NASCIDO EM 4 DE JULHO (Born on the Fourth of July, 1989)

Hoje estreia uma nova coluna aqui no Dementia¹³ que ficará sob a responsabilidade de Gustavo Santorini. Não conhecem o sujeito? Pois a partir de agora guardem bem esse nome! Santorini demonstrará por aqui sua admiração por filmes esquecidos e subestimados, na maioria das vezes ação casca-grossa, em textos que demonstram seu amor pelo cinema. Nesta primeira edição, no entanto, ele escolheu reavaliar um de seus filmes favoritos para começar. Com vocês, Cartas de Amor de um Badass:

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CARTAS DE AMOR DE UM BADASS #01
por GUSTAVO SANTORINI 

O que eu espero de um filme é que ele expresse a alegria ou o sofrimento de fazer cinema. O que fica no meio disso absolutamente não me interessa.
François Truffaut

A citação acima bem poderia servir de epitáfio a carreira do americano William Oliver Stone, que, assim como Truffaut, é reconhecido por ser um cineasta passional de carteirinha, e diferentemente deste, hoje passa longe da aclamação de público e crítica. A disparidade de confetes não se deve ao fato de a morte conferir um verniz de respeitabilidade insuspeita aos que partem, como poderia ser o caso de Truffaut, falecido em 1984. Oliver Stone ainda está vivo, felizmente, mas sua carreira nem tanto. A mediocridade dos últimos filmes assinados por ele é incontestável. Ou será que há alguém nessa galáxia com o mínimo de senso crítico capaz de defender uma sacarose como AS TORRES GÊMEAS, veneno para diabéticos? Ou uma bobagem monumental chamada ALEXANDRE, épico afetado que provavelmente fez Cecil B. DeMille se remexer na tumba? Acho que não. Seu último grande filme é NIXON, uma ópera maquiavelista de 1995, e de lá pra cá já se passaram dezenove anos. Somado ao momento pouco inspirado, há uma famigerada simpatia por ditadores como Fidel Castro, retratado em Comandante, seu achincalhado documentário de 2003. Embora os cinéfilos mais jovens talvez não saibam, e os mais velhos façam questão de esquecer, Oliver Stone já foi um gigante.

Veterano da Guerra do Vietnã, tendo se alistado voluntariamente e condecorado com a “Estrela de Bronze de Honra ao Mérito”, Stone saiu do conflito desiludido com os tentáculos da política externa americana e resolveu canalizar toda sua angústia no cinema, onde se iniciou como roteirista, após se graduar na Universidade de Nova York – Martin Scorsese foi um de seus professores – e escrevendo scripts de futuros clássicos: O EXPRESSO DA MEIA NOITE (1978), pelo qual ganharia seu primeiro Oscar, de roteiro adaptado; SCARFACE (1983) e CONAN: O BÁRBARO (1982). Não demorou muito para o jovem e premiado roteirista se tornar o queridinho dos estúdios, embora nada disso tivesse aplacado sua fúria. Ele queria mais. Ele ainda estava faminto. Escrever roteiros para terceiros filmarem foi apenas o primeiro passo para Oliver Stone se estabelecer como um dos cineastas mais controvertidos da história do cinema americano, talvez o mais controvertido.

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Enquanto uns o acusam de impostor, por supostamente explorar de forma maniqueísta eventos traumáticos da historia americana – a morte do presidente John Kennedy, por exemplo, tema de JFK: A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR – tecendo um amontoado de teorias conspiratórias com fins meramente midiáticos, outros o vêem como uma poderosa voz dissonante, exatamente por trazer a tona tais discussões e levantar uma pá de dúvida sobre as “versões oficiais” perenizadas pelas autoridades. A questão se mostra pertinente. Seria ele uma fraude? Um fanfarrão? Ou mais um caso de iconoclasta incompreendido? De minha parte, ao me debruçar sobre a matéria prima de seus filmes, não vejo outra figura senão a de um “Cineasta da Selva”, pois foi ao se embrenhar tanto na floresta bruta (SALVADOR: MARTÍRIO DE UM POVO, PLATOON, ENTRE O CÉU E A TERRA) quanto na de concreto (TALK RADIO, WALL STREET: PODER E COBIÇA, ASSASSINOS POR NATUREZA) que sua câmera radiografou com virulência incrível o colapso moral do sonho americano, e ao revirar do avesso seu deslumbrante tapete de status quo, expôs a sujeira que convenientemente se acumulava por debaixo. Portanto, o combustível de seu cinema é a cólera e a indignação, e o maior exemplo disso encontramos em NASCIDO EM 4 DE JULHO, obra-prima imperfeita lançada em 1989.

