DESERT KICKBOXER (1992)

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Apesar de DESERT KICKBOXER conseguir variar um pouco o estilo “kickboxing movie”, o resultado não chega a ser dos melhores. Se bem que analisar por alto os filmes do gênero é meio complicado. Embora eu ame o ciclo “Kickboxing Movie” do início dos anos 90, é inegável o fato que surgiu muita porcaria no meio, exemplares genérico sem muita criatividade, atuações ruins, a grande maioria com tramas realmente fracas e lutas mal feitas, ou seja, o principal atrativo dos filmes nem sempre faz valer a pena… DESERT KICKBOXER não é muito diferente disso. Ou talvez seja…

Lembro de ter visto este aqui na TV há muito tempo. Revi esses dias pelo simples fato que se trata do primeiro longa do diretor Isaac Florentine! Daí surgiu a curiosidade de relembrar o filme e confirmar que realmente não é grandes coisas, mas tem seus momentos, dependendo do clima que você estiver…

O ator John Newton foi o Superboy da série televisiva dos anos 80. Apesar de garboso, não chegou a fazer muito sucesso depois. Aqui ele vive Hawk, um policial descendente de índios Navajos que vive num deserto americano, fazendo fronteira com o México, para combater o tráfico de drogas à base da porrada na cara e voadoras. O sujeito foi campeão de kickboxer (ou pelo menos é o que eu imagino, já que é a modalidade indicada no título), mas sofre de um profundo trauma por ter matado o oponente em sua última luta.

Os problemas começam quando uma mulher decide passar a mão na grana de um poderoso traficante, vivido por Paul L. Smith (o Brutus da versão do cinema de Popeye, dirigido pelo Robert Altman), e foge para o deserto com seu irmão retardado tendo sua cabeça à prêmio e a bandidagem à sua cola. Só que Hawk, experiente habitante do deserto, a encontra primeiro. E aí já viu, né?

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O filme é bem despretensioso e tem quase totalmente o deserto como cenário. Dá pra perceber claramente que é uma produção pobre, independente e com um ritmo lerdo demais para esse tipo de história. O roteiro não traz nenhuma novidade, mas de vez em quando surge um personagem interessante, como na cena da gangue de motoqueiros cujo líder, vestido de padre, é uma figuraça!

As cenas de luta se resumem ao puro exibicionismo de John Newton (e de seus mullets!). São curtas e sempre contra oponentes que não sabem lutar. Temos apenas duas sequências um pouco mais elaboradas: a do início, mostrando o combate no ringue onde o adversário do protagonista acabou morto (e o cenário não passa de um fundo preto, com alguns flashes de máquinas fotográficas e efeitos sonoros de uma torcida gigantesca) e a luta final, contra o capanga do traficante que curiosamente também é praticante de kickbox!

Mas não esperem a virtuosidade de Florentine nas coreografias. São lutas bem meia bocas, mas justamente por isso, dão aquele charme tosco para os que curtem uma boa tralha. A sequência final é bem preguiçosa, dá pra ver até a sombra da equipe de produção no canto da tela enquanto os atores trocam chutes e o roteiro ainda resolve certas situações com típicos clichês vagabundos. Mas apesar disso e de toda brutalidade física, o final reserva grandes lições filosóficas para o espectador mais atento. Afinal, nada na vida é por acaso, e é isso que Hawk descobre em seu confronto, trazendo de suas memórias traumáticas a motivação para derrotar seu novo oponente. E ainda, aprendida a lição, ele não se deixa cometer dos mesmo erros. Claro que segundos depois, ele utiliza o meliante como escudo vivo pra não levar bala, mas também já seria exigência demais.

FAREWELL TERMINATOR, curta metragem israelense e primeiro trabalho do Florentine, valia muito como curiosidade. Já DESERT KICKBOXER serve mesmo para os fãs arretados do gênero, que sabem apreciar até mesmo os exemplares ruins… para estes, o filme até pode divertir um pouquinho.

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