CANNES 2019

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Na última quinta saiu a seleção oficial do Festival de Cannes deste ano e me parece que a competição será bem boa. Obviamente sempre tem um ou outro filme cujo interesse da minha parte é zero, como o novo do Xavier Dolan, diretor de alguns dos piores filmes que vi nos últimos anos. Mas no geral, a seleção deste ano tem uma maioria que me desperta, no mínimo, curiosidade, incluindo trabalhos de diretores dos quais nunca ouvi falar.

Já dos nomes que me interessam do cinema atual, à saber, teremos Jim Jarmusch, Bong Joon-Ho e Marco Bellocchio. Outros, já gostei mais em tempos passados, hoje já não tenho muita paciência, mas mesmo assim acho que é sempre válido uma conferida (Pedro Almodóvar, Terence Malick e os irmãos Dardene)… Vai que acertam…

Segue a lista da seleção (com eventuais comentários gratuitos):

A HIDDEN LIFE, de Terence Malick: É sobre um austríaco que se recusa a lutar pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. É uma boa premissa, o problema é que desde A ÁRVORE DA VIDA Malick, ao invés de fazer FILMES, prefere fazer snapchats, stories de instagram, ou melhor, trailers de três horas de duração… Aí fica difícil.

ATLANTIQUE, de Mati Diop

BACURAU, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. É o nosso representante brasileiro. Não sou muito fã de O SOM AO REDOR e até hoje não vi AQUARIUS. Mas este aqui pode surpreender. Além disso o filme conta com a presença de Udo Kier… ❤

DOLOR Y GLORIA, de Pedro Almodóvar. Sobre um diretor de cinema que reflete sobre as escolhas que ele fez na vida. Deve ter algo de autobiográfico. Com Antonio Banderas, que já estava virando astro de filmes de ação B em Hollywood.

FRANKIE, de Ira Sachs

IL TRADITORE, de Marco Bellocchio. O diretor é um dos grandes mestres do cinema atual, mas vai ser difícil ver um filme sobre um mafioso chamado Tommaso BUSCETTA sem soltar umas risadas ou fazer piadas… Ainda assim, é um dos mais aguardados.

IT MUST BE HEAVEN, de Elia Suleiman. Uma comédia sobre um cineasta, aparentemente o próprio Elia Suleiman, que viaja para diferentes cidades e encontra paralelos inesperados de sua terra natal, a Palestina… A ideia me lembra um bocado o que o Nanni Moretti fazia nos anos 90.

LE JEUNE AHMED, Jean-Perre e Luc Dardenne. Os irmãos Dardenne têm um estilo muito próprio, muito peculiar, que com o passar dos anos me cansou um bocado acompanhar seus filmes. Mas ainda tenho boas lembranças de ROSETTA e O FILHO. E acho que eles são bons em abordar assuntos espinhosos. Este aqui, por exemplo, será sobre um adolescente que trama um plano para matar seu professor depois de fazer uma interpretação extremista do Alcorão.

LES MISÉRABLES, de Ladj Ly

LITTLE JOE, de Jessica Hausner. Tem uma pegada sci-fi: Uma planta geneticamente modificada espalha suas sementes e parece causar mudanças surpreendentes em criaturas vivas.

MATTHIAS & MAXINE, de Xavier Dolan. Tô fora!

THE WILD GOOSE LAKE (Nan Fang Che Zhan De Ju Hui), de Yi’nan Diao

PARASITE, de Bong Joon-ho. Depois de duas super produções internacionais, O EXPRESSO DO AMANHÃ e OKJA, Bong retorna seu olhar ácido para o lado podre da sua amada Coreia do Sul. Outro dos mais aguardados da competição.

PORTRAIT DE LA JEUNE FILLE EN FEU, de Céline Sciamma

ROUBAIX, UNE LUMIÈRE, de Arnaud Desplechin. O diretor já é um veterano do cinema francês, mas nunca vi nada dele. Este aqui me interessa: Um chefe de polícia do norte da França tenta resolver um caso em que uma mulher idosa foi brutalmente assassinada.

SIBYL, Justine Triet

SORRY WE MISSED YOU, de Ken Loach. Já ganhou um monte de Palma de Ouro esse senhor. Vi pouca coisa dele, mas me parece um diretor interessante, sempre com uma preocupação sobre as questões sociais que afligem os ingleses. Não deve ser diferente este aqui…

THE DEAD DON’T DIE, de Jim Jarmusch. O sujeito já fez desconstrução de alguns gêneros (gangster, vampiros, western…). Agora é a vez do zombie movie. Não sei se vai dar certo, mas adoro o trabalho do Jarmusch e só pelo elenco que reuniu aqui já vai valer a pena: Bill Murray, Steve Buscemi, Tom Waits, Danny Glover, Iggy Pop, Adam Driver, Tilda Swinton, Chloe Sevigny e é melhor parar por aqui… Acho que é o meu favorito dessa seleção.

THE WHISTLERS, de Corneliu Porumboiu

Uma pena que os filmes novos do James Gray, Verhoeven e Tarantino não ficaram prontos a tempo…

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Um pensamento sobre “CANNES 2019

  1. Eu lembro que na época quando esse mafioso foi preso aqui no Brasil teve o seu nome alterado para Tommaso Brusqueta nos noticiarios da televisão se tivessem falando nome correto do sujeito ” Tommaso Xavas… digo, Buscetta ” acho todas concessões das mesma eram cassadas na hora ,pois estavamos no regime de censura previa na época dos anos 80.

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