MAD DOCTOR OF BLOOD ISLAND (1968)

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Como suspeitei no post anterior, MAD DOCTOR OF BLOOD ISLAND, o segundo exemplar da série Blood Island, não possui qualquer ligação com BRIDES OF BLOOD. Mas também não faz qualquer esforço para alterar a fórmula do seu “antecessor”, utilizando dos mesmos elementos visuais e narrativos, reciclando cenários e o elenco, como é o caso do americano John Ashley, que marca presença novamente encarando os monstros absurdamente toscos e mal feitos das Filipinas.

Dirigido novamente pela dupla Eddie Romero e Gerardo De Leon, MAD DOCTOR inicia inesperadamente com uma sequência promocional, na qual incita o público a tomar um líquido verde a fim de evitar uma transformação em monstro gosmento com cara de alface e sangue verde. Na verdade, tratava-se de mais uma campanha de marketing em que eram distribuídos esse líquido aos espectadores na entrada dos cinemas e drive in para que fosse ingerido durante determinado momento do filme. Seja lá qual o fosse o sabor, a ideia é simplesmente genial.

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Desta vez, John Ashley encarna o Dr. Foster, um cientista do governo que é enviado à blood island (sim, é assim que os personagens se referem à ilha) para investigar o surgimento de indivíduos que possuem sangue verde correndo nas veias e que agem de maneira bastante agressiva, atacando barcos que se aproximam do local e principalmente perseguindo vestais nuas pela floresta, o que é realmente um verdadeiro incômodo, não?

O que incomoda também é que toda vez que uma dessas criaturas aparecem em cena, Romero e De Leon fazem um zoom in e zoom out repetidas vezes com a tentativa de criar algum clima de tensão, mas só acabam mesmo deixando o espectador com uma puta dor de cabeça. Mas serve também para esconder a péssima qualidade das maquiagens dos monstros, já que não conseguimos ver muita coisa com essa câmera maluca… Sem exageros, o principal monstro de MAD DOCTOR consegue a façanha de ser pior que o de BRIDES OF BLOOD, que já era ridículo. Com vocês, o monstro de alface podre:

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Substituindo a voluptuosa Beverly Hills no papel da gostosa da vez, temos a mais deliciosa ainda Angelique Pettyjohn, que vai à Blood Island com o objetivo de reencontrar seu pai, uma espécie de prefeito da ilha, mas que vive sob as dependências de molhar a garganta com garrafas cheias de um bom Whisky.

E para completar a galeria de protagonistas visitantes da ilha, temos o jovem Ronaldo Valdez, que tem o desejo de tirar sua mãe do local a qualquer custo, embora ela esteja “presa” ao Dr. Lorca, um típico cientista maluco de filme B e que pelas minhas suspeitas é o tal Mad Doctor do título, já que ele é responsável por criar uma fórmula para o uso medicinal de clorofila em humanos e, portanto, é dele a responsabilidade de criar esses mutantes verdes gosmentos que tocam o terror na ilha.

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E como qualquer cientista maluco de filme B que se preze, Dr. Lorca ainda possui um laboratório secreto nos subterrâneos de uma caverna onde acontece o ápice do filme, o gran finale, o clímax, quando a criatura, o monstro verde gosmento (junto com a câmera do zoom), volta-se contra seu criador, iniciando um incêndio e explodindo tudo pelos ares, só dá tempo de Ashley e Pettyjohn escaparem por um triz! Ufa!

