HALLOWEEN 5 (1989), de Dominique Othenin-Girard

Fiquei puto ontem à noite, pois quando terminei de ver HALLOWEEN 5 escrevi um texto bacana sobre o filme e de repente o notebook desligou e perdi o texto. Acabei escrevendo tudo de novo, mas não é a mesma coisa. Pra piorar a situação, o filme é bem ruinzinho…

Já haviam me alertado que a partir do quinto capítulo de HALLOWEEN, a série começaria a desandar. Realmente, se for levar em conta este aqui, eles devem ter razão. O filme inicia com o final do anterior – assim como o segundo começa com o desfecho do original (nos bons tempos de John Carpenter) – e mostra de forma verossímil como Michael Myers conseguiu sobreviver aos acontecimentos que fecham o quarto filme. Logo depois, o de sempre, Myers arranja uma faca bem afiada e retorna a Haddonfield para matar sua sobrinha e todos que entram em seu caminho. Mas a coisa não funciona muito bem em HALLOWEEN 5.

Mostrar detalhadamente como Myers sobrevive já começa com uma decisão infeliz. É totalmente desnecessário e retira o tom sobrenatural do personagem. No início do quarto filme, um sujeito apenas diz que Myers sobreviveu à explosão que aparentemente o matou no segundo, e isso basta. Não tem porque mostrar. É apenas uma das várias mancadas e incoerências que vamos acompanhando no decorrer do filme.

A ligação psíquica entre Myers e sua sobrinha, que culminou no magnífico desfecho do quarto filme, é muito mal utilizada aqui. Os personagens são extremamente burros, não da forma divertida como sempre temos no gênero, mas de maneira que ofende a inteligência do espectador. Até mesmo o Dr. Loomis age como um completo idiota em alguns momentos. Aliás, o próprio Donald Pleasence está meio deslocado e pouco à vontade no personagem que viveu tantas vezes. A atuação da garotinha Danielle Harris é a única que posso elogiar, embora a personagem não escape da estupidez.

O suspense é outro problema sério, porque o diretor Dominique Othenin-Girard parece não ter a mínima noção de construção atmosférica e de como fazer suspense. A sequencia do celeiro é uma teste de paciência. É tão demorada que quando Myers finalmente resolve entrar em ação, a cena já perdeu a força. O único momento que apresenta algum esforço criativo e que me causou alguma tensão é perto do final. Jamie (Harris) se vê sozinha sob a mercê do serial killer na casa, agora abandonada, onde Myers vivia quando era pequeno e cometera os seus precoces assassinatos. Especialmente a cena na tubulação da roupa suja, cujas filmagens foram muito complexas. O resultado é bom, mas não é suficiente pra compensar o restante que é muito fraco.

Já estou até desanimado em continuar essa peregrinação à série HALLOWEEN…

9 pensamentos sobre “HALLOWEEN 5 (1989), de Dominique Othenin-Girard

  1. Eu também já perdi um texto assim sobre um filme do Almodóvar que eu havia feito com carinho (e acabei postando, na época, sobre outro filme). Cara, não sei se você viu um filme da série Halloween que o diretor coloca o Michael Meyers dentro de uma espécie de Reality Show. Acho que é pior do que esse que você acabou de ver. Os do Rob Zombie também são horríveis!

    Cultura? O lugar é aqui:
    http://culturaexmachina.blogspot.com

  2. Cara, esse filme é um horror! Um festival de erros que começa por não conseguirem achar o tom do filme (o diretor queria fazer um terror sangrento, os produtores queriam manter o nível “sutil” da série). Fora o festival de “estupidezes”: Michael fica um ano morando com um mendigo numa cabana e o sujeito nem estranha a “companhia”, o assassino prefere ficar perseguindo as vítimas de carro, a garota que sobreviveu na Parte 4 tem um destino ridículo à la Psicose, e não tem como não ficar furioso com a cena em que Michael Myers CHORA diante da sobrinha!!!

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