né?

bscap0012

O filme é bem despretensioso e tem quase totalmente o deserto como cenário. Dá pra perceber claramente que é uma produção pobre, independente e com um ritmo lerdo demais para esse tipo de história. O roteiro não traz nenhuma novidade, mas de vez em quando surge um personagem interessante, como na cena da gangue de motoqueiros cujo líder, vestido de padre, é uma figuraça!

As cenas de luta se resumem ao puro exibicionismo de John Newton (e de seus mullets!). São curtas e sempre contra oponentes que não sabem lutar. Temos apenas duas sequências um pouco mais elaboradas: a do início, mostrando o combate no ringue onde o adversário do protagonista acabou morto (e o cenário não passa de um fundo preto, com alguns flashes de máquinas fotográficas e efeitos sonoros de uma torcida gigantesca) e a luta final, contra o capanga do traficante que curiosamente também é praticante de kickbox!

Mas não esperem a virtuosidade de Florentine nas coreografias. São lutas bem meia bocas, mas justamente por isso, dão aquele charme tosco para os que curtem uma boa tralha. A sequência final é bem preguiçosa, dá pra ver até a sombra da equipe de produção no canto da tela enquanto os atores trocam chutes e o roteiro ainda resolve certas situações com típicos clichês vagabundos. Mas apesar disso e de toda brutalidade física, o final reserva grandes lições filosóficas para o espectador mais atento. Afinal, nada na vida é por acaso, e é isso que Hawk descobre em seu confronto, trazendo de suas memórias traumáticas a motivação para derrotar seu novo oponente. E ainda, aprendida a lição, ele não se deixa cometer dos mesmo erros. Claro que segundos depois, ele utiliza o meliante como escudo vivo pra não levar bala, mas também já seria exigência demais.

FAREWELL TERMINATOR, curta metragem israelense e primeiro trabalho do Florentine, valia muito como curiosidade. Já DESERT KICKBOXER serve mesmo para os fãs arretados do gênero, que sabem apreciar até mesmo os exemplares ruins… para estes, o filme até pode divertir um pouquinho.

FAREWELL TERMINATOR (1987)

bscap0000-1

FAREWELL TERMINATOR é o primeiro filme de Isaac Florentine, realizado ainda em seu país natal, Israel, uma mistura de ficção científica pós-apocalíptica com ação e artes marciais, e que não chega a 30 minutos de duração.

O clima lembra os filmes do gênero daquele período, os rip-off de MAD MAX, principalmente os produzidos pelos italianos e também as tralhas do Cirio H. Santiago e gente dessa laia, mas já demonstra um modesto talento e estilo próprio de Florentine em coduzir cenas de ação e pancadaria. Além da capacidade de trabalhar com pouquíssimo recurso, mas muita criatividade, utilizando como cenário uns entulhos de concreto e sujeira, ruinas de prédios e carros batidos para compor uma atmosfera que funciona muito bem.

A história não é nada de mais. Mas não era intenção do Florentine, que escreveu o roteiro junto com Yehuda Bar-Shalom, gastar fosfato em um roteiro mais elaborado que serviria apenas de veículo para que o próprio Florentine explorasse seus interesses intelectuais e filosóficos… como tiros e pontapés na cara, por exemplo.

Ainda assim, a trama não deixa de ser interessante: no futuro, o governo utiliza uma espécie de polícia especial, conhecida como Terminators, para eliminar os rebeldes. Acompanhamos Dror, um policial que está prestes a se aposentar e ganhar passe livre para sair do país. Em seu último dia de trabalho, precisa enfrentar Schneider (o próprio Florentine), um ex Terminator que trocou de lado. Ainda na trama, Dror descobre que está com sua cabeça a prêmio e que a polícia está por trás disso. É uma boa premissa… com menos de meia hora de duração então, dá pra se divertir um bocado.

E o foco fica mesmo na ação e nas cenas de luta. Não são perfeitas, tão bem montadas e coreografadas como os filmes posteriores do diretor, como NINJA e UNDISPUTED III. No entanto, percebe-se claramente porque o cara conseguiu emprego rapidinho em solo americano, a princípio fazendo alguns B Movies e episódios de Power Ranges (Argh!)… depois voltou a se dedicar a fazer B Movies, mas com um pouco mais de grana, com atores conhecidos, como Van Damme, Dolph Lundgren, Gary Daniels e seu ator habitual, Scott Adkins.

FAREWELL TERMINATOR não é tão fácil de encontrar, eu suponho, mas se você tiver a oportunidade, não perca. Vale muito como curiosidade para quem já é fã de filmes de ação de baixo orçamento, especialmente do trabalho do Isaac Florentine, e também para os fanáticos por obras obscuras de ficção pós-apocalíptica dos anos 80.