Uma das coisas que gosto em MAD DOCTOR é como o filme pega todos os elementos exploitation de BRIDES OF BLOOD e multiplica tudo para ficar ainda mais exagerado. Temos muito mais sangue e gore – membros decepados, decapitações, mutilações e vísceras expostas à céu aberto – mais monstros mal feitos, como também mais momentos de nudez gratuita. Inclusive a beldade Angelique Pettyjohn não teve receio algum de usar trajes mínimos e revelar seus atributos físicos numa cena de sexo com John Ashley, cena, aliás, na qual ela alega que o ator não se segurou resolveram entalar o barrote à vera…

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No entanto, apesar de todos esses excessos de elementos divertidos que MAD DOCTOR possui, fazendo uma comparação com o antecessor, ainda acho BRIDES OF BLOOD mais interessante em certos aspectos. Claro, ambos são tranqueiras de exploração que qualquer amante do gênero tem a obrigação de conferir, mas o primeiro tem um acabamento um pouco mais caprichado de filme de horror que dá um charme a mais. Possui uma narrativa lenta que me agrada, além de personagens bem mais carismáticos.

MAD DOCTOR já tem uma outra pegada, é mais corrido e desleixado, sem muita preocupação em criar climas de suspense e horror. Não que BRIDES OF BLOOD seja um exemplo perfeito de construção atmosférica, mas consegue ser um pouco superior nesse sentido. E com exceção da personagem de Angelique Pettyjohn, todos os outros protagonistas aqui me parecem criações preguiçosas e padronizadas, que funcionam mais como engrenagem do roteiro do que figuras dramáticas tridimensionais… Meu Deus, eu tô analisando o que? CIDADÃO KANE?!

Enfim, é óbvio que preferir um não tira o brilho do outro. MAD DOCTOR é diversão garantida para os amantes do bom e velho cinema de exploração.

Pra finalizar, mais um pouco de Pettyjohn pra vocês:

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5 pensamentos sobre “MAD DOCTOR OF BLOOD ISLAND (1968)

  1. Pingback: BEAST OF BLOOD (1970) | DEMENTIA¹³

  2. Ola,Perrone! estes filmes que mencione não é tão dificil de achar se voce é de São Paulo vai achar eles naquelas lojas do centro velho com á NECO FILMES ,Sol Filmes em Sebos do centro como: Sebo do Messias ,Sebo São João ,etc,etc…,ok!Abraço de Anselmo Luiz.

    • Valeu! Na verdade, não sou de São Paulo, mas de Vitória-ES. Mas já conheço essas lojas e sempre visito quando vou a SP. Abraço!

  3. mais exemplar o cinema underground das Filipinas,Alias! os caras tem bom gosto nas protagonista desses tipo de filmes uma mais bonita que há outra,não me admira nada se o ator não fica -se excitado em um cena romantica ou ate beijos calientes mãozinha no peito ,etc,etc… com alguma atriz ( tem que ser, Gostosa! senão esquece ),há não ser quando o cara não gosta da fruta ,aí já é outra historia ,acho que teve um caso aqui parecido no cinema nacional envolvendo os atores já falecidos Adriano Reis e a Norma Bengell o qual ela relatou depois ,se não me falhe á memoria ,Ótima resenha de mais um filme que eu não conhecia e que sabe um dia eu o assista .
    Falando naquele assunto da Fantasy Music que mudou de nome e virou Showtime Classicos ,pois a distribuidora de ambos é Rock Store Brasil á Última coleção que ela lançou foi aquela dos ” Lobisomens,Vampiros & Zumbis em 3 volumes: VOL. 1 A Noite dos Walpurgis,Tennage Zombies,A Noite do Lobo,a Revolta dos Zumbis ,VOL 2 . Convenção dos Vampiros,Ritos Satânicos de Dracula,A Verdadeira Historia do Lobisomem , VOL3. O Vampiro da Era Atomica,O Lobisomem de Washington,O Tumulo do Vampiro.Pena que depois eles não lançaram mais nada depois disso.
    um abraço e desculpe o texto enorme é que escrevo demais,um abraço de Anselmo Luiz.

    • Grande Anselmo, você tem permissão para escrever a quantidade que quiser, fique à vontade! Haha! E valeu pelas informações, vou tentar ir atrás dessas preciosidades. Abraço!

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