CURE é desses filmes que te arrebata instantaneamente. Agora quero ver tudo do japonês Kiyoshi Kurosawa (que não possui ligação alguma com o diretor de Ran, Kagemusha, e diversos outros) cuja carreira já possui considerável número de filmes e só agora parei pra conhecer seu trabalho. Este aqui foi o filme que deu a Kurosawa um certo reconhecimento internacional e sua grandeza reside no estilo rebuscado de contar uma história através de longos planos enquadrados com rigor e simetria, uma linguagem cinematográfica não convencional com o cinema de gênero que faz e, exatamente por isso, tão excepcional.
Trata-se de um terror policial psicológico com cara de filme de Antonioni, ou algo do tipo. A trama é até simples e parte de uma série de assassinatos, cometidos por pessoas diferentes, mas com as mesmas características: as vítimas sempre têm dois cortes que vão do pescoço ao peito em forma de X. O policial designado para o caso suspeita de que exista uma única pessoa por trás desses crimes. Aos poucos, a coisa toda toma forma de um profundo estudo da psicologia humana com a carga emocional que o protagonista vive, mas sem perder a essência do horror nem deixar de lado o realismo insólito na composição de suas imagens.
Dos diretores japoneses atuais, Kurosawa já assume um lugar favorável entre os meus favoritos ao lado de Takashi Miike, Takeshi Kitano e outros (preciso conhecer mais o Sion Sono). E isso é porque só vi apenas um filme do sujeito. Caso seus outros trabalhos mantenham o mesmo nível de qualidade deste aqui, ele corre sério risco de se tornar o meu favorito. E se tivesse assistido CURE antes de fazer aquela lista dos anos noventa que está ali em alguns posts abaixo, podem ter certeza que ele estaria lá.
Tá aí mais um filme que eu não encontro por aqui =/
Prepare-se para outros arrebatamentos com Pulse, Charisma, Doppelganger, Seance, etc.