Hey! Um post novo!

Vi esse primeiro longa do diretor Stephen Hopkins. Quem? Pois é, uma pena que hoje em dia seja um nome pouco lembrado. O sujeito é desses diretores “pistoleiros de aluguel” – atira bem e não deixa muito rastro – e teve uma carreira até bem respeitada em Hollywood no final dos anos 80 e durante a década seguinte com um tipo de filme de orçamento médio que fazia relativo sucesso nos cinemas e nas locadoras – CONTAGEM REGRESSIVA (94), UMA JOGADA DO DESTINO (93), A SOMBRA E A ESCURIDÃO (96). Dirigiu também exemplares de franquias famosas como A HORA DO PESADELO 5 (89), PREDADOR 2 (90), fez a atualização da série sci-fi PERDIDOS NO ESPAÇO (98)… Nos anos 2000 e até hoje ele continua fazendo algumas coisas, mas meio que saiu dos radares.
Hopkins nasceu na Jamaica, mas passou boa parte da vida na Austrália. Foi lá que realizou A NOITE DA CRUELDADE. Um filme que faz bater certa curiosidade de como seria a carreira de um diretor como Hopkins se não tivesse sido engolido por Hollywood, tivesse continuado a fazer filminhos de gênero em seu país, pequenas joias como esta aqui.



Na trama, um policial meio surtado, psicótico, chamado Murphy (Steven Grives), começa a infernizar a vida de um estudante universitário, filho de seu ex-superior na corporação policial. Numa noite, quando o tal aluno e seus amigos, que se vestem como a banda A Flock of Seagulls, invadem o sistema de segurança de uma grande loja de departamentos e adentram no local, só por diversão, o policial decide assustá-los. Só que as coisas fogem do controle e dão muito errado…
Uma das coisas que eu realmente gosto em A NOITE DA CRUELDADE é como o policial psicopata é caracterizado. A maioria desses filmes já descamba pro slasher, assume que o personagem é maluco e, portanto, não terá remorso. A única coisa que lhe faz feliz é matar adolescentes aleatórios. O que é algo bom também, não estou dizendo que um jeito é melhor que outro. Mas, em contraste, Murphy é uma pessoa torturada e em conflito, o que torna isso aqui peculiar. E o bom desempenho de Grives ajuda muito a entender melhor o personagem. É um bocado exagerado nas expressões faciais, mas pro tipo de filme que temos aqui funciona bem.


A sequência que ele acidentalmente mata um garoto é um destaque. Podemos ver toda a sua vida desmoronar quando ele percebe o que fez. E a primeira reação é ligar pra polícia e relatar a cagada… Mas aí se dá conta de que, não importa o que diga, ele será o responsável pela morte e desliga sem falar nada. E o que acontece a partir daí é um jogo de gato e rato noite adentro pelos departamentos escuros dessa grande loja.
É evidente que sente-se a falta de algumas coisas, o filme se arrasta um pouco e os realizadores acabam não explorando tanto o material “explorativo” que tem em mãos. Enfim, não é um filme perfeito… No entanto, se você realmente conseguir se conectar e entrar na brincadeira, vai perceber que nem sempre um filme precisa de uma toneladas de peitos de fora ou alta contagem de corpos para manter o público interessado.



Na contagem:
Duas mortes
Uma ceninha curtíssima de peitos
Sem explosões
Nenhuma sequências de sonho alucinante
Sem tempestades relampejantes
Nenhum ator que apareceu em Star Trek
E ainda assim um bom filme.
O Predador 2 é um dos meus filmes favorito realizado por esse diretor,tenho ate ele gravado em sua primeira exibição na TV aberta em fita VHS, ele passou na Terça Nobre em 07/12/1993 ,inclusive tenho esse filme lançado em DVD e Blu-ray.Um abraço e feliz volta ao blog de Anselmo Luiz.