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Baseado na autobiografia de Ron Kovic, combatente do Vietnã que adaptou o roteiro com Stone, o filme narra sua trajetória de soldado idealista que, após ficar paraplégico no conflito, retorna aos EUA e logo se depara com a dura realidade que os veteranos enfrentam e decide lutar pelos seus direitos, transformando-se por tabela num grande opositor da Guerra do Vietnã. Este filme não é, em seu conjunto, um primor de virtuosismo técnico. O roteiro, apesar de oferecer grandes momentos, salta bruscamente no tempo, em uma elipse mal ajambrada no terceiro ato, quando Ron Kovic decide se lançar no front de protestos a Nixon e sua combalida política republicana. Temos a impressão que muita coisa ficou de fora na sala de montagem, e a edição faz milagre na tentativa de criar uma unidade narrativa (não a toa foi laureada com o Oscar). A maquiagem de Tom Cruise, o protagonista, não convence, deixando claramente se tratar de uma peruca grosseira. No entanto, descontada todas as imperfeições, raras vezes nos deparamos com uma obra impregnada de tamanha paixão, algo que transcende o próprio ofício de se fazer cinema e, por ironia, acaba por subverter a máxima de Truffaut. Sem qualquer pudor, o cinema é o meio pelo qual Oliver Stone se utiliza para exorcizar suas obsessões, e o que fica no meio disso é totalmente irrelevante.

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Famoso por arrancar desempenhos memoráveis de atores medianos – vide Tom Berenger em PLATOON –, é aqui que Stone se supera na direção de atores. Tom Cruise não apenas tem sua maior atuação (desculpem fãs de MAGNÓLIA, mas aqui a parada é muito mais… visceral), como seu desempenho dita o ritmo de todo o filme. Hipnotizados, assistimos sua persona de galã ser soterrada por um trabalho memorável de expressão corporal, e a metamorfose por que passa o personagem é conduzida de maneira sutil e não menos envolvente. Ele começa como um jovem atleta de rosto lépido e ideais ufanistas, o típico americano oriundo de família conservadora, cujo pai é um ex-combatente da Guerra da Coreia. Com a intenção de seguir os passos do coroa, ele se alista na Guerra do Vietnã. Após se machucar gravemente em conflito, sua via crucis tem inicio no Hospital de Veteranos, quando é tratado como lixo pelos enfermeiros. Ao regressar para Massapequa, sua cidade natal, ele descobre que o lugar vive tempos de prosperidade econômica, e seus moradores estão pouco se lixando para uma guerra que explode a milhares de quilômetros dali. O sol fulgurante que incide sobre a cidadezinha parece ignorar o fato de que há cada vez mais jovens retornando para seu país em sepulcros, e é por isso que o retorno de Ron Kovic causa um desconforto entre os moradores. Quando olha nos olhos das pessoas, Kovic enxerga o reflexo de um homem arruinado, vítima de um fracasso militar que golpeara um país orgulhoso por jamais perder uma guerra, e de quem a própria família se envergonhava e os amigos viravam o rosto. Seu corpo alquebrado é a triste alegoria de um país em ruínas. Assim, seus antigos valores vão se desintegrando aos poucos, e não tarda para que o personagem entre numa espiral deprimente de impotência, autopiedade e rancor. É dolorosa a cena em que, ao reencontrar a ex-namorada de infância e esperançoso por um revival, ele percebe que o semblante da jovem murcha ao fitar sua cadeira de rodas. Em sua nova condição, Kovic se dá conta de que para certas coisas não há segunda chance.

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A inadequação o leva a um exílio voluntário no México, e é em meio às figuras espectrais de prostitutas e veteranos desvalidos que o personagem despenca no nível mais profundo de seu limbo particular. Depois de uma patética discussão com o amargurado personagem de Willian Dafoe em pleno deserto, algo muito próximo de uma epifania o atinge: se não der o fora dali o quanto antes, jamais sairá de lá são. Essa aquisição de autoconhecimento o motiva a fazer um acerto de contas consigo, e ele então decide regressar aos Estados Unidos. Afundado pela dor, Kovic visita os pais de um colega morto em combate e confessa ter sido o responsável pelos disparos. O fato ocorreu num momento de extrema confusão nas trincheiras, sua vista anuviada pelo sol ofuscante, mas não o bastante para redimi-lo de uma vida assombrada pela culpa, e só de lembrar dessa cena é impossível não ficar com a garganta embargada. Em mãos menos hábeis, o filme descambaria para um tom lacrimoso, mas felizmente não é o que presenciamos. Oliver Stone tem respeito pelo protagonista e o trata com honestidade comovente, abordando sua fratura emocional como uma espécie de tumor que precisa ser removido, a fim de que dê lugar à cura. Absolvido pelo perdão, Kovic se vê finalmente disposto a abandonar o casulo de autocomiseração no qual se isolara e decide tomar as rédeas de sua vida. De um arremedo de ser humano, ele se transforma num símbolo de luta contra as mazelas do país. Assim como ele próprio, Kovic acredita que a América precisa nascer novamente, e tal crença é forjada em meio a nuvens de gás lacrimogêneo lançadas de maneira covarde pela polícia. Ao final da jornada, ele sai da experiência mais puro, integro e em paz com seus demônios. E nós, espectadores, partilhamos de sua leveza de espírito. Quanto ao país, talvez não possamos dizer o mesmo.

