DELIRIUM (Le Foto di Gioia, 1987)

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Já disse por aqui que Lamberto Bava deveria ter investido seu talento mais em produções de ação, como o filmaço BLASTFIGHTER, do que tentar seguir os passos do papai Mario Bava em produções de horror… Claro, Bava filho tem seus bons exemplares do gênero no currículo, em especial quando se juntava a outro gênio, Dario Argento, e saia umas belezinhas como DEMONS, mas de uma forma geral nunca conseguiu chegar no nível de maestria dos grandes realizadores do horror italiano.

Isso ficou ainda mais claro depois que vi essa semana DELIRIUM. Quero dizer, não é um trabalho ruim, não tô falando que o Bavinha não deveria realizá-lo, mas percebe-se que o material tinha mais potencial nas mãos de um Argento, Lucio Fulci, Michele Soavi… Acaba resultando num filme sem tanta energia, sem inspiração – exceto nas sequências de tensão e assassinato mostrando a visão de um assassino perturbado. Mas na maior parte do tempo, Bava é bem burocrático com a câmera, pra não dizer preguiçoso…

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Mas pra falar a verdade, confesso que até que gostei do filme. E um dos principais motivos é o elenco. Temos a beldade Serena Grandi como protagonista, que surpreende interpretando uma editora famosa de uma revista masculina chamada Pussycat e que passa maus bocados quando um assassino à solta começa a deixar corpos de modelos espalhados no seu caminho. Serena é quem carrega o filme, com bastante presença (um mulherão desses… ai, ai), carisma e sem vergonha alguma de tirar a roupa, o que é importante… Aliás, o que faz DELIRIUM não perder o pique é justamente a boa dose de nudez, suficiente pra segurar a atenção. O que inclui outras figuras interessantes balançando os peitos na tela, como a cantora Sabrina Salerno. Tanto a cena do seu ensaio fotográfico, com as múmias se esfregando nela, quanto a sequência que é atacada por um enxame de abelhas são de encher os olhos; Daria Nicolodi e o grande George Eastman são sempre legais de se ver e estão realmente bem por aqui, mas não são os papéis pelos quais serão lembrados…

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Outro aspecto que gosto em DELIRIUM são os tais momentos de suspense e de assassinato, quando Bavinha mostra o ponto de vista doentio do serial killer, estilizando os cenários, emulando um Dario Argento na manipulação da fotografia, das cores, e mostrando as vítimas como criaturas híbridas, com cabeças monstruosas ou de inseto… Ideias inventivas que surgem no meio de uma direção que mais parece de telenovela na maior parte do tempo. O que é uma pena, porque nas cenas de suspense, Bava filho manda muito bem. Há um plano sequência no clímax que é de cair o queixo… Acaba sendo divertido de qualquer forma, pelo elenco, pela quantidade de nudez, a trama de giallo oitentista  – fazendo de tudo pra esconder a identidade do assassino do público – com uma pitada excitante de erotismo e surrealismo… Enfim, apesar de problemático, vale uma conferida.

Pra finalizar, uma imagem bônus da deliciosa Sabrina Salerno num still do ensaio com as múmias sortudas:

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3 pensamentos sobre “DELIRIUM (Le Foto di Gioia, 1987)

  1. É isso aí! quando o filme é fraco e não convence tanto em roteiro e quanto á sua direção é só por umas gostosas e filme funciona…desculpe! meu comentario, não sou machista .. mas é a lei do cinema, filme ruim ,solução : mulheres bonitas sem roupa e então ele que o filme decola.

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