
Trata-se de um exemplar do mesmo subgênero de VAMOS A MATAR COMPAÑEROS, que postei aqui no blog outro dia, o
Zapata Western, filmes sobre revolução mexicana, etc.
UMA BALA PARA O GENERAL transcorre justamente neste universo do México revolucionário e conta a estória de um jovem americano que se junta a um grupo de revolucionários, liderados por Chuncho, e ajuda na peleja contra as autoridades e no tráfico de armas entre os rebeldes. A princípio, o que o gringo parece almejar é dinheiro, mas a ambiguidade de seu olhar e da forma de agir conota objetivos obscuros, que ficam claros apenas ao final.
Os personagens principais são perfeitamente construídos, assim como um bom SW tem de ser pra deixar sua marca! E o elenco também auxilia muito nesse sentido. Gian Maria Volonté cai perfeitamente na pele de Chuncho, o líder da nobre causa mexicana e de uma sinceridade impressionante. O gringo, que é chamado de Niño, é vivido por Lou Castel, um sujeito frio, capitalista e certamente “não gosta da fruta”. Por último, um personagem que merecia mais presença em cena, mas no pouco que aparece Klaus Kinski registra seu momento com maestria encarnando o meio irmão de Chuncho. É um fanático religioso que acha que está participando de uma missão religiosa ao invés da libertação de seu país.

Damiani conduz um filme bem movimentado, com bastante ação e muito tiroteio, mas o aspecto humano nunca é ignorado. Chuncho, apesar de ser considerado um bandoleiro pela polícia, age em prol de seu povo e mesmo quando esquece seus princípios e acaba movendo-se por dinheiro, consegue fazer a escolha certa ao final, jogando na cara do espectador o ponto de vista esquerdista de seus realizadores.
UMA BALA PARA O GENERAL é daqueles filmes magnificamente bem filmados, com bela trilha de Morricone, lindamente fotografado, um dos melhores do gênero! Não perde o foco de seus elementos políticos nem deixa de ser um grande espetáculo.
Recomendo também o texto do amigo lusitano Pedro Pereira, do blog Por um Punhado de Euros.
E eu concordo com vocês. O final é mesmo sensacional!
Concordo com Herax. Um dos melhores finais de todos os tempos!
A performance do Volonté é arrasadora, e o final eu considero um dos melhores que já vi (não só entre os spaghettis, mas falando de cinema em geral). Detalhe que o Damiani não considerava “Quien Sabe?” um western, e uma de suas principais influências foi Glauber Rocha, prestando inclusive uma homenagem explicita atraves do personagem do Klaus Kinski.
É isso aí, entretem e passa a mensagem… Top 3 spaghetti.
esse é um filmaço, além de mostrar muito bem o verdadeiro motivo de uma ditadura tomar o poder em um país, a atuação de Volonte é muito boa, mas a atuação magistral é a de Klaus Kinski, esse também está cotado para o FAROESTE EM GERAL em breve.
Finalmente decidiste ver este grande filme do Damiani, hein?!
Por vezes é mau criar grandes expectativas, mas parece-me que desta vez não te sentiste defraudado!