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A brilhante fotografia do filme é outro ponto de destaque. Dependendo do estado emocional dos personagens, as cores variam entre vermelha, azul e branca, as mesmas da bandeira norte-americana. A canção tema é regida pelo maestro John Willians, famoso pelos temas grandiloquentes e que aqui atinge o sublime com uma partitura de rara sutileza, deixando-se guiar pela força das imagens. Também desfilam pela trilha sonora um punhado de canções que são um verdadeiro deleite para fãs do pop rock das décadas de 60 e 70, além de cumprir a função de contextualizar a trama nas mudanças temporais.

Assistir NASCIDO EM 4 DE JULHO é testemunhar um artista em pleno domínio de seu ofício, o que não nos livra de uma certa dose de melancolia. Ao olharmos para os grandes filmes de Oliver Stone e comparando com sua safra recente, ficamos a nos perguntar: até onde vai o declínio de um artista? Em tempos de obscurantismo cultural, onde a arte é patrulhada pelo politicamente correto, faz-se oportuna uma reavaliação de seu papel como um dos grandes cronistas de nossa era. Torçamos para que seu vigoroso cinema não tenha esmorecido de vez. Precisamos acreditar que tudo não passe de um blefe, e que este hiato criativo se revele o ensaio de um retorno triunfal. Assim como Ron Kovic, ainda é capaz de o fogo resistir sob as cinzas.

No apagar das luzes, caso nada disso se confirme, ao menos teremos seus velhos filmes a nos tomar pela mão.

36 pensamentos sobre “NASCIDO EM 4 DE JULHO (Born on the Fourth of July, 1989)

    • Jorge, ainda não te desbloquearam no Wikipédia? Pra você voltar a ficar editando as páginas do BBB14 ou “cameltoe” e parar de encher o saco por aqui?

    • Venero Truffaut, já a Nouvelle Vague nem tanto… Claro, reconheço a importância, mas acho que Truffaut se destaca justamente pelo elemento passional, algo que os outros expoentes do movimento foram perdendo (Chabrol talvez seja outra exceção).Godard, por exemplo,entrou numa piração intelectualóide pós-maio de 68 que dura até hoje.

  1. acho esse o melhor trabalho de Tom Cruise como Ator ( olha ! que ele ja não esta fazendo grandes filmes ,Jack Reacher eu achei fraco parecia que ele estava fazendo o Ethan Hunt de Missão Impossivel neste longa e Oblivion por exemplo a historia é interessante o final deploravel ).. deveria na epoca ter ganhado Oscar por esta atuação,acho nunca mais ele tera outra oportunidade de concorrer a estatueta de novo.o filme em si é otimo ,o filme mostra as mentiras da Guerra do Vietnã e que jovens ou melhor um geração toda foi exterminada,mutilada e humilhada nesta Guerra suja ,enquanto a Oliver Stone este ja perdeu a mão em dirigir um grande filme faz tempo. bom post !

  2. Bom filme mas nada excepcional c o texto faz crer….. e prefiro o desempenho do Tom em Colateral c um frio assassino ….vi n época n cine e fizeram um Hype fabuloso p Tom ganhar o Oscar c melhor Ator ….

    • Acho a atuação do Cruise neste aqui excepcional, mas realmente dificilmente dariam o oscar pra ele tenho o Day Lewis concorrendo com MEU PÉ ESQUERDO.

  3. Esse eu vi no cinema, logo na estréia, e foi o filme que me fez começar a respeitar o Tom Cruise como ator. Aliás, esse e DE OLHOS BEM FECHADOS são os melhores dele, na minha opinião.
    É bem deprê, no sentido de mostrar a destruição pós-guerra, e tanto neste como em O FRANCO-ATIRADOR, mostram os caras cheios de ideais antes de ir para o inferno e retornarem como verdadeiros farrapos humanos. São dois filmaços!
    Aquela parte em que Cruise está com a prostituta, deitados naquela espelunca no México, e ela rebolando por cima dos tubinhos dele, é marcante.

