A NOITE DA CRUELDADE (Dangerous Game, 1987)

Hey! Um post novo!

Vi esse primeiro longa do diretor Stephen Hopkins. Quem? Pois é, uma pena que hoje em dia seja um nome pouco lembrado. O sujeito é desses diretores “pistoleiros de aluguel” – atira bem e não deixa muito rastro – e teve uma carreira até bem respeitada em Hollywood no final dos anos 80 e durante a década seguinte com um tipo de filme de orçamento médio que fazia relativo sucesso nos cinemas e nas locadoras – CONTAGEM REGRESSIVA (94), UMA JOGADA DO DESTINO (93), A SOMBRA E A ESCURIDÃO (96). Dirigiu também exemplares de franquias famosas como A HORA DO PESADELO 5 (89), PREDADOR 2 (90), fez a atualização da série sci-fi PERDIDOS NO ESPAÇO (98)… Nos anos 2000 e até hoje ele continua fazendo algumas coisas, mas meio que saiu dos radares.

Hopkins nasceu na Jamaica, mas passou boa parte da vida na Austrália. Foi lá que realizou A NOITE DA CRUELDADE. Um filme que faz bater certa curiosidade de como seria a carreira de um diretor como Hopkins se não tivesse sido engolido por Hollywood, tivesse continuado a fazer filminhos de gênero em seu país, pequenas joias como esta aqui.

Na trama, um policial meio surtado, psicótico, chamado Murphy (Steven Grives), começa a infernizar a vida de um estudante universitário, filho de seu ex-superior na corporação policial. Numa noite, quando o tal aluno e seus amigos, que se vestem como a banda A Flock of Seagulls, invadem o sistema de segurança de uma grande loja de departamentos e adentram no local, só por diversão, o policial decide assustá-los. Só que as coisas fogem do controle e dão muito errado…

Uma das coisas que eu realmente gosto em A NOITE DA CRUELDADE é como o policial psicopata é caracterizado. A maioria desses filmes já descamba pro slasher, assume que o personagem é maluco e, portanto, não terá remorso. A única coisa que lhe faz feliz é matar adolescentes aleatórios. O que é algo bom também, não estou dizendo que um jeito é melhor que outro. Mas, em contraste, Murphy é uma pessoa torturada e em conflito, o que torna isso aqui peculiar. E o bom desempenho de Grives ajuda muito a entender melhor o personagem. É um bocado exagerado nas expressões faciais, mas pro tipo de filme que temos aqui funciona bem.

A sequência que ele acidentalmente mata um garoto é um destaque. Podemos ver toda a sua vida desmoronar quando ele percebe o que fez. E a primeira reação é ligar pra polícia e relatar a cagada… Mas aí se dá conta de que, não importa o que diga, ele será o responsável pela morte e desliga sem falar nada. E o que acontece a partir daí é um jogo de gato e rato noite adentro pelos departamentos escuros dessa grande loja.

É evidente que sente-se a falta de algumas coisas, o filme se arrasta um pouco e os realizadores acabam não explorando tanto o material “explorativo” que tem em mãos. Enfim, não é um filme perfeito… No entanto, se você realmente conseguir se conectar e entrar na brincadeira, vai perceber que nem sempre um filme precisa de uma toneladas de peitos de fora ou alta contagem de corpos para manter o público interessado.

Na contagem:

Duas mortes
Uma ceninha curtíssima de peitos
Sem explosões
Nenhuma sequências de sonho alucinante
Sem tempestades relampejantes
Nenhum ator que apareceu em Star Trek

E ainda assim um bom filme.

Um pensamento sobre “A NOITE DA CRUELDADE (Dangerous Game, 1987)

  1. O Predador 2 é um dos meus filmes favorito realizado por esse diretor,tenho ate ele gravado em sua primeira exibição na TV aberta em fita VHS, ele passou na Terça Nobre em 07/12/1993 ,inclusive tenho esse filme lançado em DVD e Blu-ray.Um abraço e feliz volta ao blog de Anselmo Luiz.

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