10 MINUTOS PARA MORRER é o filme que o Charles Bronson sai à caça de um assassino peladão. O filme que meu pai dizia que “terminava com o Bronson dando um tiro na testa de um bandido“…
Bronson interpreta Leo Kessler, um detetive veterano, mais de 20 anos de carreira na força policial, mas cansado de ver o sistema de justiça trabalhar contra ele. Agora, em busca de um perigoso assassino, Kessler e seu jovem pareceiro, o novato Paul McCann (Andrew Stevens), começam a se aproximar de Warren Stacy (Gene Davis), o principal suspeito por violentas mortes. O problema é que seus elaborados álibis e métodos quase impecáveis de cometer tais crimes sem deixar rastros impedem que os policiais encerrem o caso com provas definitivas de que ele seja o assassino. Sobra a intuição e a experiência do velho Kessler, que tem absoluta convicção que Stacy é o homem por trás das mortes.
10 MINUTOS PARA MORRER não é um daqueles filmes em que temos que adivinhar quem é o assassino. Sabemos quem é o maluco desde o início e que Kessler está certo no seu “palpite”. Enquanto isso, o assassino desfruta de sua liberdade, deixando mais corpos espalhados e perseguindo a filha do protagonista, instaurando um perigoso jogo de gato e rato. Kessler, que em determinado momento acaba sendo demitido da polícia por suas ações ilegais na tentativa de incriminar Stacy, agora é um agente livre que decide permanecer na cola do assassino 24 horas por dia. O filme termina de forma pesada, quando Stacy pratica uma carnificina no dormitório cheio de enfermeiras onde mora a filha de Kessler. E quando o ex-policial encurrala o assassino, Stacy faz um monólogo explicando seus atos como uma “doença”, como uma insanidade: “A sociedade terá que lidar comigo para sempre!“. Mas Kessler resolve tomar medidas para garantir que isso nunca aconteça.
Dirigido com a classe e segurança de J. Lee Thompson, que colaborou em quase todos os filmes do Bronson nesse período, e produzido pela Cannon, 10 MINUTOS PARA MORRER se destaca como um dos melhores filmes do velho Bronson nos anos 80. Um eficaz thriller policial, com atmosfera suja, desprezível, cheio de nudez e violência. Pode ser um pouco chocante, visto hoje, devido ao viés conservador, uma reflexão sobre a pena de morte numa parábola sobre um policial cuja a experiência na aplicação da lei se mostra, repetidamente, que o sistema não funciona. E quando o sistema não funciona, só lhe resta meter uma bala na cabeça de bandido… Bolsominions vão ejacular com esse filme, obviamente, pois não tem capacidade mental de perceber o contracenso, o paradoxo de sua ideologia. Mas com a perda de seu idealismo, o homem da lei de Kessler simplesmente se cansa dessa merda toda. Seu único objetivo era impedir que mais mulheres fossem assassinadas e quando a justiça falha, o resultado é mais mortes violentas…
É aquela coisa, como ser humano eu detesto reacionários e fascistas. Como cinéfilo, eu admiro o cinema radical que levanta esse tipo de reflexão. Trata-se de repelir a hipocrisia. E 10 MINUTOS PARA MORRER, mesmo que não tivesse essa consciência reflexiva, consegue isso. Ideologias à parte, sobra ainda um filmaço de “polícia à caça de um maníaco assassino”. E temos ainda uma cena fantástica, na qual Bronson questiona o suspeito sobre um determinado acessório de masturbação, segurando o objeto em mãos, que é simplesmente genial, deveria estar entre os grandes momentos da carreira do homem!
Vale destacar Gene Davis como o assassino sádico e calculista Warren Stacy, um dos mais pervertidos e violentos assassinos a serem retratados na tela no início dos anos 80, junto com Joe Spinell, em MANIAC, de William Lustig (sem a mesma profundidade psicológica, no entanto). Obviamente a característica mais marcante é o fato do sujeito estar sempre peladão na hora de cometer seus crimes. Ele tira toda sua roupa antes de matar, mesmo que precise andar um pouco até chegar à vítima. O que seria especialmente horrível ver um homem nu vindo em sua direção balançando o pau e uma faca… E enquanto a maioria dos personagens acha Stacy assustador, um creepy, sua boa aparência e educação o ajuda a se misturar na sociedade e a adicionar um certo nível de suspense ao seu comportamento, o que é agravado pelas grandes mudanças de estado mental do personagem ao longo do filme.
Enfim, para um thriller policial do início dos anos 80, 10 MINUTOS PARA MORRER oferece tudo o que você esperara de uma produção da Cannon estrelada pelo Bronson. Para os fãs do homem, é imperdível.
Adoro esse filme assisti ,ele em sua primeira exibição na TV Aberta na “TELA QUENTE ” em 18/09/1989 na Rede Globo e depois ele foi exibido ha exaustão pela á emissora carioca ate sumir deve vez da TV ,foi lançado em VHS pela Globo Vídeo e em DVD pela Flashstar Home Vídeo com á sua dublagem original feita pela á BKS .
Qual é á mulher que não ficaria assustada com um assassino pelado e com uma faca na mão .
O final do filme é sensacional ,quando o sistema falha, você ( no caso Keesler) cria o seu ,sabendo que é errado.. mas o faz ,ele sabe das consequências que isso terá para o resto de sua vida,muito boa essa sua resenha sobre esse clássico corajoso para sua época ,por que se fosse refilmado seria aqueles filmes habituais de hoje em dia ,chatos e sem emoção e ousadia,esse politicamente correto já matou o cinema ,sou fã de filme como esses .
Um abraço de Anselmo Luiz.