    • A diferença é que em “O FRANCO-ATIRADOR” os personagens regressam sem terem os ideias ufanistas reavaliados, uma ironia que também é um acerto do filme. E a cena da prostituta… Mais uma de antologia. Até pensei em citar, mas aí o texto ficaria muito mais longo do que ficou.

  4. Talvez um dos textos mais bonitos que já li sobre o filme. E concordo plenamente sobre a atuação da vida dele. Lembro de uma fase não tão longínqua q vc virava pária se não concordasse que sua melhor atuação era “Magnólia” (onde ele está brilhante tb). Mas convenhamos, era um papel bem mais de “medida” pra ele do que esse aqui, onde de Al Pacino (quando o filme ainda estava em pé de produção nos anos 70 com Lumet na direção) a Sean Penn e Charlie Sheen, escolhas originais do Stone, seriam encaixes mais ajustados. Qualquer um deles poderia ter feito um trabalho primoroso e o Cruise demonstrou que estava em pé de igualdade não decepcionando. Cruise moldou sua carreira em filmes em sua maioria bons, mas que todos eram de encomenda para as idiossincrasias dele, mas não desapontou quando algo mais era exigido, como nesse caso, “Colateral” e “Entrevista Com Vampiro”.

    Quanto ao Stone, devo ser uma das únicas pessoas que realmente não consegue enxergar uma decadência artística tão retumbante na carreira dele. Gostei de todos os filmes que vi dele pós Nixon (achei Wall Street 2 melhor que o primeiro!), e ainda mais: Considero “Reviravolta” e “Alexandre” duas obras-primas pós-modernas! O único q eu realmente achei fraco de verdade foi “Selvagens”, terreno onde achei q Stone iria matar a pau. Até 2 Torres eu achei um belo filme de sub-gênero catástrofe, desgarrados de sub-textos políticos o que foi uma raridade.

    • Pois é, o longo caminho que o filme percorreu até sair do papel daria um outro filme, talvez um documentário. Tenho uma revista Set de 1990 cuja materia de capa é o filme. Foi assinada pela Ana Maria Bahiana, bos tempos.
      Já pensou em Mr. Sheen como Ron Kovic? Se naquele tempo Stone era capaz de transformar água em vinho, não duvido de sua capacidade de arrancar uma atuação estupenda do sujeito (até mais do que em Platoon).
      Penso que só podemos avaliar o real peso da decadência de Stone se levarmos em conta seu auge. O cara assinou uma sequencia de filmes brilhantes que parecia não ter fim, algo que poucos diretores conseguiram, e poucos MESMO (Hicht, Wilder, Kubrick…?). Pra mim, o ultimo dessa gloriosa fase foi “Nixon”, e depois só vieram lampejos, como “Reviravolta” e “Um domingo qualquer”. Acho que “Alexandre” poderia ter sido uma obra-prima se ele não tivesse errado a mão no viés homoerótico, que eclipsou a figura do conquistador, o maior atrativo de todos. Tal aspecto só seria interessante se tratado com sutileza, apenas para mostrar o caráter ambíguo do personagem, algo como Kubrick fez com Olivier em “Spartacus”. A direção de atores, pra mim, é a pior dele. Parecia uma produção mexicana da Televisa. De qualquer forma, é sempre bom encontrar alguém que veja sob um prisma diferente.
      “Selvagem” foi como tomar uma cerveja chocha. Fui cheio de sede, e depois fiquei com indigestão.

      • Rapaz, eu tenho essa mesma Set da qual vc se refere. Se não me engano foi a Set mais antiga que eu consegui guardar. Na crítica a própria Ana Maria Bahiana tb criticava a peruca, algo que nunca me incomodou (Se não tivessem me dito, acharia q era o cabelo dele mesmo. Mas talvez seja pq sou tapado)

        Por muito tempo esse filme foi um dos mais marcantes da minha infância. Essa coisa do garoto de classe-média, que mora bem, tem uma família amorosa e ainda sim se sujeita a entrar em uma furada tão grande quanto uma guerra (assim como em Platoon) é interessante sob a perspectiva de qualquer outro jovem de qualquer outro país para se identificar. Aquela cena que ele sonha voltar a correr de novo e acorda paraplégico no banheiro imundo do hospital é destruidor. E acho que foi por causa dele que nunca detestei o Cruise como o resto dos moleques da minha geração. Sempre vi esforço e carisma nele.

