10. GREEN ROOM (2015), de Jeremy Saulnier
O top 10 começa com o tal filme no qual uma banda de Punk Rock encara um grupo de Skinheads. Isso mesmo, Punks x Skinheads. Só por essa ideia o filme já merecia estar na lista. Mas vai além, é um dos troços mais ásperos, violentos e tensos que eu vi este ano. Lembra um STRAW DOGS, de Sam Peckinpah, mas com neo-nazistas no lugar dos caipiras ingleses: Uma banda de punk rock testemunha um crime após uma apresentação num bar alternativo e ermo e acaba encurralada no local, cercado de skinheads sedentos por sangue, armados com facões, pistolas, escopetas e cães famintos… Precisa falar mais alguma coisa? Sem qualquer frescura e com fotografia de encher os olhos, o filme mantém um estado constante de suspense, nervoso pra caralho, e algumas ceninhas de violência explícita que me gelou a espinha. Saulnier já havia me chamado a atenção com seu trabalho anterior, BLUE RUIN. Agora ganhou meu coração. ❤
09. HELL OR HIGH WATER (2016), de David Mackenzie
Visão mordaz do Oeste americano moderno que entra na mesma categoria de obras como ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ. Dois irmãos que roubam bancos em pequenas cidadezinhas pelo Texas são perseguidos por uma dupla de homens da lei pelas estradas da região. Não conhecia esse David Mackenzie, mas aqui o cara comanda tudo com precisão e equilíbrio entre cenas mais tensas de ação, assalto e perseguições, com longas e lentas tomadas dos cenários e num belo estudo de personagens, que é de fato o que interessa aqui. O filme tem ganhado merecidos destaques pelos diálogos, o fascínio por personagens tão humanos e por toda a construção narrativa que desemboca num epílogo que engradece ainda mais a obra. E nem preciso falar o quão monstruoso o Jeff Bridges tá nessa porra, né?
08. 13 HORAS: THE SECRET SOLDIERS OF BENGHAZI (2016), de Michael Bay
Agora vocês devem estar pensando, “o Perrone pirou de vez“. Mas é isso, um Michael Bay no top 10. Não é pra qualquer um… Mas vamos lá, eu não escondo minha admiração pelo sujeito, que pode não ser lá um bom diretor dentro dos moldes canonizados pelos cinéfilos acadêmicos, mas quero é que se foda. O cara sabe criar um espetáculo explosivo de ação como poucos e dentro do seu universo, dentro de um tipo específico de cinema, Bay não deixa de ser um autor. Portanto, 13 HORAS tá aí, o filme é fodão mesmo, baseado numa história real na qual um grupo de soldados americanos se vê encurralado na Líbia, tendo que se defender à base de tiros. Um prato cheio para Bay brincar de explodir coisas e corpos, mas ao mesmo tempo fazer um de seus filmes mais controlados e humanos.
07. ROGUE ONE (2016), de Gareth Edwards
Não é sempre que podemos dar ao luxo de ter dois filmes da série STAR WARS na mesma lista de melhores do ano… Claro, se você não é fã da bagaça então deve estar achando isso aqui um saco, mas o que posso fazer? Se o episódio VII foi aquela diversão deliciaosa que trouxe o espírito da aventura clássica, matinée, de volta, ROGUE ONE escolheu um caminho mais sombrio… É o capítulo mais pesado de toda a série. O filme se encaixa entre o III e IV e mostra como os rebeldes conseguiram obter os planos da Estrela da Morte… O grande lance é que não temos Jedis por aqui, ninguém com poderes especiais, então a luta agora é na trincheira, é no campo de batalha, e o couro come pra valer em cenas de ação espetaculares! Pode até ter um roteiro meio troncho, uns buracos, uns personagens mal desenvolvidos, mas putz, quando a ação começou eu simplesmente não conseguia tirar os olhos da tela! E ainda temos Donnie Yen chutando Stormtroopers e a presença do ícone Darth Vader, um dos maiores vilões da história do cinema… A rápida aparição do sujeito nos minutos finais é simplesmente uma das cenas mais antológicas de 2016. Que venha o episódio VIII e o filme do Han Solo e qualquer merda mais que queiram fazer com STAR WARS!
06. CREED (2015), de Ryan Coogler
Também conhecido como o sétimo, e provavelmente o último, capítulo da série protagonizada por Rocky Balboa (Sylvester Stallone), que aqui é um coadjuvante de luxo, passando o bastão adiante para outra geração, Adonis Johnson, o filho de Apollo. Não faço ideia se CREED vai continuar sua própria série, mas este aqui por si só possui sua grandeza peculiar digna de estar inserida na série iniciada lá em 1976… Um pequeno milagre o que faz esse diretor, Coogler, que tem bom olhar para os detalhes, para os atores, no que poderia ter sido apenas mais um genérico filme de boxe. CREED tem muita alma, a maneira como o filme respeita seus ícones, como utiliza as imagens de arquivo de Carl Weathers, a cena em que Stallone olha pra uma foto com seu filho, e é o seu próprio filho, Sage, que morreu em 2012… Aliás, o que é o Stallone aqui? Gênio… Simplesmente gênio.