Um dos aspectos mais interessantes dos dois primeiros filmes da série A PROFECIA é que o diabo se personificava na forma de um garotinho, no caso do filme de 76, e um adolescente na continuação, fazendo com que o personagem sempre tivesse um ar de ingenuidade e ambiguidade, sem deixar de ser o Anticristo, causando o mal a todos ao seu redor. Em A PROFECIA III – O CONFLITO FINAL, Damien cresceu e virou o Sam Neill, e isso meio que tira um pouco da graça da figura. Não que o ator seja o problema, mas o personagem, o Anticristo que nos quer levar ao Armagedon, não passa de um adulto chato, mimado e virjão…
Neste terceiro capítulo, Damien herda tudo de todos que morreram pelo mal que irradia dele, administra o maior conglomerado do planeta e se torna o embaixador americano na Inglaterra, assim como seu “pai” no primeiro filme. Ou seja, o sujeito se torna um dos homens mais poderosos do mundo. Mas seu plano para dominar os homens segundo a tradição, digamos, bíblica da porra toda, nunca é claramente explicado, então a coisa funciona praticamente como qualquer outro político no cargo… Tipo um Trump ou qualquer outro imbecil que só quer ter o poder nas mãos.
Enquanto isso, um bando de monges italianos conseguem se apoderar das famigeradas adagas sagradas que – sabemos desde o primeiro filme – são as únicas armas capazes de matar Damien. E assim, os monges planejam seu assassinato. Só que as tentativas de atentados contra o Anticristo é uma pior que a outra. Os planejamentos são péssimos, sempre tentando encurralar o sujeito para furar-lhe as costas com uma adaga. E sempre dá errado, porque esses monges são tão competentes quanto Os Três Patetas e acabam queimados vivos, atingidos por um raio e durante a tentativa mais lamentável, durante uma caçada às raposas, um deles é mortos por um bando de beegles.
Enquanto isso, a trama de A PROFECIA III tenta jogar no balaio o alinhamento de estrelas que traz a segunda vinda de Cristo, portanto Damien ordena que seu secretário pessoal, Don Gordon, mate todos os bebês nascidos na noite do alinhamento celestial. Isso leva a um monte de cenas bizarras envolvendo crianças sendo atropeladas por carros, afogadas e sufocadas. Para apimentar ainda mais a trama, um dos bebês suspeitos de ser o Nazareno é o recém-nascido do próprio Gordon, mas o filme nunca trabalha essa subtrama potencialmente interessante e acaba resolvendo a coisa de qualquer jeito…
Outro detalhe que diminui A PROFECIA III em relação aos anteriores é que ficamos acostumados com um grande elenco, com rostos famosos. Aqui não temos ninguém de interessante no elenco, e apenas um bando de monges idiotas italianos. As cenas de mortes memoráveis pontuando a trama nos filmes anteriores também não rola muito por aqui. A maioria das mortes dos monges são bem sem graça. Pra não dizer que tudo é horrível nesse departamento, o suicídio de um embaixador no início do filme é um primor!
Sam Neill está bem como Anticristo… Quero dizer, ele se esforça pra fazer bem o que o roteiro exige, é convincente em interpretar o mal encarnado, fazendo preces para o diabo e blasfemando diante de uma cruz. Só que esse Anticristo que o filme o transformou é que não ajuda muito. Basta ver a relação que ele cria com uma reporter pra notar que é um virjão, as tentativas de conquista dele são simplesmente constrangedoras. E o grande final de A PROFECIA III é um reflexo do que se tornou essa figura do Anticristo, com o tal “conflito final” do título se resumindo a Damien correndo por aí nas ruinas de um mosteiro gritando “Venha Nazareno!” até que lhe enfiam a adaga nas costas na maior facilidade… Então Jesus aparece por uns cinco segundos e depois aparecem uma citações bíblicas. E fim. Acabou…
O diretor de A PROFECIA, Richard Donner, foi o produtor executivo deste aqui, que acabou não sendo mesmo o “Conflito Final”, já que nos anos 90 resolveram fazer mais uma sequência…
O Filme não é muito bom .. mas como diria uma certa frase “eramos o que tinha pra hoje ” , Perrone ! não vai esquecer que teve um remake do primeiro filme em 2006,hein !
Esse filme podia ter sido melhor o problema e que faltou um bom roteirista ,não adianta ter um bom ator e um diretor sem um bom roteiro escrito e foi o que faltou nesse filme.
Tô sempre esquecendo de citar esse de 2006, Anselmo… Mas passo, haha Não vou assistir a ele tão cedo…rs
Não vai perder nada assistindo esse fraco remake de 2006 ,pois eu assisti ele quando ele foi exibido na TV Aberta na Rede Globo é que eu sempre digo Hollywood deveria pensar mil vezes antes de estragar as suas perolas cinematograficas ,quando fazem esses remakes por que vira e mexe nem chegam as pés dos originais e olha eu não um simples amador em matéria de filmes… rs ,um abraço de Anselmo Luiz.