        Mas que é saboroso imaginar Pacino ou Sean Penn no papel, é. Até pq em 89 ele nem teria que ter saído das Filipinas pq já filmava “Pecados de Guerra” do De Palma.

        • Sua análise foi perfeita. É por isso que o considero um ator injustiçado. Mesmo curioso em saber como seriam os desempenhos de Pacino, Penn ou até mesmo Sheen, acho o Cruise insubstituível no papel.
          Vc citou “Pecados de Guerra”… Esse está no meu top 10 filmes de guerra. Aliás, top 10 Brian De Palma. Tão visceral quanto “Nascido…”.

  5. Quanto a “Ao sul da fronteira”, concordo. Já sobre a tal versão do Tarantino para “Assassinos por natureza”, não posso opinar, pois infelizmente não conheço o roteiro original. Acredito que seria um filme diferente, o que não quer dizer que seria melhor.

  6. Não gosto de Fidel, sempre achei Chavez um bravateiro, mas achei “Ao sul da fronteira” um filme necessário, ao menos para mostrar um ponto de vista divergente da mídia tradicional (o que não deixa de ser algo também manipulativo e tendencioso). O lance é não comprar sem ver nenhuma das versões.

    Quanto a “Assassinos por Natureza”, acho que seria um filme muito melhor nas mãos do seu roteirista, Quentin Tarantino. Acho a versão de Oliver Stone um tanto “forçada”. Já deste “Nascido a 4 de julho” eu gosto.

    • Tenho curiosidade de ver como seria a versão do Tarantino tanto de Assassinos quanto “True Romance”, mas gosto de ambos dos jeitos que ficaram tb.

      • Tenho verdadeiro amor por ambos. Li o roteiro original de “True Romance” e não gostei do formato. Era não-linear como Pulp Fiction e o final achei brochante. Não entendo essa implicância dele com Stone. Assassinos é superlativamente genial.

        • Eu preciso confessar que os filmes do Stone que aparentam ser dirigidos “sob efeitos de alucinógenos”, como THE DOORS, ASSASSINOS POR NATUREZA, U TURN, nunca me agradaram muito. Acho muita afetação visual. De qualquer forma estou disposto a revê-los pra saber como seria hoje. Mas sou bem mais o Stone da fase oitentista, com TALK RADIO, SALVADOR, PLATOON e THE HAND…

          • Acho que os três primeiros merecem uma revisão. Se os filmes mudam conosco, e vice-versa, talvez vc os redescubra.
            “The Hand” é um baita filme.

            • Sério mesmo que “The Hand” é um bom filme? Da vez que eu vi, achei involuntariamente engraçado. Mais uma das tralhas que Michael Caine aceitou fazer assim como “Fuga para Vitória” (que eu acho tosco, mas gosto muito), “Tubarão 4” (uma bomba), “Austin Powers versus Goldmember” (idem)… Preciso rever pra conferir.

              • THE HAND eu curto bastante como um filme de horror psicológico sem muita pretensão, Master Bates. Mas não dá pra colocar ao lado de um TALKIE RADIO ou SALVADOR…

        • Eu tb gosto demais, mas vc vê que não é mesmo um filme do Tarantino que apesar dos pesares deve se considerar um cineasta mais clássico. Mas ate aí ele adorou “True Romance” do Scott, que além de bem diferente também, teve o final alterado pelo próprio Scott. Então ai deve ter coisa. Não sei se o Tarantino é grande fã do Stone, e se foi, provavelmente esse episódio deve ter afetado sua admiração. O mistério é saber o que de tão errado ele viu nesse filme para renegar tanto, pq tem cada filmeco por aí q ele se diz fã que chega a ser bizarro o problema dele ser justamente Assassinos…

          • Cara talvez o nerd tarantino até tenha birra com o Stone, mas neste caso específico tenho que concordar 100% com ele. Eu adoro TRUE ROMANCE. É um daqueles filmes que posso assistir diversas vezes e sempre achar bad ass. Em compensação eu não gosto de ASSASSINOS POR NATUREZA; Já tentei rever umas 3 vezes, porque o Stone sempre instiga minha curiosidade, mas acho forçado, barulhento e “cartoon” demais. U TURN também é irritante visualmente, mas consegue ser muito mais divertido que ASSASSINOS.

            • Com relação ao Tarantino, acho ele um grande diretor. Mas como pessoa e cinéfilo ele é um dos caras mais chatos e malas da face da Terra. Olha a lista dele de melhores filmes de 2013, que foi lançada em julho hahaha
              O cara é insuportável.

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