OS IRMÃOS KICKBOXERS (Blood Brothers, 1990)

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Também conhecido como NO RETREAT, NO SURRENDER 3 em alguns países. Não é tão espetacular quanto o segundo, mas é um veículo divertidíssimo que serve de vitrine para que Loren Avedon e Keith Vitali (os irmãos do título) demonstrem suas habilidades em artes marciais em sequências alucinantes de pancadaria! Até hoje me lembro quando eu era um moleque de oito ou nove anos pegando a fita da Top Tape na locadora com meu irmão mais novo. Passamos o fim de semana inteiro assistindo repetidas vezes este que foi o meu primeiro “kickboxer movie”.

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Na trama (que não possui ligação alguma com os outros filmes da série), os dois personagens não vão muito com a cara do outro. Avedon é um professor de kickboxer que dirige um fusca, enquanto Vitali ganha a vida como policial respeitado e bem sucedido, seguindo os passos de seu pai. Ambos lutam pra cacete! Para resumir o enredo, uma tragédia na família acontece e acaba sendo o motivo de reaproximação dos irmãos, que deixam as diferenças de lado e juntam forças para fazer exatamente aquilo que se espera neste tipo de filme, um espetáculo de chutes na cara.

Eu já havia elogiado o talento de Loren Avedon como lutador no último post, mas aqui ele se destaca também em alguns aspectos dramáticos. Não é que seja bom ator, suas limitações são óbvias. No entanto, contracenar com um sujeito como Vitali faz até o Murilo Benício parecer o Marlon Brando. Vitali manda bem nas cenas de porrada, mas não convence nem como entregador de pizza, imagine então fazendo um policial bad-ass lidando com situações pungentes. O humor involuntário é inevitável…

É claro que qualquer problema é compensado com a abundância de cenas de ação muito bem filmadas, com o ritmo acelerado e mão firme do diretor Lucas Lowe, substituindo Corey Yuen, que esteve à frente dos dois primeiro filmes. Lowe não chega no mesmo nível de Yuen, cujo cartel é respeitadíssimo, cheio de obras-primas do cinema de artes marciais, mas Lowe demonstra segurança no que faz. A sequência final, por exemplo, uma brutal pancadaria expressionista, me fez parar para pensar… por que o sujeito só possui apenas quatro filmes no currículo? Vai saber…

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O vilão de OS IRMÃOS KICKBOXERS é o cão chupando manga! Interpratado por um sujeito chamado Rion Hunter, ficou sempre marcado na minha memória pela sua cabeleira branca e, claro, a tal luta final, na qual enfrenta os irmãos sozinho e dá trabalho à beça! A coreografia do confronto final é excelente, apesar da imagem acelerada em alguns instantes e do tal Hunter ser constantemente substituído por um dublê de peruca… Mas não deixa de ser alucinante e digna dos melhores filmes de artes marciais orientais. Quem quiser conferir:

É ou não é uma beleza? OS IRMÃOS KICKBOXERS – e O REI DOS KICKBOXERS, que comentarei a seguir – são alguns bons exemplares que provam de maneira definitiva que os americanos também tinham competência para fazer cinema de artes marciais de alta qualidade. Pena que foram tão poucos a realmente chegar nesse nível.

3 pensamentos sobre “OS IRMÃOS KICKBOXERS (Blood Brothers, 1990)

  1. Pingback: O REI DOS KICKBOXERS (The King of the Kickboxers, 1990) | DEMENTIA¹³

  2. Salve!
    O bandidão é figuraça e a coreografia supimpa! Pô cara, que bacana relembrar essa era.
    Abraço-lhe.

  3. Assisti em 1991, no cinema Carioca , na Tijuca. A cena final é a mais explícita, surpreendente e impolgante homenagem ao futebol da história do cinema. Passado um quarto de século ( vi o filme uma só vez) , a cena ainda está fresquinha na minha memória. O público urrou de felicidade. Eu e meu saudoso e querido irmão saímos rindo a valer do cinema. SAUDADE NÃO TEM BRAÇOS, MAS DÁ UM APERTO!!!!

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